SING 2: Uma animação que vale apenas pelas músicas tocadas no filme

 

Tirando os dois primeiros filmes da franquia “Meu Malvado Favorito”, a Illumination poucas vezes trouxe uma animação com um grande nível de qualidade na história ou na dedicação de criar um filme, no mínimo, bom e divertido. “Sing 2”, infelizmente não é uma exceção.

Apesar da técnica de animação ser muito boa, nota-se uma falta de consideração pela história, onde parece que os realizadores estão mais preocupados em desenvolver um projeto para ocupar o calendário e trazer algum retorno financeiro para o estúdio, do que criar um filme com um pouco de paixão pelo projeto, algo que, comparado aos filmes da Disney e da Pixar, fica muito evidente , ainda mais quando as histórias desses estúdios apresentaram uma relação pessoal com seus diretores, quando o carinho e afeto que eles possuem pelos projetos são aplicados ao ritmo, o que dá à história um grande diferenciado emocional. É infelizmente algo que falta muito em “Sing 2”, pois o emocional é bem importante para comover o espectador.

Cena de “SING 2” . Fotoo: Universal Pictures.

Mas de forma geral, o filme não é ruim, já que tem um bom uso da mise en scène ao contar um pouco do passado do personagem Clay Calloway (dublado por Bono na versão original e por Paulo Ricardo na versão brasileira) mostrando sua relação com sua esposa, o que chega a ser chocante pelo o que é colocado para mostrar toda a trajetória desse relacionamento. A cena é tocante, contando a história somente através da imagem, com uma música diegética no fundo para destacar mais o sentimento do personagem.

Cena de “SING 2” . Fotoo: Universal Pictures.

Aliás as escolhas musicais são o que mais chama atenção, com diversos hits do POP e com números musicais mais surreais e majestosos visualmente. Dessa forma, não há a preocupação de ter que explicar muita a lógica por ser um filme animado de animais que cantam e dançam, fazendo o público bater o pé no ritmo da música pelo menos uma vez durante alguma das apresentações que empolgam por conta das músicas escolhidas.

A direção pega alguns dos elementos que deram certos no primeiro filme, e replica novamente nessa sequência algumas cenas, como a das audições, que aqui é inferior comparado ao filme anterior, mas o desfecho com as apresentações individuais dos personagens tem bem mais dedicação no nível de produção e criatividade.

Cena de “SING 2” . Fotoo: Universal Pictures.

O humor criado é bem bobo e nem mesmo os personagens criados para serem o grande alívio cômico conseguem tirar uma risada alta do espectador. O vilão é quase insignificante, já que os obstáculos que ele cria para os personagens em nada os impedem de continuar o show, além dele ter um temperamento instável e genérico, não conseguindo passar assim uma imagem ameaçadora.

Cena de “SING 2” . Fotoo: Universal Pictures.

Os arcos de cada personagem que passa por uma determinada dificuldade relacionada ao show que estão prestes a fazer, varia muito entre o plausível e o fraco. Alguns fazem até sentido pela personalidade dos personagens, como no caso de Meena (dublada por Tori Kelly na versão original, e pela Sandy na versão brasileira), que devido à sua timidez, possui dificuldade de fazer uma cena romântica nos palcos, ou de Johnny (dublado por Taron Egerton na versão original e por Fiuk na versão brasileira), que tem que aprender a dançar, mas as aulas mais o atrapalham do que o ajudam. Temos outras dificuldades como a da porquinha Rosita (Reese Witherspoon) e seu medo repentino de altura, que parece que foi colocado no roteiro aleatoriamente, sendo um dos conflitos de personagem mais fracos do filme.

Cena de “SING 2” . Fotoo: Universal Pictures.

Sobre a dublagem brasileira, assim como na versão original, temos diversos nomes da música brasileira ajudando a compor o elenco, mas isso apenas serve para atrair o público e os fãs desses cantores, pois quando os personagens cantam, as músicas não são traduzidas e muitos dos cantores convidados não sabem atuar, como Lexa que dubla Porsche. Nesse caso, não bastando a personagem ser vazia, mimada e sem nenhum pingo de carisma, a cantora não tem um bom desempenho no trabalho de voz, o único momento convincente que tem é quando a personagem atua mal. No entanto, boa parte do elenco de dublagem está bem, com destaque a Wanessa, Sandy e Paulo Ricardo, que mesmo não cantando devidamente, fazem um bom trabalho emprestando suas vozes aos personagens do filme.

CONFIRA O TRAILER

“Sing 2” pode até empolgar nas cenas musicais, mas falha no entretenimento e na falta de uma dedicação maior para criar um filme memorável. Após uma semana em cartaz, será provavelmente esquecido, já que nem mesmo o elenco forte de dublagem consegue sustentar o filme.

NOTA: 5,5

BRUNO MARTUCI


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Colaborador de CINEMA & SÉRIES dos sites ARTECULT.com, The Geeks, Bagulhos Sinistros, entre outros.

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