MATÉRIA DE CINEMA: Desenvolvido nos bastidores de filme infantil premiado, documentário é lançado com plataforma virtual

Atravessado pela questão do lixo nas comunidades, média-metragem de Beatriz Ohana estreia trazendo relatos das crianças da comunidade Independência, de Petrópolis (RJ).

No dia 14 de Fevereiro, às 15h, uma exclusiva sessão virtual marcará o lançamento de “MATÉRIA DE CINEMA”, primeiro documentário de Beatriz Ohana e sua produtora, a Engenhoca Filmes, que tem patrocínio do Estado do Rio de Janeiro / Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa e Governo Federal através da Lei Aldir Blanc.

O filme foi desenvolvido a partir dos bastidores do “Cine Pagu na Escola”, projeto lançado em 2019 pela cineasta e roteirista abrangendo 43 crianças negras da comunidade Independência, em Petrópolis (RJ), tanto na cena, quanto na equipe técnica. O média-metragem mostra toda a trajetória do projeto, desde quando era um cineclube no Centro Educacional Comunidade São Jorge até a criação de uma formação audiovisual para os alunos. A experiência inédita culminou na realização do curta ficcional “A incrível aventura das sonhadoras crianças contra Lixeira Furada e Capitão Sujeira”, que teve o roteiro desenvolvido a partir da visão das crianças sobre o maior problema que detectaram no bairro: o lixo.

“O projeto se engajou no contexto social dos alunos, com o objetivo de entender suas dores e sonhos para, então, transformá-los em filme. Crianças de 08 a 14 anos que nunca haviam tido contato com o fazer cinematográfico passaram por toda a parte de formação audiovisual, trabalhando ainda questões sérias a respeito do lugar onde moram e a visão que possuem sobre aquele espaço”, relembra Beatriz que, até então, nunca havia desenvolvido um projeto para crianças.

“Foi surpreendente. Elas passaram a pensar mais no cuidado com os espaços do bairro e com o planeta. Acredito que o processo de formação artística está diretamente ligado ao desenvolvimento do pensamento crítico e a formação cidadã”, destaca a cineasta, cuja ficção já ganhou quatro prêmios.

O lançamento do documentário terá transmissão simultânea pelo YouTube e pela página do Facebook do Cine Pagu e contará com a presença de uma intérprete de libras, tornando o conteúdo mais democrático e inclusivo. Paralelamente, Beatriz ainda inaugura a plataforma cinepagu.com.br onde será possível que professores e estudantes de todo o Brasil agendem sessões de ambos os filmes em suas próprias escolas.

“O site terá também informações do projeto e dados dos filmes, como ficha técnica, fotos, trailers, curiosidades e extras. A ideia é que a história das crianças chegue a diversos lugares. Disponibilizar os filmes para outras realidades geográficas e escolares através de acesso remoto gratuito é um incentivo para que as próximas gerações também comecem a pensar na questão ambiental como algo grave e urgente”, salienta.

Comprometida com a região onde vive e desenvolveu o projeto, Beatriz ainda distribuirá kits por 62 escolas estratégicas da rede municipal de ensino de Petrópolis. Cada escola receberá um pen drive com o documentário e o curta completos, além de um material especial de apoio para realização de debates e atividades.

“O cinema pode ser uma excelente ferramenta para oportunizar acesso a informações e conteúdos que normalmente não chegariam a determinados lugares, seja por questões geográficas, culturais ou econômicas. Nós, do Cine Pagu, sonhamos com uma realidade onde o cinema seja utilizado em cada escola e em cada bairro dos cantões desse país, onde o audiovisual comece um novo capítulo da nossa história. Uma história que incentiva formações e propicia o conhecimento do fazer artístico de forma democrática. E é exatamente sobre isso que o documentário irá falar”, finaliza.

SERVIÇO:

DATA14 de Fevereiro
HORÁRIO15h às 18h
LOCAL DE EXIBIÇÃO:
Facebook Cine Pagu: https://www.facebook.com/pagucine
YouTube Cine Pagu: https://www.youtube.com/channel/UCjUGdI825Xdmyw6izgCC_ag
Instagram: https://www.instagram.com/cine.pagu/

PROGRAMAÇÃO:

Exibição dos dois filmes seguida de conversa com as crianças, membros da equipe e nomes da área de cinema e educação.

FICHA TÉCNICA:

MATÉRIA DE CINEMA – 2021, 45 min, documentário
Direção
Beatriz Ohana
Roteiro
Beatriz Ohana
Montagem
Daniel Figueiredo
Imagens adicionais e Correção de cor
Mariana Rocha
Sinopse
O filme conta a história do Cine Pagu na Escola, um projeto realizado em 2019 com 43 crianças de 08 a 14 anos do Centro Educacional Comunidade São Jorge, na comunidade da Independência, em Petrópolis (RJ). A partir de imagens de bastidores de todo o processo e relatos da equipe e das crianças participantes, o documentário apresenta o projeto desde o início, quando ainda era um cineclube na escola, até a criação da formação audiovisual, que durou seis meses e culminou na realização do curta “A incrível aventura das sonhadoras crianças contra Lixeira Furada e Capitão Sujeira”, que vem sendo exibido e premiado em diversos festivais de cinema dentro e fora do Brasil.

SOBRE BEATRIZ OHANA

Beatriz Ohana é produtora e cineasta. Graduanda em Artes Visuais, estudou Montagem e Edição na Escola de Cinema Darcy Ribeiro e na Academia Internacional de Cinema (AIC), onde também cursou Produção Executiva. Foi montadora em 35 produções audiovisuais, como os musics portraits da cantora Alice Caymmi, além do clipe “Gold Spectrum”, da banda norte americana Fracktura, que recebeu ótimas críticas em seu lançamento. Assina a montagem de “A ressurreição de Lázaro não servirá”, curta metragem de ficção científica com premiações em festivais na Europa e Estados Unidos, tendo ganhado prêmio de melhor montagem no Independent Shorts Awards (L.A./EUA). É Diretora-Fundadora da Engenhoca filmes, produtora responsável por projetos como o Cine Pagu, o Linguagem em Foco e o já citado clipe Gold Spectrum. Assinou seu primeiro trabalho como diretora no cinema em 2019, com o curta-metragem “A incrível aventura das sonhadoras crianças contra Lixeira Furada e Capitão Sujeira”, que vem sendo selecionado e premiado em diversos festivais no Brasil, como o 18º FICI e o 22º Fest Curtas BH.
 
ENGENHOCA FILMES

A Engenhoca Filmes é uma produtora destinada a explorar a linguagem cinematográfica através da produção de filmes, encontros e festivais. Liderada por Beatriz Ohana, a produtora realiza seu trabalho acreditando no cinema como potencial agente de mudança no estado de ser das coisas no mundo.
Em 2018, a Engenhoca produziu o primeiro Linguagem em Foco – Ciclo de Exibição Audiovisual, em Petrópolis. O evento reuniu grandes cineastas como Eduardo Nunes, Diogo Oliveira, Coletivo Foras de Quadro e o grande homenageado Ruy Guerra. Com sessões gratuitas seguidas de debates, na presença dos diretores, o encontro proporcionou o diálogo entre o público e os artistas. O LEF ainda contou com o lançamento da biografia “Ruy Guerra: Paixão Escancarada”, com a presença da autora Vavy Pacheco Borges e do diretor.
Em 2019, produziu o clipe Gold Spectrum, da banda norte-americana Fracktura, no Rio de Janeiro, dirigido por Diogo Oliveira com Direção de Fotografia de Nicolau Saldanha. No mesmo ano, realizou o projeto Cine Pagu na Escola com 43 crianças de 8 a 14 anos do Centro Educacional Comunidade São Jorge, no bairro Independência, Petrópolis-RJ onde, durante o segundo semestre, foram realizados de seis a oito encontros por mês onde as crianças trabalharam na criação de um filme através de uma formação básica em audiovisual. Foram seis meses de oficinas e filmagens com profissionais do cinema e da pedagogia.
O resultado foi o curta-metragem “A incrível aventura das sonhadoras crianças contra Lixeira Furada e Capitão Sujeira’‘, dirigido por Beatriz Ohana. O curta, que foi o primeiro filme produzido pela Engenhoca Filmes, agora está sendo exibido e premiado em diversos festivais no Brasil, como o 18º FICI e o 22º Fest Curtas BH. A segunda edição do LEF ocorreu em dezembro de 2020 de forma totalmente online, reunindo importantes nomes do cinema brasileiro de diferentes gerações, como Paulo Caldas, Bárbara Cunha, Diogo Oliveira e novos diretores, numa mostra de longas e curtas-metragens do cinema brasileiro contemporâneo, para homenagear o cineasta Walter Carvalho e pensar a arte de fazer filmes.

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