DRUIDA FILMES: Documentários Impactantes que Despertam Consciência Socioambiental e Ganham Destaque em Festivais e Streaming. Confira nossa entrevista com o produtor e cineasta Marcelo de Paula!

Gravação de “Apocalipse no Cerrado”. Foto: Divulgação Druida Filmes / Morgana Carneiro

 

A grande maioria das produções da Druida Filmes tem vertente socioambiental! Por conta, inclusive, da caminhada profissional do diretor e roteirista, Marcelo de Paula, que, durante anos, atuou nessa área como fotógrafo e jornalista, ganhando prêmios com matérias e fotos publicadas no Caderno de Ecologia e na Revista do Domingo do Jornal do Brasil! Com o Brasil em chamas e outras catarses climáticas abatendo a Terra, os documentários da Druida Filmes deixaram de ser uma anunciação futurista, para fatos impactantes e atuais! Nesse contexto, a Produtora acaba de emplacar documentários em streamings, festival de cinema e na C3TV Climatempo!

“Apocalipse no Cerrado”, que ganhou prêmio de melhor longa-metragem documentário do Festival de Cinema Tarrafa 2021Audiovisual Amazônico em RedeUniversidade Federal do Pará, foi selecionado no edital do Streaming Maricá, que é uma iniciativa da cidade fluminense de mesmo nome, com acesso livre, englobando os mais diversos filmes do gigantesco acervo do cinema nacional! Além do Streaming Maricá, o documentário também foi licenciado para a grade de programação da C3TV Climatempo e Band Play.

“Apocalipse no Cerrado” é sobre a dura realidade da devastação de um dos mais ricos ecossistemas do Brasil. Um bioma que vem sendo degradado pelo agronegócio, através do uso abusivo de agrotóxicos, expansão das monoculturas da soja, milho e algodão, aumento da produção pecuária ao redor das suas poucas áreas preservadas, especulação imobiliária e interesses políticos contrários à manutenção do Cerrado. “Apocalipse no Cerrado” é um filme denúncia sobre a pressão que vem ocorrendo com o bioma Cerrado, na região do Parque Nacional da Chapada dos Guimarães (MT) e de seu entorno.

Família engajada: Marcelo de Paula, Carla Mendes e Morgana Carneiro na produção do Apocalipse no Cerrado.

Com o dedo em outra ferida socioambiental, de poluição da Laguna de Araruama, “Peixe, Camarão, Sal e Tradição”, 27° documentário produzido pela Druida Filmes, acaba de ser selecionado para a competição de médias-metragens internacionais do 11° FRICine – Festival Internacional de Cinema Socioambiental de Nova Friburgo (RJ) e vai ser exibido, gratuitamente, dentro da programação oficial do Festival, no dia 25 de setembro, às 18 horas, no Teatro Municipal de Nova Friburgo, na Praça do Suspiro, no centro da cidade. O documentário passou por uma triagem de 2.882 filmes, de 123 países inscritos no 11° FRICine, que traz o tema: “O FUTURO EM NOSSAS MAÕS AQUI E AGORA.”, assunto associado ao roteiro do filme.

“Peixe, Camarão, Sal e Tradição” é o último trabalho finalizado da Druida Filmes e versa sobre a luta pela sobrevivência dos pescadores caiçaras da Praia do Siqueira, em Cabo Frio, uma das muitas praias da Laguna de Araruama, a maior Laguna Hipersalina do mundo, que enfrenta graves problemas ambientais, de despejo de esgoto não tratado em suas águas. A triste contradição entre a beleza do pôr do Sol mais bonito de Cabo Frio e a poluição, que pode acabar de vez com a pesca Caiçara, seus conhecimentos e técnicas milenares é ricamente narrada em depoimentos de pesquisadores, moradores e pescadores da comunidade da Praia do Siqueira.

(clique nas fotos para dar zoom)

Para amenizar o clima, tem mais notícia boa vinda da serra! A Druida Filmes teve seu documentário de longa-metragem “Corumbá e o Carnaval do Pantanal” selecionado, a poucos dias, no edital Circula Serra Cine, uma bela iniciativa da Petrópolis Film Commission, que vai exibir, gratuitamente, filmes de longas, médias e curtas-metragens e vídeoclipes em praças e outros logradouros do município (programação em breve). “Corumbá e o Carnaval do Pantanal” conta como a Guerra do Paraguai, um fato histórico memorável do Brasil, deu origem ao Carnaval na cidade de Corumbá (MS), às margens do Rio Paraguai, palco da sangrenta guerra. Três anos após o fim da Guerra do Paraguai, por questões de segurança territorial, a Marinha do Brasil se instala na região, sendo guarnecida com um grande contingente de fuzileiros navais do Estado Rio de Janeiro. Esse intercâmbio cultural influenciou no sotaque, na culinária e no Carnaval de Corumbá!

Gravação de “Corumbá e o Carnaval do Pantanal”

São 10 escolas de samba em desfile, mais de 20 blocos de rua, sendo o Cibalena o maior bloco do Centro-Oeste brasileiro, rodas de samba, shows, concursos de fantasias, marchinhas e até Musa Gay! O documentário mostra que, além das belezas naturais do Pantanal, a cidade de Corumbá tem excelente batuque e muito samba no pé. Um gingado de origem Carioca.

Em paralelo, a Druida Filmes vem produzindo o documentário de curta-metragem “Basta!”, projeto aprovado pela Lei Paulo Gustavo, que versa sobre o alto índice de violência contra a mulher em Cabo Frio, município sede da produtora. Sem esquecer do trabalho de desenvolvimento e captação de recursos do primeiro longa-metragem de ficção de muita ação, “10 Mortes” (confira aqui nossa matéria sobre esse thriler nacional), que será rodado em 2025, em Nova Friburgo. Com coprodução da Visom Digital, distribuição da A2 e apoio da Prefeitura Municipal de Nova Friburgo e da SerraAção, Film Commission da cidade.

 

ENTREVISTA COM MARCELO DE PAULA

 

1) Marcelo, a Druida Filmes tem uma forte vertente socioambiental. Como sua trajetória como fotógrafo e jornalista influenciou na criação de documentários como Apocalipse no Cerrado e Peixe, Camarão, Sal e Tradição?

Marcelo de Paula: “A resposta é profunda e eu ainda nem tinha cabelos brancos, quando tudo começou! rsrsrsrs
Com 14 anos de idade, afirmava para todo mundo que ia fazer cinema e persegui essa vocação como pude. Como não existia faculdade de cinema, o caminho que escolhi para contar histórias foi o da fotografia e do jornalismo. Gostava de explorar os locais remotos, sozinho, conhecer a cultura local e aos poucos fui convencendo as redações de jornais e revistas a assinar texto e fotos das minhas matérias! Talvez tenha sido o único fotógrafo a assinar textos e fotos para a saudosa Revista de Domingo do JB!
Entre uma expedição e outra acabei sendo o único fotógrafo carioca a trabalhar nos Jogos Mundiais na Natureza (PR), que aconteceram no Parque Nacional do Iguaçu e sua região do entorno. Quando o trabalho terminou, pedi ao diretor do Parque para permanecer uns dias na Unidade e tirar umas fotos para o meu acervo. Surgiu uma grande amizade e o convite para dirigir meu primeiro documentário socioambiental: “Parque Nacional do Iguaçu – Patrimônio Natural da Humanidade”, que até pouco tempo estava disponível na Amazon Prime Video.
Daí em diante não parei mais! Sendo os documentários socioambientais minha porta de entrada no cinema. E até o roteiro da ficção 10 Mortes é influenciado por minhas andanças como fotógrafo e jornalista! É uma realidade disfarçada de ficção!”

 

2) Os incêndios que estão devastando biomas em todo o Brasil são uma preocupação crescente. Como você acredita que o cinema, especialmente documentários como os da Druida Filmes, podem contribuir para conscientizar a população sobre os impactos ambientais e climáticos?

Marcelo: ” ‘Uma câmera na mão e uma ideia na cabeça!’.  A famosa frase do Glauber Rocha para descrever a síntese do Cinema Novo, está diretamente espelhada na realidade dos documentários. Filmes que podem ser produzidos com equipe reduzida, com um orçamento abaixo dos valores da ficção. E isso facilita o acesso a realidades e cenários pouco difundidas, onde as populações tradicionais ganham voz nas telas de cinema.
Com exceção da tecnologia, o mundo urbano tem muito pouco a ensinar às populações tradicionais, e o cinema pode ajudar a inverter esse papel. O professor, protetor, conservacionista e conhecedor das leis ambientais dos biomas mora na floresta, nos quilombos; são indígenas, ribeirinhos etc. São eles que têm as técnicas do equilíbrio entre homem e natureza. Não adianta ver somente a beleza natural das regiões, tem que saber da medicina das plantas e alimentos, da importância dos rios etc.
O cinema é um instrumento cultural que educa e conscientiza! E quanto mais câmeras filmando e denunciando a opressão que essas populações tradicionais e seus territórios sofrem, aumenta a visibilidade e, assim, aumenta a necessidade do combate legal e moral.
Sempre foi difícil conseguir verba para produzir documentários com denúncias socioambientais. Difícil exibir em tvs e cinemas! Mas, pensando o cinema como ativismo socioambiental, você segue em frente e, infelizmente, vê o quanto esses filmes são importantes no combate da força Jedi contra a escuridão do Império. Na ganância da riqueza da extração, que está indo em direção da escassez da Terra e o fim do homem.”

 

Marcelo de Paula com o troféu de Melhor Documentário do Tarrafa para o “Apocalipse no Cerrado”

3) Você ganhou prêmios importantes com documentários como Apocalipse no Cerrado. Quais foram os maiores desafios para capturar a devastação do Cerrado e transformar isso em uma narrativa visual impactante?

Marcelo: “Em primeiro lugar, a pesquisa para o roteiro foi bem aprofundada, além de conhecer muito bem a região por trabalhos fotográficos (anos 90) e cinematográficos (anos 2000 e 2021). Ter a paciência em ouvir a sabedoria local é outro fator que ajuda a conduzir a narrativa do problema. E a realidade é facilmente transformada em imagens, pois realmente está acontecendo.”

 

4) O documentário Peixe, Camarão, Sal e Tradição aborda a poluição na Laguna de Araruama e seus efeitos nas comunidades pesqueiras. Como você enxerga o futuro dessas comunidades frente aos crescentes problemas ambientais na região?

Marcelo: “Sou carioca, mas frequento Cabo Frio desde 1976. No caso específico sobre o documentário “Peixe, Camarão, Sal e Tradição”, que retrata a degradação ambiental da Praia do Siqueira, uma das muitas praias da Laguna de Araruama, eu frequentei, velejei e acompanhei o crescimento desordenado de Cabo Frio, que sufocou e deixou obsoletos os equipamentos das redes de tratamento de esgotos, que lá são despejados.
O futuro dessas comunidades é denunciar, enfrentar judicialmente ou até partir para ações mais radicais na ânsia de reverter tais situações. As empresas que danificam o meio ambiente têm recursos suficientes para investir em melhorias de seus serviços e equipamentos e reparos das perdas materiais e humanas das populações que elas afetam.
E o cinema vai difundindo a realidade dessas comunidades. Cada vez que o filme é citado na mídia ou executado num cinema, numa tv, ele está ampliando e mantendo viva a discussão da problemática.”

 

5) A Druida Filmes recentemente teve sucesso em festivais e streaming, como no FRICine e na C3TV Climatempo. Qual é a importância de trazer essas produções para plataformas acessíveis e eventos de grande visibilidade?

Marcelo: “Quanto mais um documentário socioambiental circula, mais ele está ajudando na informação da preservação. Se for de censura livre, melhor ainda que atinge todas as gerações.
Wim Wenders; Herzog, Scorsese e outros. Quando cineastas consagrados produzem ficções e documentários eles nos indicam que o cinema é feito de filmes. Eles ajudam a retirar o documentário da marginalidade! Quando streamings, tvs e festivais dão oportunidades aos documentários, eles ajudam a popularizar e a tornar comercialmente viável produzir, para serem vistos!”

 

MARCELO DE PAULA | Diretor e roteirista

Marcelo de Paula – Druida Filmes. Foto: Divulgação.

Embora assinando sua primeira ficção, Marcelo de Paula (roteirista ABRA) tem mais de 30 documentários na bagagem. Filmes de curta, média e longa-metragem selecionados nos principais festivais de cinema do país, como Festival do Rio, ABCine e Mostra do Filme Livre e exibidos em canais abertos, por assinatura e em plataformas de streaming: Amazon Prime Video; Band Play; GNT; Globo Repórter e Jornal Hoje da TV Globo; Curta; Cine Brasil TV; Multi Rio; Woohoo; TV Brasil; Play TV; TV Sesc/Senado; TV Câmara; Fish TV; C3TV Clima Tempo; Amazon Sat; HTV Entertainment de Hong Kong, com abrangência de exibição para Malásia, Indonésia, Vietnã e Filipinas.

Além de cinco séries de TV com conteúdo jornalístico: “Expedição Karajá” e “Pantanal Patrimônio Natural Mundial” (ambas com 15 cap./30 min) para o Cine Brasil TV; “Expedição Rota Austral” (8 cap.) para o Fantástico da TV Globo; “Expedição Karajá – O Filme” (5 cap.) para o Domingo Espetacular da TV Record e “Pantanal – Um Tesouro do Planeta” (4 cap.) para o Jornal da Noite do SBT, série premiada como Melhor Série Documental Ambiental do Cine Ceará (2008) e Melhor Série do Festival do Filme de Aventura e Turismo (FATU 2008).

 

DRUIDA FILMES (Produtora associada Bravi) | Produtora

A Druida Filmes (ex-Código Solar Produções) é uma produtora brasileira Independente que já produziu mais de 35 filmes documentários de curtas, médias e longas-metragens; cinco séries para TVs abertas e fechadas e seis webséries, sendo duas educacionais e quatro de cunho político. Suas produções foram selecionadas e premiadas em importantes festivais de cinema do Brasil e do mundo, como o FestCine Amazônia, o Festival Ibero-Americano de Cinema e Vídeo (Cine Sul), o Festival de Inverno de Bonito, a Mostra Vídeo Índio Brasil e o Art&Tur (Festival Internacional de Filmes de Turismo de Barcelos, em Portugal).

Os filmes e séries da Druida Filmes já foram exibidos para canais como Prime Video; Band Play; Multi Rio; Cine Brasil TV; Curta; TVE Brasil; Woohoo; TV Sesc; TV Senado; Play TV; Box Brasil TV; Fish TV; TV Globo (Fantástico, Globo Repórter e Jornal Hoje); GNT; Rede Record (Domingo Espetacular e Hoje em Dia) e SBT (Jornal da Noite do SBT), com destaque para as produções: “Pantanal – Um Tesouro do Planeta”, série de quatro capítulos para o Jornal da Noite do SBT (Prêmio de Melhor Série para TV do Festival de Cinema do Ceará 2008 e Festival Brasileiro de Filme de Aventura Turismo 2008); “Expedição Karajá”, série de cinco capítulos para o Programa Domingo Espetacular da Rede Record; “Expedição Rota Austral”, série de oito capítulos para o Programa Fantástico da TV Globo, além das séries “Karajá” e “Pantanal Patrimônio Natural Mundial”, cada uma com 15 capítulos, para o Canal Cine Brasil TV.

Entre seus filmes premiados estão: “Bonito e Pantanal – O Brasil no seu Melhor” (melhor filme de Ecologia e Turismo do Art&Tur 2010); “Navio Veleiro Cisne Branco – Uma Embaixada Flutuante” (melhor fotografia do Festival Brasileiro do Filme de Aventura e Turismo V FATU 2009 e  melhor filme sobre a história naval no V Festival de Cinema de História Militar de 2023); “Aventuras a Bordo do Veleiro PapaLéguas” (melhor filme lusófono do Art&Tur 2013) e “O Mico-Leão-Dourado de Cabo Frio” (melhor filme regional do VIII Festival de Cinema de Cabo Frio – Curta Cabo Frio 2014); “Apocalipse no Cerrado” (melhor longa-metragem documentário do Festival de Cinema Tarrafa 2021 – Audiovisual Amazônico em Rede – Universidade Federal do Pará) e “60 Anos do Primeiro Esquadrão de Helicópteros de Emprego Geral – No ar os homens do mar!”  (melhor documentário Militum 2023 – V Festival de Cinema de História Militar).

 

Siga a Druida Filmes nas Redes Sociais

@druidafilmes

@druidafilmes

 

 

 

Author

Fundador, CEO e Editor-Geral do ArteCult.com (@artecult), Sócio-fundador e Editor-Geral do QuadriMundi (Quadrinhos, Mangás e Animações) @quadrimundi , sócio-diretor do CinemaeCompanhia (@cinemaecompanhia), admin do @portalteamigo no Instagram. Apaixonado pela sua família, por tecnologia e por todas as formas de ARTE e CULTURA.

One comment

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *