TREM-BALA: Novo filme do diretor de Deadpool 2 tem ação escapista, frenética e intensa

 

Trem-bala pode ser definido como um filme de ação intensiva, com bastante violência gráfica e que, para o público que se satisfaz com apenas isso, não decepciona pela qualidade dos efeitos, porém, para os mais exigentes por conteúdo na história…

O diretor David Leitch (“Deadpool 2” e “Atômica”) cria um bom filme de ação, frenética e violenta, com um ritmo empolgante e sem apelar para cortes rápidos entre os enquadramentos. Até o humor carregado consegue divertir e descontrair, a ponto de conseguir se harmonizar um pouco com a violência e, no final, acaba casando bem com a ação proposta.

Alguns recursos relacionados à criação desse humor até possuem boa finalidade, o principal deles é a forma como se estabelece a sorte através da má sorte, algo controverso, mas que na prática funciona ao ser aplicada na trajetória de Joaninha (Brad Pitt), pois ele sempre tem êxito e facilidade para sair das situações de risco mortais, mas que o atrapalham para chegar a seu objetivo principal: recuperar uma maleta no bagageiro de um trem-bala e sair dele o mais rápido o possível. Para cada breve momento de sorte que tem, é recompensado pela infelicidade de perder uma parada e ter que permanecer vivo até a próxima estação, o que acaba se tornando uma tarefa cada vez mais difícil.

Os outros personagens no trem demoram para serem bem estabelecidos, já que o primeiro ato não estabelece o cenário de fundo da narrativa, apenas os acrescenta e nos faz esperar as coisas acontecer, sem apresentar nenhuma motivação concreta sobre o objetivo ou alguma informação sobre o porquê de todas aquelas pessoas estarem no trem fazendo essa viagem. Só depois que começam a se confrontar com, cada vez mais constância, que é acrescentada alguma explicação.

O roteiro tenta ser inventivo e provocar reviravoltas extraordinárias, inserindo personagens de última hora e  explicando as suas origens através de flashback que, por incrível que pareça, acaba tendo alguma relação ou conexão com outro personagem, mas essas reviravoltas acabam sendo forçadas e nunca funcionam, já que na maioria das vezes, esses personagens são usados apenas como recurso de atraso temporário e para prolongar a viagem do protagonista. Em seguida é simplesmente descartado logo.

A duração do filme é outro problema, em diversos momentos o filme tenta se prolongar e não consegue criar história suficiente para compor as 2h10 de duração, afetando inclusive o desfecho que é enrolado e fica adiando o que poderia ter sido feito e solucionado minutos antes.

Alguns elementos utilizados para compor a ação no início são até bem estabelecidos, mas quando a coisa começa a ficar mais intensa, o roteiro quebra as próprias regras somente para não atrapalhar os combates físicos, além de ignorar a existência de outros passageiros que, em um momento, estão dividindo o vagão com os personagens principais, mas quando vem a calhar, esses mesmos passageiros simplesmente desaparecem quando convém, para não ter o risco de machucar inocentes, isso quando os protagonistas não são colocados em uma situação extremamente exagerada e conseguem contornar completamente essa experiência de quase morte.

O que talvez ajude a disfarçar esses gaps é o elenco de grandes nomes, que até tem ótimas performances, já que cada personagem tem uma personalidade forte e marcante, como por exemplo a relação entre o Tangerina (Aaron Johnson) e o irmão Limão (Brian Tyree Henry) que compara todos ao seu redor com personagens de Thomas e Seus Amigos. Mesmo sendo bobo, é uma das poucas coisas memoráveis que esse filme consegue criar.

Trem-Bala é um divertido filme, empolgante, que até consegue tirar o fôlego em uma cena ou outra, mas que mesmo sabendo bem brincar com o azar, ainda tem uma história fraca e poderá ser facilmente esquecível, sendo apenas uma diversão escapista para ocupar o tempo livre.

NOTA: 5,5

BRUNO MARTUCI

 


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Colaborador de CINEMA & SÉRIES dos sites ARTECULT.com, The Geeks, Bagulhos Sinistros, entre outros.

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