LULA WASHINGTON: O renomado violonista lança seu primeiro disco solo durante a pandemia

Foto: Caio Márcio

 

O compositor, violonista, guitarrista e professor Lula Washington acaba de lançar o seu primeiro disco solo, que leva seu nome, e reúne composições originais criadas ao longo dos seus 20 anos de carreira. Lula é um dos principais nomes do violão solo hoje no Brasil e já dividiu o palco com músicos como Nelson Sargento, Léo Gandelman, Carlos Malta, Tereza Cristina, o violinista italiano Domenico Nordio e o alemão Linus Roth. Lula é integrante da Orquestra Johann Sebastian Rio e já atuou como convidado na Orquestra Sinfônica Nacional, Nova Orquestra e Orquestra de Solistas do Rio de Janeiro.

Lula Washington. Foto: Sonia Mibielli

Durante o processo de criação do novo disco, algumas de suas principais referências foram violonistas nacionais e internacionais como Garoto, Dilermando Reis, Rafael Rabello e Roland Dyens. O EP, produzido durante a pandemia, tem 5 faixas e um estilo que reúne influências da MPB, especialmente do choro, tango, e valsa – estilos que mais o influenciaram durante a sua trajetória musical. “Registrar essas músicas marca algumas fases da minha vida. Especialmente meu início no instrumento vendo meu pai tocar aqueles clássicos do choro no violão, cavaquinho ou banjo na vila onde a gente morava, aqui no subúrbio do Rio,” comenta o compositor.

Lula Washington. Foto: Vanessa Angelo

Além do novo EP, Lula já lançou três discos de rock autorais com as bandas Allegro, Valvula e Gallo Absurdo (. Com a Allegro, tocou em shows de abertura de “clássicas” bandas de heavy metal no cenário nacional e internacional como Saxon, Angra, Dr.Sin, Stratovarius, Exodus, Korzus e Shaman. O guitarrista ainda integrou o grupo “Guto Goffi e o bando do bem” do baterista Guto Goffi (ex-Barão Vermelho) e gravou com o escritor, compositor e ator francês Pierre Barouh, diretor do documentário SARAVAH.

CONFIRA NOSSA ENTREVISTA COM O LULA WASHINGTON

Sua trajetória é extensa e bem versátil. Você já fundou bandas de rock, toca em orquestras e está lançando um disco que mistura choro, tango e valsa. Como foi a sua formação?

Bom, comecei no instrumento de forma autodidata, ouvindo muito Beatles e Queen que são bandas de rock na sua essência mas que flertam com outros estilos.

Ainda de forma autodidata eu tive aquele período intenso com o instrumento estudando guitarra por horas e procurando material que aqui no Brasil não era muito acessível na época.
Muitos anos depois, já tendo banda e compondo, eu procurei um professor para estudar improvisação e jazz. Então, tive algumas poucas aulas com o renomado professor e guitarrista Nelson Faria, que me abriu a cabeça para outros rumos musicais. Depois cheguei a ingressar no curso de licenciatura em música no Conservatório Brasileiro mas acabei abandonando porque não me via nesse mundo acadêmico e já estava muito ativo trabalhando com teatro musical, orquestras e meus trabalhos pessoais.
A primeira faixa do novo disco se chama “Choro do Pai”. Você compôs em homenagem ao seu pai? Como ele te influenciou?
“Choro do Pai” é uma homenagem ao meu pai sim. Ele era um cara simples que gostava muito de tocar violão por diversão nos fins de semana e sempre chamava uns amigos pra tocar com ele na vila onde a gente morava . Ele adorava choro e também compunha.  Então eu tinha essa referência, a influência dele em casa, mas me interessei primeiro em tocar rock n`roll rsrs. Essa música nasceu de um tema que eu ouvia ele tocar e nunca finalizava, era uma música inacabada. Eu fiquei com aquilo na cabeça durante anos e um dia eu fiz a música e coloquei esse nome em sua homenagem.
Como foi o processo de criação do novo disco? Quanto tempo durou, foi independente?
Bom, eu não tenho como precisar quanto tempo durou esse processo de composição, mas posso dizer que cada música marca um fase da minha vida e até do que eu estava escutando em cada período. Meus outros discos são mais voltados para o rock tanto instrumental quanto de canções, mas durante esses trabalhos sempre aparecia uma composição de violão solo que não se encaixava na proposta do momento. Então achei que era hora de reunir essas músicas e gravar o disco.  O processo de criação e de produção do disco foi muito orgânico e espontâneo. Gravei áudio e vídeo simultaneamente num processo de dois dias com a produção do meu amigo e grande violonista Caio Márcio dos Santos no seu home studio. Gravei o disco no início de 2020 mas ele só foi concluído no meio da pandemia, então esse momento que vivemos atrasou um pouco o lançamento. É um álbum totalmente independente, do tipo, faça você mesmo Rs.
Você morou em Paris na época em que viajou com uma banda de rock. Como foi a sua experiência por lá? 
Na época que fui para Paris eu estava vivendo aqui no Rio um período de poucos trabalhos, minha banda tinha dado uma parada e como tinha alguns amigos lá, surgiu essa oportunidade de ir e pode ficar um período. A ideia inicial era ir apenas para fazer shows de violão solo, mas consegui marcar um show também com minha banda de rock instrumental, o Gallo Absurdo. Foi incrível porque Paris é o berço da arte, tem arte de todos os lados e de todos os tipos. E o mais engraçado é que fui saber mais da música brasileira em Paris do que aqui no Brasil. Eu tinha me preparado para tocar violão solo onde pintasse oportunidade, fiz um repertório bem brasileiro de clássicos da nossa música e de músicas minhas e quando cheguei lá toquei muito com os músicos locais, muitos estilos brasileiros como o baião, o coco, o samba, o choro e também o jazz. Conheci e toquei em algumas casas de jazz e com músicos de todos os lugares do mundo. Dei muitas canjas também, uma loucura boa rsrs… Foi um período muito intenso, enriquecedor e de muito aprendizado em todos os sentidos. Só tenho guardo boas deste período!!
O que você gosta de fazer no seu tempo livre além da música?
Gosto mesmo é de encontrar os amigos e bater papo, mas nesse período de pandemia isso não está muito fácil, né? Então, como moro próximo do aterro do Flamengo, eu tento dar uma caminhada, fazer exercícios e também gosto de assistir filmes e documentários.

 

Lula Washington. Foto: Caio Marcio

Principais concertos com Orquestras:

  1.  “100 anos de Noel Rosa” com a OSRJ Artistas convidados: Carlos Malta, Rildo Hora,Tereza Cristina.
  2.  “100 Anos de Nelson Cavaquinho” com a OSRJ, Nelson Sargento, Léo Gandelman, Rildo Hora, Velha Guarda da Mangueira.
  3.  “Queen Concert” com a OSRJ ( Como Solista ). Convidada: Alma Thomas
  4.  “Led in Concert” com a Nova Orquestra (Como Solista )
  5.  “Nirvana In Concert” com Orquestra Johann Sebastian Rio.
  6.  “As Quatro Estações” de Vivaldi com a Orquestra Johann Sebastian Rio – Solista Alemão: Linus Roth
  7.  “As Quatro Estações” de Vivaldi com a Orquestra Johann Sebastian Rio – Solista Italiano: Domenico Nordio
  8.  “Gala Solidária” no Theatro Municipal do Rio de Janeiro com a Orquestra Johann Sebastian Rio.
  9.  “Concerto de Natal” no Theatro Municipal do Rio de Janeiro com o Barítono Inacio de Nonno e Cícero Gomes, primeiro bailarino do Teatro.

Teatro Musical, principais peças:

  • Gilberto Gil, Aquele Abraço ( Diretor: Gasparani )
  • Headwig, é o centímetro enfurecido ( Direção: Jonas Klabin e Evandro Mesquita )
  • Quando o toca o Coração ( Diretor: Guilherme Miranda )
  • Isto aqui é Rock n Roll ( Direção: Aloísio de Abreu )

 

Capa do EP de Lula Washington. Foto: Divulgação

Músicas do EP:

  • A Casa
  • Tangambaleando
  • Pagã
  • Valsinha
  • Choro do Pai

 

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