Haja Paciência!

 

Conversando com meu compadre nesse domingo de Páscoa, sobre como todos nós estamos sendo testados em nossos valores e forças de caráter, falamos sobre Nível  de Tolerância e Paciência.

Ele, com sua sabedoria sempre temperada com muito humor , fez uma analogia ímpar:

A minha paciência evoluiu igual meu hábito de consumo de  Coca-Cola®  primeiro a Normal, depois a Light e agora a ZERO.

Analogias à parte, quando constatamos que estamos deprimidos, irritados, com a saúde emocional em risco, nós estamos falando:

  • da falta de fé e de esperança;
  • do nosso nível de tolerância ao risco, ao novo, às crises;
  • da nossa capacidade de resistir às mudanças, de sermos flexíveis, de nos adaptarmos e aceitarmos as novas condições de vida, de trabalho, de desemprego, de restrições de convívio social e das limitações econômicase financeiras.

Estamos falando de tolerância, e tolerância é a tendência que temos de compreendermos, sermos condescendentes, admitirmos que  temos níveis distintos para encararmos novas normas, regras, cenários, situações, de testar nossa margem limite de agüentarmos mudanças aos nossos padrões de vida.

Estamos falando de paciência, onde paciência é uma virtude de alguém que suporta pressão sem perder a calma, que agüenta situações eventuais e inesperadas com tranqüilidade, que sabe aguardar que algo ocorra sem se irritar.

Estávamos num ritmo de vida frenético, com múltiplas tarefas simultâneas, acelerando tudo através das ferramentas de tecnologia, vivendo intensamente o consumo e gerando cada vez mais ansiedade pela necessidade de mais e mais conquistas.

Desaprendemos a usar o ócio criativo, a fazer pausas, a meditar, a curtir momentos de lazer, a usar o tempo com qualidade de ações.

Passamos a viver o ter e não o ser, a querer executar uma quantidade de coisas, ao custo árduo de atropelar a vida, sem curtir o momento presente.

 

“É preciso combinar tempos de ação com os tempos de espera;

os tempos de conquista com os tempos de trabalho.”

 

De repente,  tudo mudou.

Passamos a vivenciar nosso espaço de casa, nossa família, nossos afazeres com outros olhos e com outra rotina.

Passamos a valorizar a saúde, a vida.

Deixamos de freqüentar lugares e eventos, de consumir supérfluos, de poder realizar planos e sonhos que demandassem viagens, pessoas, cerimônias.

Planos adiados, ansiedade potencializada, frustrações e angústias.

Passamos a lidar com nossas necessidades e medos mais íntimos, a termos que encarar nossa capacidade de tolerância e nossa paciência.

Paciência e empatia ao lidar com o outro.

Tolerância ao que não se pode executar.

 

A paciência é uma decisão, e essa decisão nós escolhemos tomar não apenas uma vez, mas repetidas vezes, como um hábito.

 

Esse tema tem sido recorrente nas minhas sessões tanto de coaching, quanto de mentoria de executivos:

– Como ser paciente?

– Como aguardar as circunstâncias de negócio (por exemplo), para fazer o que gostaria de agir de imediato?

– Como gerar senso de urgência, de prontidão para a mudança, nas equipes, quando não temos controle e nem influência em todas as variáveis da solução?

 

Precisamos ser empáticos com a dor do outro, procurando fazer uma leitura do ambiente e das circunstâncias que impactam nas necessárias ações para se atingir um objetivo – quer seja na vida pessoal, nos relacionamentos e no trabalho.

Precisamos de autoconhecimento para perceber os gatilhos, que  excedem nossos níveis atuais de tolerância, que nos tiram do prumo e nos fazem perder a cabeça.

Precisamos de autocontrole para  agirmos com equilíbrio emocional, tomando medidas preventivas que nos retornem ao rumo certo da nossa conduta.

 

É o parar, respirar, inspirar, expirar e não pirar!

É o mindfullness.  É o entrar em contato com a sua essência e conhecer o seu ponto de equilíbrio.

 

Oprah Winfrey. Reprodução Internet

É da Oprah Winfrey  a sentença:

“Nada é mais eficaz do que inspirar e expirar lenta e profundamente para administrar algo que você não pode controlar, e a seguir se concentrar naquilo que está bem a sua frente.”

 

Ouvir o barulho do vento, o som da água pingando numa torneira,  o canto dos pássaros, a trajetória de uma formiga.

Fazer conexão com a sua respiração, o seu batimento cardíaco, o fluir da vida em si mesmo.

Ter o controle dos seus pensamentos e ter ações intencionais positivas para atuar sempre ampliando seus horizontes: seus níveis de tolerância e seu poder de paciência.

 

Nós somos capazes de escolher a serenidade, a calma no caos.

Somos capazes de optar por gerarmos ambientes de bem-estar e positividade.

 

Dalai Lama nos disse que:

“A paciência…

é cultivada por meio do processo racional de análise…

é essencial começar nosso treinamento da paciência quando estamos calmos, e não quando sentimos raiva.”

 

Nunca foi tão certo acreditar  que a vida é um sopro!

Por isso o que se ganha sendo impaciente e intolerante?

 

E como aprendi com o livro O Poder da Paciência, de autoria de M. J. Ryan, da Editora Sextante,  acima de tudo, seja paciente consigo mesmo!

 

Tudo passa, tudo vai passar, e depende de você superar esse momento com fé, esperança, equilíbrio emocional, paciência e tolerância.

 

SANDRA PORTUGAL
Projetando Pessoas
www.projetandopessoas.com.br

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Author

Head da Projetando Pessoas há 13 anos, Empresa de prestação de serviços em coaching, mentoria de executivos e empresários, consultoria em gestão e empreendedorismo, eventos e palestras, com a missão de inspirar e desenvolver pessoas. Projetar Pessoas! Editora do Portal de Conteúdos www.projetandopessoas.com.br Matemática de formação, graduada pela UFRJ, mestrado em Engenharia de Sistemas pela COPPE-UFRJ, MBA em Gestão de Negócios (FAAP-SP) e Gestão Avançada APG – Amana Key. 38 anos de experiência em posições executivas em grandes empresas, respondendo por gestão de pessoas, governança de processos e projetos complexos, tendo atuado em projetos de Transformação Digital e inovação. Sou Coach certificada pela Sociedade Brasileira de Coaching, Palestrante formada pelo INAP(Instituto de Neurociências Aplicada) com sólido portfólio de palestras realizado em eventos corporativos e workshops de liderança. Certificada Positive Practioner & Trainer pelo Instituto Felicidade é Ciência, atuo com Positive Coaching e Formação de Lideranças Positivas, baseados na Ciência da Felicidade e na Psicologia Positiva. Co-autora do Livro Liberte seu Poder, Editora Leader (2015), presença no Livro Undeterred (USA-2015) e autora de artigos periódicos em Portais de Negócios.