AC Entrevista – Além do ator, conheça mais sobre o diretor, roteirista e músico de João Côrtes

Que João Côrtes é um artista multifacetado, todo mundo já sabe, porém agora poderemos conferir nas telas um outro lado do ator. Em 2020, João lançaria seu primeiro longa como diretor e roteirista “Nas Mãos de Quem Me Leva”, que por conta da pandemia do COVID-19,  foi adiado.

“Elevador Gourmet” também está chegando. João, que foi vice-campeão do programa PopStar em 2018 e foi coapresentador em 2019, lançará seu CD.  Podemos dizer que a música vem de berço, já que ele é filho de Ed Côrtes, um grande saxofonista e compositor brasileiro.

O ArteCult conversou com o artista, que também contou sobre seu projeto na quarentena “Troca Comigo”.

Confira abaixo nossa entrevista na íntegra:

 

João como foi sua experiência como diretor e roteirista?

Foi um processo repentino e, de certa forma, orgânico. Eu comecei a escrever o roteiro do meu longa, simplesmente por já gostar muito de escrever, e ter a ideia na cabeça. As cenas foram fluindo, os personagens se fizeram no papel e, em uns 7-8 meses, eu tinha o roteiro finalizado na mão. Como diretor, foi justamente por querer muito transformar essa história em imagem – eu sabia exatamente o que queria de cada cena, de cada plano… Então estava muito focado em fazer acontecer. Filmamos de maneira 100% independente, com grana do bolso, e foi uma aventura. Extremamente desafiadora, eu entendi e experienciei na pele o quão difícil é fazer cinema. O quanto requer de um diretor. De energia, de coragem, de resiliência…  Eu cresci muito como artista e como ser humano.

 

João Côrtes – Foto: Marcos Duarte

Por conta da pandemia, seu longa foi adiado. Mesmo sabendo que está pronto, você tem vontade de aproveitar esse tempo para mudar algo?

Sempre dá pra mudar, pra melhorar, né? Acho que sempre vamos ter coisas pra mexer, e aprimorar, esse processo não tem fim. Eu sou super inquieto como artista, e é natural que sejamos minuciosos e exigentes com nossas próprias obras. Toda vez que assisto, percebo algo que poderia ter sido diferente… Mas é normal. A vontade de mudar existe, mas eu estou muito satisfeito com o resultado, e como o filme está agora.

Você vai estrear em duas séries. Como está a expectativa?

Está grande! Foram dois projetos que exigiram muito de mim. Eu trabalhei duro, intensamente, me entreguei de corpo e alma, vivi o processo – nas duas séries. E acredito muito no potencial delas, no poder dessas histórias. E que são completamente diferentes uma da outra.  Linguagens e dinâmicas bem distintas. “O Hóspede Americano” é uma série épica, grandiosa, que se passa na Amazônia, em 1914.  Já “Sala dos Professores” é uma série leve, humorística, bem atual – sobre a vida de 9 professores de uma escola privada de SP. To bem ansioso pra ver o resultado, e para que as pessoas assistam.

Você se sente diferente como ator, depois da experiência com diretor e roteirista?

Totalmente. Escrever e dirigir me fez um ator mais completo, com uma visão sobre a indústria, sobre o set de filmagem, sobre o ofício, muito mais ampla. E profunda. Eu particularmente, me tornei melhor ator, por ter sido diretor, por entender o que um diretor precisa, o que se passa na cabeça quando está dirigindo, e como funciona a dinâmica por trás das câmeras. Não só te leva para um outro lugar de respeito, mas também no sentido técnico da coisa.

 

Existem outros roteiros prontos?

Existem! Tem um curta-metragem que escrevi, chamado “Flush”, que está finalizado. Também nesse processo de inscrição em festivais. O roteiro é meu, e direção do Diego Freitas. Eu e Nicolas Prattes protagonizamos a história.
Além de Flush, estou co-escrevendo um roteiro com um parceiro cineasta, um romance/drama jovem (ainda não posso revelar nada, mas em breve…) , escrevi e protagonizei um curta-metragem durante a quarentena , para um projeto de uma produtora de SP (Também em breve vou poder dar mais detalhes), e estou escrevendo meu segundo longa-metragem. Estou bem animado com essa história, tá ficando bem bonita.

 

João Côrtes – Foto: Marcos Duarte

O lançamento do seu CD estava sendo muito esperado, o que pode dizer do projeto?

É um disco de jazz, intitulado “Elevador Gourmet”, que contará com músicas originais minhas, além de algumas conhecidas pelo público com rearranjos com big band e orquestra, uma versão bem diferente da original. Eu espero que as pessoas curtam, se divirtam e tenham tanto prazer em escutar o álbum, quanto eu tive em fazer. Que elas possam se envolver, de alguma forma, com as músicas que eu escolhi cantar. Isso é o que a música faz por mim. Se tiver alguém que chegue em casa, tome uma taça de vinho e queira colocar minhas músicas pra tocar, pra embalar o momento, eu cumpri minha meta.

 

De onde veio a inspiração para o projeto “Troca Comigo”?

Veio de uma vontade minha de dar corda pra esse meu lado apresentador, depois de ter vivenciado o Popstar 2019. Aproveitei a quarentena para criar esse programa em formato de lives, e conversar com todas as pessoas que eu sempre tive vontade, descobrir mais sobre suas histórias, suas carreiras, seus projetos… Tem sido incrível. Falei com gente da moda, da música, do teatro, diretores, roteiristas, atores, autores… Realmente tem sido uma troca muito rica.

 

O que mais mudou para você nessa quarentena?

A minha ansiedade.Essa quarentena tem sido um longo período meditativo, em que eu realmente coloquei tudo em perspectiva. Reconectei e voltei a ter uma convivência diária com a minha família, como há muito tempo não tinha. Refleti muito sobre meu trabalho, sobre a importância do que eu faço, sobre o quanto eu realmente amo escrever e dirigir. E o quanto que esse lado cresceu dentro de mim. Eu tenho certeza que vou voltar a trabalhar, quando tudo se normalizar, com muito mais força. Com um olhar fresco e renovado. Fora isso, tenho lido , e visto todos os filmes e séries que estavam na fila. Coisas lindas, muito bem produzidas, inspiradoras.

 

 

 

 

 

 

Author

Jornalista por paixão. Música, Novelas, Cinema e Entrevistas. Designer de Moda que não liga para tendência. Apaixonada por música e cinema. Colunista, critica de cinema e da vida dos outros também. Tudo em dobro por favor, inclusive café, pizza e cerveja.

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