GODZILLA vs KONG: O confronto empolgante dos dois titãs

 

O monstro-verso não é atualmente um dos universos compartilhados mais bem elaborados do cinema, mas pelo menos cada um dos 3 filmes lançados anteriormente (“Godzilla”, “Kong – A Ilha da Caveira” e “Godzilla 2- Rei dos Monstros”), funcionam separadamente, retratam e focam bem o monstro que protagoniza seu próprio filme, sem precisar jogar o tempo todo elementos e informações para lembrar que são filmes que ocorrem no mesmo universo, mesmo assim, são estabelecidas as devidas conexões necessárias para que o grande confronto entre Godzilla e King Kong aconteça. E no confronto entre os dois titãs, o novo filme da Warner Bros, “GODZILLA vs KONG“, não decepciona, a direção de Adam Wingard, além de proporcionar momentos épicos, cheias de brigas raivosas e muita destruição, proporciona um espetáculo visual através de sua fotografia, utilizando várias tonalidades de cores que remetem ao ambiente de discórdia e devastação e também de cores neons na batalha de Hong Kong, que deixam o confronto mais atrativo, dando a sensação de que o que estamos vendo é um espetáculo de entretenimento com duas lendas do cinema. Temos ainda o jogo de câmera com ótimos enquadramentos, o que provoca desorientação quando Kong e Godzilla começam a lutar e a destruir tudo à sua volta, posicionando o espectador no local, sem perder o foco, o que incrementa nossa sensação de imersão na história.

“GODZILLA vs KONG”. Foto: Divulgação Warner Bros Pictures

Os outros monstros que aparecem rapidamente durante o filme são bem aproveitados, explorando suas capacidades como predadores de outras criaturas, o que também serve para apresentar novos cenários com designs que nos remetem a mundos perdidos, inexploráveis e habitados por seres lendários. Mas apesar da existência também dessas criaturas no lonng que até servem como obstáculos para os personagens humanos, o destaque continua sendo para Godzilla e King Kong.

“GODZILLA vs KONG”. Foto: Divulgação Warner Bros Pictures

Os combates entre ambos são empolgantes, mas existem várias falhas e lacunas que não são bem respondidas (ou nem sequer existe a intenção de responder) , principalmente sobre Kong, que logo no início, já aparece sendo monitorado pela Monarca, na Ilha da Caveira, sem explicar quando e como eles se estabeleceram lá, além de nem ser abordada direito a ausência dos nativos da ilha que veneravam o Kong. Ou seja, em termos narrativos, Kong é muito mal estabelecido, o roteiro apenas cria um motivo para ele sair da ilha, ou seja, para começar a batalha com o Godzilla.

Em compensação, a trama de Godzilla é um pouco mais sólida, envolvendo também o mistério do porquê ele começou a atacar a população, que, mesmo sendo fraco, funciona para motivar o encontro entre os Titãs.

“GODZILLA vs KONG”. Foto: Divulgação Warner Bros Pictures

E para criar os caminhos para a grande batalha entre Godzilla e Kong, o roteiro usa os personagens humanos para ajudar nesse avanço, mas na maioria das vezes os humanos têm arcos bem fracos já que só estão lá para explicar, nos mínimos detalhes, sobre o que está acontecendo: o que faz o Godzilla atacar as cidades, o porquê dos dois titãs vivem brigando, etc. São esses momentos de interações humanas que menos nos empolgam.

“GODZILLA vs KONG”. Foto: Divulgação Warner Bros Pictures

Os humanos que mais interagem com Kong, com destaque aos personagens de Rebecca Hall e Alexander Skarsgård, são os que pelo menos dão uma mínima contribuição para o sucesso de Kong em alguns momentos, mas desses personagens humanos, a que mais apresenta uma funcionalidade para ajudar na interação com o Kong é a garotinha surda (interpretada por Kaylee Hottle) que se comunica diretamente com ele. Mas quando se trata dos humanos que tentam entender o comportamento do Godzilla, isso deixa a desejar, pois nesse caso os personagens de Millie Bobby Brown, Brian Tyree Henry e Julian Dennison possuem apenas a função de expor tudo de modo verbal. Além disso, temos o verdadeiro antagonista, que já em sua primeira aparição no início, percebemos suas intenções egoístas e gananciosas, mas quando chega o momento do seu discurso motivacional maligno, este fica bem genérico, só para mostrar quem são os verdadeiros monstros no planeta.

“GODZILLA vs KONG”. Foto: Divulgação Warner Bros Pictures

 

Um ponto importante: as batalhas entre Godzilla contra o Kong foram produzidas para serem vistas em uma tela grande, em uma sala IMAX para ser mais específico, onde a empolgação seria maior, mas mesmo desfrutando de outras formas de exibição, Godzilla vs. Kong é um filme que vale, apenas para ver essas duas lendas dos cinemas se enfrentando em um filme com uma ótima qualidade técnica.

CONFIRA O TRAILER!

 

NOTA: 6,5

BRUNO MARTUCI

 


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Colaborador de Teatro Musical e CINEMA & SÉRIES dos sites ARTECULT.com, The Geeks, Bagulhos Sinistros, entre outros.

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