ATHOS ABRAMO – O Crítico Reencontrado: Obra recupera a história do teatro brasileiro do século 20

 

Lançamento dia 19 de janeiro, 19h – sede Roosevelt /SP.

Mais do que resgatar a trajetória e a obra de Athos Abramo, um dos pioneiros da crítica teatral paulista, numa época em que esta atividade ainda se formava, o livro “Athos Abramo – o Crítico Reencontrado” é importante documento sobre uma notável família de descendentes de imigrantes italianos, responsável por revolucionar o meio jornalístico no século 20. Com seus projetos editoriais nos jornais Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo, os Abramo imprimiram seu nome como uma família influente na arte, na política e na imprensa brasileiras. As resenhas de Athos e o depoimento da filha, a professora Alcione Abramo, são registros fundamentais sobre a cultura e a urbanização de São Paulo nas décadas de 1940 a 1970. Organização de Alcione Abramo e Jefferson Del Rios, a publicação do selo Lucias tem edição da Associação dos Artistas Amigos da Praça (Adaap), entidade responsável, entre outros projetos, pela gestão da SP

Escola de Teatro. Editada, em parceria com a editora Giostri e o Itaú Cultural, a obra terá preço de venda popular, de R$ 30.
Filho mais novo de uma grande família, Athos e seus irmãos deixaram marcas de sua importância – Claudio foi o jornalista responsável pela reformulação / modernização dos dois principais jornais do País, O Estado de S. Paulo (1948-1963) e Folha de S. Paulo (1965-1987); Fúlvio, também jornalista de longa trajetória, trabalhou na icônica revista Realidade; Lívio, ilustrador e gravurista, teve reconhecimento internacional; Lélia, respeitada atriz de teatro, presidiu o Sindicato dos Artistas nos anos 70. Filha de Cláudio com a crítica de arte Radha Abrama, Bárbara Abramo é astróloga, irmã da designer gráfica Berenice Abramo e também do jornalista Cláudio Weber Abramo. Vale citar, ainda, o jornalista Perseu Abramo, sobrinho de Cláudio.

A seleção de críticas, a partir de recortes de jornais guardados em família e fontes documentais do Arquivo Público do Estado de São Paulo, resgata a história de alguns dos artistas mais importantes do século 20. Em passagem sobre a saga da família, o leitor vai se deliciar ao saber que os irmãos Abramo vivenciaram o rico contato com artistas plásticos, escritores e poetas da Semana de Arte Moderna de 1922. Entre passagens memoráveis, o leitor encontrará informações valiosas sobre a inauguração do Teatro de Arena, o TBC, a estreia de Roda Viva, além de trechos saborosos a respeito de Cacilda Becker, ainda no início de carreira, e a consagração de Antunes Filho. Além de reunir as críticas, programas, cartazes e textos, o volume traz Célia Helena (1936-1997), Décio de Almeida Prado (1917-2000), Maria Della Costa (1926-2015), Oduvaldo Vianna Filho (1936-1974), Paulo Autran (1922- 2007); Raul Cortez (1932-2006), Gianfrancesco Guarnieri (1934-2006), Ziembinski (1908-1978) e Nelson Rodrigues (1912-1980), entre outros.

Jeffeson Del Rios conta :

“Os integrantes da família Abramo sempre foram discretos quanto à vida pessoal. Trabalhei, contratado, treze anos no jornal Folha de S. Paulo, e mais cinco como colaborador. Cláudio Abramo, ao me convidar para ser crítico teatral, não me disse ser irmão de Athos Abramo. Perseu Abramo, sobrinho de Cláudio e editor de Educação, não mencionou ser filho de Athos. Só em conversas com Lélia Abramo, tomei conhecimento do grupo amador ítalo-brasileiro I Guitti, e surgiu o nome de Athos Abramo”.

Na visão de Del Rios, o livro amplia a documentação publicada sobre a história do teatro paulista:

“já presente em estudos de Décio de Almeida Prado, Miroel Silveira, Sábato Magaldi, Maria Thereza Vargas, além de teses e biografias escritas por outros estudiosos. Sob o risco de omitir nomes, cito Alberto Guzik, Berta Waldman, Berenice Raulino, Roseli Figaro, Armando Sérgio da Silva e o trabalho dos autores de biografias editadas na Coleção Aplauso, da Imprensa Oficial”.

Para Ivam Cabral, diretor executivo da SP Escola de Teatro:

“ao leitor contemporâneo, conhecer um período fundamental da história do teatro brasileiro pelas resenhas de Athos Abramo é uma experiência singular”. Ivam ressalta que “o contato com essa obra será capaz de despertar uma impactante nostalgia tanto aos que viveram quanto aos nascidos posteriormente a essa época em que houve a modernização de nosso teatro”.

Marcio Aquiles, um dos coordenadores editoriais do projeto, ressalta o caráter democrático dos textos de Athos “que abordavam montagens de Cacilda Becker a Ary Toledo, e a impressionante cobertura do trabalho de Procópio Ferreira no ano de 1945 (foram cinco textos sobre encenações das quais o ator participou)”. Para Aquiles, o livro “recupera fabulosas narrativas e mostra a militância de Athos em prol da popularização do teatro”.

Sobre Alcione Abramo – nasceu na cidade de São Paulo, filha de Athos Abramo e Átea Tommasini Abramo, e irmã do jornalista Perseu Abramo. Cursou o segundo grau na Escola Estadual Presidente Roosevelt, onde teve como professores Décio de Almeida Prado, em filosofia, e Maria Simões, em história. Obteve bacharelado e licenciatura em história na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo. No início da década de 1960, fez pós-graduação em evolução urbana na Faculdade3 de Arquitetura e Urbanismo da USP. Exerceu o magistério de história.

Sobre Jefferson Del Rios – é jornalista, crítico teatral e pesquisador na área de cultura. Como repórter, editor, correspondente no exterior e crítico, tem longa atuação na imprensa paulista: Folha de S. Paulo. Isto É, O Estado de S. Paulo, Valor Econômico, revistas Novos Estudos (Ceprap) e Bravo!. Autor de Bananas ao Vento – Meio Década de Cultura e Política em São Paulo (Editora Senac): O Teatro de Victor Garcia – A Vida Sempre em Jogo; e Teatro, Literatura, Pessoas (Edições Sesc). Trinta anos de suas críticas foram publicadas em dois volumes de Coleção Aplauso (Imprensa Oficial)

 

SERVIÇO / Ficha Técnica

Livro: “Athos Abramo: o crítico reencontrado”

 

  • GIOSTRI EDITORA
  • Organização: Alcione Abramo e Jefferson Del Rios.
  • Lançamento: 19/01/2023. SP Escola de Teatro – Praça Roosevelt
  • ISBN: 978-65-84800-05-2.
  • Edição: Associação dos Artistas Amigos da Praça (Adaap), Itaú Cultural e Editora Giostri.
  • Preço: R$ 30,00.
  • Coordenação Editorial | Selo Lucias – Ivam Cabral, Elen Londero, Joaquim Gama e Marcio Aquiles.
  • Direção geral e curadoria do projeto – Ivam Cabral.
  • Produção executiva – Elen Londero e Joaquim Gama.
  • Assistente de produção – Gustavo Ferreira.
  • Edição dos textos – Marcio Aquiles.
  • Revisão – Jorge Emil.
  • Capa – Tomaz Alencar.

 

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Redação do Portal ArteCult.com - Rio de Janeiro. Expediente: de Seg a Sex - Horário Comerciall. e-mail para Divulgação Artística: divulgacao@artecult.com. Fundador e Editor Geral: Raphael Gomide.

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