BBB 22 – Entrevista com a eliminada: Jade Picon

O poder de influenciar não se limitou à profissão para Jade Picon. No ‘Big Brother Brasil 22’, a agora ex-participante organizou o jogo do quarto onde não só dormiu, mas também fez amigos que a acompanharam até a metade da temporada. Jade saiu da bolha, aprendeu coisas novas, se permitiu viver um romance shippado por todo o Brasil.

Na vitrine do BBB, ditou tendências também fora da casa. Focada, ganhou duas lideranças seguidas, mostrando boa memória e inteligência emocional. E exibiu sua coragem e determinação ao atender o Big Fone.

Jade Picon – Foto: Globo/João Cotta

“O BBB é um jogo em que, ou você fala, ou falam por você. É um lugar em que você tem que se posicionar e foi nisso que eu me agarrei, em ter uma fala firme e forte”, avalia. Mas, como qualquer outro competidor, Jade também demonstrou suas vulnerabilidades: chorou a saída de alguns “lollipopers”, teve que refazer as táticas e chegou ao limite ao não conseguir segurar o xixi na prova de resistência.

Protagonizou, principalmente, uma rivalidade que a eliminou com 84,93% dos votos na berlinda contra Arthur Aguiar e Jessilane, decidida na última terça-feira, dia 8, em um paredão muito aguardo e que teve a segunda maior votação da história do BBB.

Na entrevista a seguir, Jade Picon conta mais sobre o que motivou a rivalidade com Arthur, detalha seu posicionamento no jogo, as escolhas de seus aliados e revela novos planos para a vida pós-BBB.

O que pesou mais na sua trajetória no BBB: a razão ou a emoção?
Acho que, na minha trajetória no BBB, eu fiz um mix entre a razão e a emoção. Às vezes uma sobressaía à outra, mas como uma boa libriana, eu soube dar uma equilibrada. Isso não era uma preocupação minha porque eu tinha as minhas estratégias, mas eu não deixava que elas passassem por cima do meu coração. E também não deixava meu coração mandar em 100% do tempo. Então, eu tentava fazer escolhas equilibradas.

Na sua primeira liderança você surpreendeu o Arthur com uma indicação ao paredão. Mesmo depois de algumas conversas, vocês não conseguiram se entender. Em que momento do jogo você o enxergou como um adversário direto?
Eu enxerguei o Arthur como um adversário direto quando eu falei da segunda chance, mas não houve um movimento de segunda chance de nenhuma parte. Ali eu pensei: ‘bom, então é isso, é alguém que não vai estar próximo a mim no jogo’. Foi no momento em que ele voltou do paredão e a gente não se reaproximou.

Quais os privilégios do líder que você mais curtiu nas suas duas lideranças?
Ser líder é a coisa mais maravilhosa! Eu acredito que o maior privilégio é o quartinho. Tinha muitos looks na minha mala, então o espaço do guarda-roupas era ótimo. O álbum e o momento de colar as fotos também eram muito especiais. Poder montar o seu Vip, que é também uma maneira de montar uma estratégia de jogo foi muito interessante. Eu vivi 14 dias muito bem vividos nas minhas lideranças.

Quais foram os momentos mais emocionantes no programa para você?
O primeiro foi a prova Bate-Volta, que foi um momento em que eu chorei de alívio porque era um medo meu ir ao paredão sem ter tido tempo de mostrar o que eu queria para o público. Toda a prova de quebrar os porquinhos foi muito legal e emocionante para mim. Outro momento foi a minha primeira prova de liderança. Eu me esforcei muito e a dinâmica era bem difícil. Eu ficava pensando: ‘Jade, só depende de você. Você consegue, vai, vai, vai!’. E foi. Então, eu fiquei muito feliz. As minhas lideranças permitiram com que eu me aproximasse mais das pessoas da casa. Eu não repeti as pessoas no cinema do líder, nos almoços. Eu consegui levar praticamente a casa toda para o Vip, para o almoço ou para o cinema. Além da prova Bate-Volta e das minhas lideranças, o Big Fone foi, com certeza, outro grande momento. Foi uma coisa inexplicável para mim eu ter acordado no meio do nada, ter sentido que algo muito forte iria acontecer. Ter me trocado, sentado no sofá, afastado o banco para eu não tropeçar, sentindo que iria tocar. Foi muito doido na hora que tocou. Eu falei ‘Meu Deus do céu, era para eu ter acordado, era para ser’.

Mesmo sendo muito próxima de nomes como Paulo André, Pedro Scooby e mesmo do Arthur Aguiar, no início do jogo, você decidiu jogar junto com os Pipocas do quarto Lollipop. O que fez você tomar essa decisão?
Eu acredito que pelo fato de ser o meu quarto, eu me apeguei a isso de ser o lugar onde eu dormia, onde ficavam minhas coisas, onde já havia um grupo meio formado; eu senti que daria para jogar junto com eles. Porque os meninos eram muito divertidos, eu adorava passar o tempo com eles, mas na hora de jogar eu não os via muito ativos. O Scooby e o PA – principalmente o Scooby – não falavam muito de jogo. E no Lollipop eu senti essa abertura para conversar sobre o assunto.

Muita gente te enxergava como a “cabeça estrategista” do seu grupo. Você concorda que tinha essa posição de liderança junto aos seus aliados?
Confesso que lá de dentro eu não via dessa forma, era sempre um espaço que a gente criava. Eu de fato convocava as reuniões, falava ‘gente, bora reunir, bora pensar’. Mas eu não determinava o que seria feito. Eram momentos em que a gente parava, levantava as ideias, avaliávamos as opções e o que cada um se sentia confortável de fazer. Até porque cada um do Lollipop se envolvia com alguém de fora: eu com o PA; Eli com a Naty; a Eslô com o Lucas… Então a gente procurava um caminho em comum. Mas eu não me via como a “cabeça” do Lollipop, e sim como alguém que, lá dentro, ajudava a organizar os pensamentos e gostava de jogar, era algo que eu amava. E as pessoas me davam esse espaço de pensar, escutar e de a gente achar uma estratégia viável que poderia ou não ser seguida, como a gente viu aí.

Você viu suas amigas do quarto Lollipop saírem uma a uma. Em algum momento pensou em mudar a estratégia?
O louco é que a minha estratégia foi sempre me jogar na experiência e fazer o que o meu coração mandava de acordo com a minha leitura do jogo. Mas acaba que, lá dentro, você acredita no que você quiser, então eu acho que eu não queria acreditar que as minhas amigas estavam saindo por ter algo de errado com o círculo em que eu estava, pelo fato de eu estar tão envolvida com as pessoas. A gente levantava esse questionamento: ‘será que é a gente ou será que são as pessoas individualmente?’ Lá a gente não tem as respostas concretas do que está certo realmente. Eu ficava com medo de não ser leal às pessoas que estavam ao meu lado.

O que você acha que levou à sua eliminação?
Eu ter acordado no meio do nada, atendido o Big Fone, e ter batido na mesma tecla. Lá dentro eu tinha essa questão com o Arthur, que foi criada no meio do programa, não foi resolvida e eu coloquei na minha cabeça que precisava ser resolvida para que eu criasse outras movimentações na casa. E eu quis pagar o preço para ter a minha resposta e tive. Então, acredito que foi isso: passou pela minha cabeça puxar outra pessoa que eu considerasse um adversário não tão forte. Mas eu falei ‘vou ser coerente do início ao fim, e vou resolver com essa pessoa nem que eu saia’. E saí.

Se pudesse, hoje você teria indicado outra pessoa no lugar do Arthur ao atender o Big Fone?
Acredito que seria burrice minha, agora, vendo todo o panorama do jogo de fora, falar que eu faria o que eu fiz. Pode ter sido precipitada a minha atitude, mas foi o que eu senti que eu deveria ter feito na hora. Mas vendo agora de fora, acho que poderia ter sido mais inteligente ter colocado outro adversário.

Você chegou a mencionar que o relacionamento com o Paulo André não viraria um namoro aqui fora. Mas você acredita que o relacionamento beneficiou sua estratégia de jogo?
Não sei se a minha estratégia de jogo, mas a minha estadia na casa, com certeza. Deixou os meus dias mais leves; era um abraço a que eu recorria; uma brincadeira que a gente fazia. O PA, antes de qualquer coisa e mais do que qualquer coisa, foi um grande amigo meu lá dentro. A gente se zoava, a gente dançava, a gente brincava. Foi alguém que me fez muito bem na casa.

E as amizades? Quais foram as mais especiais e que você deseja manter fora do reality?
Eu tive um bom relacionamento com quase toda a casa. O Pedro e o PA, em especial; o quarto Lollipop; a Lina. Acredito que aqui fora eu vou ter uma boa relação com todos.

O que achou dos memes que fizeram com você na casa?
Eu dei muita risada! O meu meme caindo da cadeira no monstro, meu meme falando do pão com ovo…Ainda tem muitos outros para ver, mas com os que eu vi eu já chorei de rir. Só não fiz xixi de tanto rir porque eu deixei isso lá para dentro da casa (risos).

Que movimentos você acredita que podem acontecer nas próximas semanas do jogo?
Eu acredito que agora o pessoal deve ir com tudo para cima do quarto Lollipop, porque ninguém de lá que bateu no paredão voltou para contar história; eu inclusive. Então, acredito que essa seja uma movimentação da casa. E não sei se as pessoas do Lollipop vão se juntar a Lina, Jessi e Naty porque teve também uma briga delas com os meninos; o Lucas se afastou também. Não sei exatamente como o jogo vai seguir, mas acredito que agora a casa vai dar uma mexida.

Antes de entrar na casa você afirmou que o BBB seria uma forma de sair da sua zona de conforto, de experimentar algo diferente de tudo que já tinha vivido. Quais as diferenças entre a Jade que entrou no BBB e a que está saindo? O que você leva dessa experiência?
Nossa, muitas diferenças! No Big Brother Brasil, você passa por coisas e sente coisas que você jamais sentiria no mundo aqui fora. É uma experiência muito única que pouquíssimas pessoas tiveram o privilégio de viver de verdade. Cada momento lá te agrega em algum sentido. Eu realmente me joguei lá dentro. Hoje eu sinto uma abertura maior para conhecer histórias diferentes, de me aprofundar nelas; de ter a fala ativa. O BBB é um jogo em que, ou você fala, ou falam por você. É um lugar em que você tem que se posicionar e foi nisso que eu me agarrei, em ter uma fala firme e forte. A jade que entrou lá dentro não aplicava tanto isso na vida quanto aprendeu a aplicar lá. Foi muito importante para mim. Fora todas as tarefas que eu aprendi, né? Lavar roupa, passar um cafezinho, comer uma rapadura e várias outras coisas que eu aprendi e que vão vir aqui para fora também.

Quem tem mais chances de levar o prêmio, na sua opinião? E para quem fica sua torcida?
Não tenho a menor ideia, de verdade. Eu percebi que a visão lá dentro é totalmente diferente da visão aqui de fora. É uma loucura, eu não sei mesmo quem tem mais chances de levar esse prêmio. Ainda tem mais de 45 dias pela frente e muda muito o jogo de acordo com o que vai rolando. Vou estar aqui assistindo.
Estou torcendo para as pessoas que me faziam bem lá dentro: Pedro, PA e a galera do meu quarto.

Tem planos para a vida pós-BBB? Pretende aproveitar a visibilidade para tentar outros caminhos, além das redes sociais e da sua marca?
Com certeza, do mesmo jeito que eu me joguei em novas experiências dentro do BBB, esse é um movimento que eu quero fazer fora dele, também. Estou aberta a muitas oportunidades que virão, tenho muito interesse em fazer trabalhos como atriz – sempre foi um sonho meu – e acredito que portas se abrirão. Estarei lá, tocando na maçaneta ou não – veremos –, aproveitando.

O ‘BBB 22’ tem direção artística de Rodrigo Dourado, direção de gênero de Boninho e apresentação de Tadeu Schmidt. O programa vai ao ar de segunda a sábado, após ‘Um Lugar ao Sol’, e domingos, após o ‘Fantástico’.

Author

Jornalista por paixão. Música, Novelas, Cinema e Entrevistas. Designer de Moda que não liga para tendência. Apaixonada por música e cinema. Colunista, critica de cinema e da vida dos outros também. Tudo em dobro por favor, inclusive café, pizza e cerveja.

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