BRIGHTBURN – FILHO DAS TREVAS: Inaugurado o subgênero “super-horror”?

Cinema é algo muito subjetivo. E o fato de gostar ou não de um filme depende também da qualidade do produto entregue. Aliás, isso na verdade acaba valendo para quase tudo na nossa vida, não é mesmo? Pois bem, “Brightburn – O Filho das Trevas” (nome no meu ver infeliz em português, pois remete a idéia de um filho de demônio) possui, na minha percepção,  grande valor e digo mais, de certa forma, inova. Acho até que vai ganhar muitos fãs pelo mundo. Não só o filme, o novo gênero que propõe. Eu mesmo tive que vencer meus preconceitos e paradigmas,  afinal, que história é essa de se basear na infância do herói mais poderoso da DC, “fala sério”!

Pois bem senhoras e senhores, o longa, que é um projeto familiar produzido por James Gunn e escrito por seu irmão e primo, “falou sério”. E muito.

Conseguiu  desconstruir a idéia do ser superpoderoso que chega ainda bebê neste planeta e logo descobre seus superpoderes. Desconfio inclusive que sua concepção possa ter ocorrido durante o período em que Gunn namorava com a DC, pois já deu para perceber, desde a estreia de “LIGA DA JUSTIÇA”, o perigo que o mundo corre com um Superman, digamos, não tão bonzinho.

Essa idéia é na verdade devastadora se você considerar todos aqueles superpoderes voltados para a destruição. E a proposta dos Gunn foi muito bem desenvolvida por David Yarovesky, que consegue nos tirar o folego em várias cenas. Excelente diretor da nova safra, Gunm já possui no curriculo filmes como “Guardiães da Galáxia” e o ótimo “A Colméia”. Brighburn traz a história de Brandon Breyer, uma criança alienígena que, dentro de sua nave-berço, cai no terreno de um casal da parte rural dos Estados Unidos e estes decidem adotá-lo.

OK, até aqui você reconheceu a linha-mestra e se for como eu, já até surgiu aquela pontinha de preconceito. Como diria uma amiga querida minha: “garrou ranço”?
Então vamos prosseguir com o enredo: porém… ao começar a descobrir seus poderes, Brandon ao invés de se tornar um herói para a humanidade, passa a aterrorizar a pequena cidade onde vive, se tornando uma força obscura na Terra.

Aqui entre nós, filme de terror bom é aquele que, em algumas cenas, você sabe que vai acontecer, não acontece e páh! Você leva o maior susto mesmo assim. E, no caso de Brighburn, que sustos meus amigos. Já imaginaram o que um Clark Kent psicopata de 12 anos poderia fazer? O filme é recheado de deliciosos (eu usei mesmo esta palavra para filme de terror?) jump scares e efeitos especiais bem produzidos!

O menino Jackson A. Dunn (garoto que trabalhou na divertida série Glow) assusta, logo, sua atuação está bem convicente. Ele faz o papel de Brandonn Breye, um garoto que aos 12 anos tem sua personalidade completamente alterada ao ser “chamado” pela nave que fora escondida pelo pai adotivo no porão do celeiro. Percebe então que absolutamente nada o machuca. Começa a utilizar progressivamente seus superpoderes sem a ciência dos pais, criando então sua roupa de super-heroi (heroi?), sua própria marca (daí os dois B’s da mesma, sendo um B invertido) e seu império de Terror. As nuances do seu personagem e a progressão das suas ações nefastas, no meu ver, foram muito bem trabalhadas pelo diretor e Jackson. A ponto de você ficar reamente irritado com o tamanho cinismo do garoto nas várias mentiras que conta para seus pais adotivos.

E a mesma irritação, ao perceber que sua mãe adotiva faz de tudo para não acreditar no que está acontecendo, o que aliás se caracteriza como mais um dos vários momentos positivos da atuação da prestigiada e premiada Elizabeth Banks.

Além da boa direção e satisfatória atuação da grande maioria do elenco, temos uma trilha sonora muito interessante, adorei as músicas! Efeitos especiais e sonoros? Aqui temos. Estou dizendo, pessoal, Brighburn surpreende em sua abordagem, apresenta em seu DNA tensão de início ao fim e se torna uma boa surpresa quando você compra a proposta da família Gunn. Você acaba curtindo o filme. No meu caso, por exemplo, a cada susto xingava e amaldiçoava em voz baixinha os Gunns, rs.

CONFIRA O TRAILER

 

 

 

 

O filme propositalmente explora um ponto que nos incomoda, principalmente quando se fala normalmente em superpoderes: o de não haver um antagonista a altura, ou seja, quebra este paradigma de haver um antagonista e reforça a situação crítica em que o planeta se encontraria existindo apenas um ser indestrutível assim. Achei interessante… e por si só assustador.

O investimento de 6 milhões de dólares neste novo longa da Sony Pictures vai vingar? Teria nascido então um novo subgênero? Terror super-herói? Ainda não sabemos. O fato é que se você comprar a proposta dos Gunns e (depois de ver este filme e entender o que estou querendo dizer) você vai começar a rezar para que nenhuma nave-berço chegue por aqui neste minúsculo grão de areia cósmica.

 

 

Edit: voltei para adicionar um pedido. Depois de ver o filme visite este post no Instagram oficial de Brightburn (mas repito, o ideal é que seja DEPOIS DE VER O FILME) :

https://www.instagram.com/p/BxxboiIl3FA/?igshid=4vpwivyvetpj

 

RAPHAEL GOMIDE

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Fundador, CEO e Editor-Geral do ArteCult.com (@artecult), Sócio-fundador e Editor-Geral do QuadriMundi (Quadrinhos, Mangás e Animações) @quadrimundi , sócio-diretor do CinemaeCompanhia (@cinemaecompanhia), admin do @portalteamigo no Instagram. Apaixonado pela sua família, por tecnologia e por todas as formas de ARTE e CULTURA.

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