MA: Suspense traz toda a magistralidade de Octavia Spencer

Sabe aquela premissa básica que aprendemos quando criança: “Não fale com estranhos”? Pois o novo suspense da Universal Pictures, “MA” traz uma trama que aborda esta máxima. Com uma pegada tensa e apesar de uma narrativa um pouco confusa, o filme possui pontos altos. Dentre eles, sem dúvida, destaca-se a excelente e notória atuação da gigante Octavia Spencer que nos entrega mais uma faceta do seu talento. Confiram a seguir nossa crítica sobre esse horror da Blumhouse.

“MA” aborda o bullying e a forma que ele ecoa na vida da pessoa com o passar dos anos, a estrutura emocional de muitos sofre uma reverberação destes atos e de uma maneira diferente na vida de cada uma das vítimas. Octavia Spencer é a alma da trama e sua personagem, mediante sua excelência em atuar, é disposta de camadas complexas e curiosas, mas que durante o desencadear da história (roteiro) não atinge o potencial brilhante como merecia, o que é uma pena.

Na trama a jovem Maggie (Diana Silvers) e seus amigos, todos menores de idade, estão tentando descolar bebidas alcóolicas em um supermercado quando conhecem a simpática senhora Sue Ann (Octavia Spencer), uma mulher adulta que usa sua identidade para ajudá-los a comprar as bebidas. Contudo, além de conseguir isto, ela decide oferecer sua casa para que eles possam organizar uma festa com o pessoal do colégio. Com o passar do tempo, os eventos realizados na casa da simpática Sue acabam se tornando uma rotina do grupo de jovens, até que estes começam a perceber um comportamento estranho da dona da casa, que, progressivamente, se torna mais obsessiva e perturbadora.

É muito interessante observar o desenvolvimento da personagem principal e assim perceber a versatilidade desta grandiosa atriz. Que mulher, meus amigos, que mulher. A forma sutil e delicada que ela aborda os jovens, seu acolhimento e da ajuda momentânea até seus desdobramentos, quando assume o total controle e demonstrando traços claros de psicopatia, tudo isto apresentado de maneira orgânica e muito bem estruturada por Octavia.

Por outro lado, o roteiro é uma bagunça daquelas, onde sai de um lugar para lugar algum e deixa muitas pontas soltas.

Com direção de Tate Taylor, responsável pelo excelente “História Cruzadas”, aqui ela possui uma mão assertiva nos direcionamentos ao elenco, tornando-se um ponto positivo, pois sabe explorar bem cada personagem, mesmo com um roteiro problemático, dá conta do recado na difícil missão de desenvolvimento da trama. O filme possui também uma boa trilha sonora, que condiz com a atmosfera apresentada com bons planos sequências. Os outros jovens que compõe o elenco fazem seu trabalho de maneira satisfatória, mas quem brilha mesmo é a atriz principal.

Mesmo com algumas pontas soltas e história problemática, “MA” vale a pena ser conferido devido a magistralidade da atriz Octavia Spencer e por entregar um produto do gênero horror que se diferencia das produções contemporâneas do mercado cinematográfico!