Esse é um dos primeiros filmes nacionais com temas distópicos que assisti e já quero ver outros trabalhos do gênero em solo nacional.
“Medida Provisória” conta uma história forte e difícil de engolir. O filme traz a temática racial como centro da trama e surpreende ao mostrar o perigo real do racismo velado. Em um país racista como o Brasil, um filme desses é como um tapa na cara e um lembrete que a luta negra não acabou depois da escravidão.
Reprodução: Internet
Um dos pontos altos do longa é o roteiro que já vinha de um texto muito bom. A adaptação de “Namíbia, não?” para “Medida Provisória” foi muito bem realizada, pois o filme consegue aproveitar muito do humor inteligente da peça e adicionar ainda mais da luta racial em um pais racista.
A direção é interessante e traz elementos novos e dinâmicos. Lázaro usa muito a câmera de mão que aproxima o espectador do filme, colocando um toque a mais de identificação.
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Os personagens são cativantes e multifacetados. Os protagonistas do filme trazem atuações fortes e que chegam a arrepiar, com uma menção especial ao personagem do Seu Jorge – que mesmo sendo um tipo de alívio cômico – mostra de uma forma escancarada o quão exaustas e irritadas as pessoas pretas estão do discurso de “somos todos iguais” e “temos que ter os mesmos direitos”.
Confira o trailer:
Por fim, acredito que o único ponto mais fraco da trama seja a sequência final. Esperava um pouco mais do fechamento da história, saber realmente qual foi o desfecho dos personagens que tanto lutaram e vão continuar lutando. Porém, isso em nada estragou minha experiência e recomendo demais o filme para todo mundo.
NOTA – 9
Critica – Gabriela Carvalho do CABINE SETE
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