Los Silencios – Quando o silêncio fala mais que qualquer palavra

 

Enquanto o mundo debate problemas migratórios, culturais, construção de muros e tantas outras coisas, muitas vezes esquecemos de olhar para estas importantes questões onde ela realmente importa: no sofrimento de quem as vive.

É sobre essa premissa certamente óbvia, mas, nem sempre tão bem explorada que a diretora  Beatriz Seigner nos entrega o novo longa Los Silencios.

O filme conta a história de Amparo (Marleyda Soto) e seus dois filhos, que chegam durante uma noite, refugiados da Colombia em uma pequena embarcação numa cidade que fica na divisa entre Colômbia, Brasil e Peru, sendo governada de forma local e independente dos três países.

No filme temos a dimensão clara do que é ser um refugiado, e a diretora (que também assina o roteiro) merece todos os méritos por isso. A mãe é uma mulher que se sente sozinha, e portanto se agarra a figuras do seu passado para buscar forças, ao mesmo tempo que não pode voltar para onde veio, não se sente completamente aceita de para onde está se refugiando.

Ao mesmo tempo que percebe que seu filho mais novo parece, com a ausência paterna, ter perdido a referencia de família, e com isso buscando novas influencias para si, o que aflige a mãe. Como se não bastasse, com o marido e a filha mais velha desaparecidos, aquela mulher não tem a dignidade de um enterro e nem sequer dinheiro para de fato seguir em frente com sua vida, até porque, o fato de ser uma refugiada, a limita a empregos por “poder atrapalhar a ordem e tranquilidade”do lugar.

Assim, tudo que resta para essa mãe de fibra é o silêncio. O silêncio de quem luta, de quem não se sente mais pertencente a nada. Silêncio de quem se sente invadindo algum lugar. E ao menos, convive com o silêncio de quem está lá somente para dar forças, e nesse sentido meus amigos, o plot twist é de comover e levar as lágrimas por ser extremamente íntimo e verdadeiro.

Portanto meus amigos, num mundo onde vemos das notícias mais trágicas possíveis em relação às imigrações, como pessoas entregando marmitex de comida misturadas com pedaços de vidro (só para citar as mais recentes), sejamos o apoio que essas pessoas precisam para que o silêncio não seja ensurdecedor, mas, no mínimo reconfortante.

Confira o trailer desta verdadeira obra de arte e assistam. Trata-se de um filme para levar para a vida!

Confira o trailer:

 

 

 

 

Bons filmes e nos vemos em breve! 😉

JOÃO FRANÇA FILHO (@CINESTIMADO)

Siga nosso Instagram!

 

 

Acompanhem-nos em nossas redes sociais:

@artecult , @cinemaecompanhia , @tiltcine@cabinesete ,  @cinestimado e @resetdepoisdever

Acompanhe o resumo do dia do universo de Cinema & Séries:

 

 

 

Author

Sou natural de São Paulo e minha paixão pelo cinema começou quando tinha 15 anos. Meu irmão tinha uma das hoje extintas videolocadoras, a qual tive o prazer de trabalhar, e entre a abertura e o fechamento dela aos domingos (dia em que ficava por lá), colocava vários títulos para rodarem pela televisão, o que foi aguçando minha paixão pela sétima arte. A necessidade de escrever, no entanto, começou depois. Não lembro ao certo quando, mas, o fato de assistir um bom filme no cinema e muitas vezes não ter com quem compartilhar, me deixava literalmente engasgado. Foi assim que comecei a escrever críticas em meu facebook pessoal e, em uma experiência profissional no Rio de Janeiro, uma amiga me alertou que queria divulgar mais minhas críticas para seus amigos, e que talvez seria legal eu pensar num perfil que não pessoal. Foi ai que nasceu o @cinestimado. Administrador de formação e pós graduado em finanças corporativas, apaixonado pela minha profissão, tenho em meus textos comentários técnicos do que aprendo por curiosidade lendo sobre cinema e principalmente pela paixão que tenho pela sétima arte. instagram.com/cinestimado e e-mail para contato: jb.francafo@gmail.com.

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *