Hoje, dia 29 de outubro, comemoramos o Dia Nacional do Livro, data originada na inauguração da Real Biblioteca no Rio de Janeiro, em 1810, quando, com a vinda da família real, a Real Biblioteca Portuguesa foi transferida para o Brasil. Tornou-se a Biblioteca Nacional. Na época, um acervo de cerca de 60 mil peças, entre livros, manuscritos, mapas etc. Hoje, considerada, pela UNESCO, uma das 10 maiores bibliotecas do mundo.
Para nós do Canal Literatura, que celebramos os livros, os bons autores e suas boas histórias, a data não poderia passar em branco. Convidamos alguns escritores para dividir conosco esse amor e compartilhar uma boa dica de leitura com nossos leitores. Inclusive, muitos deles já foram entrevistados pela gente, estamos também acrescentando os links dessas entrevistas exclusivas!
BOA LEITURA !!
Anotem aí as sugestões destes talentos:
- Um defeito de cor, de Ana Maria Gonçalves – “É um livro fascinante e bem narrado, em que a ficção se constrói a partir de uma pesquisa histórica rigorosa, ancorando o enredo e os personagens na sociedade e no século XIX em que viveram, entre a África e o Brasil”.
(obs: clique AQUI para ver sua entrevista no ArteCult)
- A Terra em pandemia, de Aleilton Fonseca – “Trata-se de um longo poema narrativo que se torna uma ode à angústia em que vivemos, para nos dizer que sempre restará a poesia como nossa salvação”.(obs: clique AQUI para ver sua entrevista no ArteCult)
- Contos completos, de Caio Fernando Abreu – “É meu atual livro de cabeceira. Todos os contos que marcaram a juventude dos anos 1970-80-90 e hoje continuam a nos fazer pensar e chorar”.(obs: clique AQUI para ver sua entrevista no ArteCult)
- Quarenta dias, de Maria Valéria Rezende – “É um livro muito reflexivo, onde podemos conhecer um pouco dos sentimentos mais íntimos do ser humano, além de nos aprofundarmos nas histórias de moradores de rua e da periferia. Pelo que pesquisei, a autora chegou a dormir na rua para escrever o livro. Achei a história maravilhosa! Recomendo!”
(obs: Veja ainda hoje a sua entrevista aqui no ArteCult !)
- Baixo esplendor, de Marçal Aquino – “Nesse novo romance, Marçal Aquino, um dos grandes ficcionistas brasileiros contemporâneos, ombreia com o Velho Graça, Vilela, Torres e Sanches Neto (olha a intimidade!) no meu panteão de mestres”.
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- A noite escura e mais eu, de Lygia Fagundes Telles – “Nesse livro de contos, a autora retoma a linhagem de personagens femininas do romance As meninas. Destaco o conto ¨Uma sombra branca pálida¨, em que a imagética lygiana alcança doses de lirismo e dramaticidade envolventes”.
- Fichas de vitrola & outros contos, de Jaime Prado Gouveia – “Lançado em 2007, reúne dezoito contos, alguns de livros anteriores e outros inéditos até então. Além de boas histórias, a diversidade narrativa, que vai do tradicional ao experimental, é o que mais chama a atenção”.
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- Dois idiotas sentados cada qual no seu barril, de Ruth Rocha – “Toda vez que penso em literatura infantil, esse livro me vem à memória. Sobre egoísmo, um livro necessário, não só para crianças”.
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- Pedagogia da autonomia, de Paulo Freire – “Um dos brasileiros mais lidos no mundo”.
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- 50 contos, de Luiz Vilela – “É uma coletânea reunindo 50 dos melhores contos desse autor mineiro, que é um dos grandes contistas brasileiros e um dos melhores criadores de diálogo também”.
(obs: clique AQUI para ver sua entrevista no ArteCult)
- O beco do rato, de José Petrola – “Bons contos sociais enfocando vida em quitinetes, trabalho burocrático e outras insatisfações duma classe média baixa urbana cada vez mais asfixiada”.
A angústia e outros presságios funestos, de César Manzolillo – “São 60 contos curtos intitulados com nomes próprios, numa narrativa densa e direta. Impossível sair ileso dessa leitura”.
- Vida e morte de M. J. Gonzaga de Sá, de Lima Barreto – “Visão crítica da sociedade brasileira no início da República, considerando a cidade do Rio de Janeiro”.
(obs: clique AQUI para ver o conto vencedor de Regina Maria no concurso “Eu Amo o Rio!”)
- O escravo de capela, de Marcos DeBrito – “O autor consegue, em seu romance, contar a lenda do Saci Pererê e da Mula sem cabeça com maestria. O livro de terror é extremamente bem escrito, assim como todas as obras do autor. Eu recomendo!”
TANUSSI CARDOSO – @tanussicardoso e @cardosotanussi. Escritor. Autor de Eu e outras consequências, Exercício do olhar e Teias.
- Grande sertão: veredas, de Guimarães Rosa – “Uma escrita poética e imagética perturbadora. Um livro avassalador, assombroso, magnificamente escrito”.
- Memórias póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis – “É um divisor de águas na obra do nosso querido Machado de Assis. Inovador na narrativa, crítico como sempre, elegante no estilo e com uma dose do humor peculiar do mestre”.
- O voo da madrugada, de Sérgio Sant’anna – “Não importa a obra, você sempre encontrará um contista pronto a não se repetir, sempre buscando formas novas para velhos conteúdos (eroticidade e arte, por exemplo). Você sempre encontrará um contista se arriscando em sua mistura de ficção, memórias e um qualquer coisa de experimental”.
- Meu mestre de história sobrenatural, de Luiz Roberto Guedes – “Conheço Luiz Roberto Guedes faz tempos, e este livro é garantia de entretenimento com contos surpreendentes, bizarros, bem ao seu estilo”.(obs: clique AQUI para ver sua entrevista no ArteCult)
- O livro das ignorãças, de Manoel de Barros – “Manoel de Barros é meu poeta preferido. A forma como ele constrói o sensível na superfície simples de seus poemas me toca profundamente. Tenho a sensação de que a sua infância não consegue escapar das suas rugas e que é lá – nesse território fértil e muitas vezes abandonado quando ganhamos a idade adulta – que a sua imaginação faz a festa. Com a leitura de O livro das ignorãças espero que você alcance a simplicidade desse grande inventor de palavras. Palavras que, até então, pareciam não existir em nenhum dicionário, mas que vibram de sentido em nosso imaginário como se já existissem em nós desde sempre. Seus versos são imãs que aguçam a nossa vontade de abrir novamente a porta trancada da fantasia e sair para brincar nas ruas adormecidas da nossa criancice”.
O sol na cabeça – Geovani Martins – “Os contos de ‘O sol na cabeça’ traçam um retrato múltiplo e contundente do Rio, a partir de três óticas diferentes: da marginalidade, da crítica social e da memória. Geovani Martins está perfeitamente à vontade em todas as três e transita entre elas com igual desenvoltura, tanto no que diz respeito às tramas quanto à linguagem”.
- O filho de Mil homens, de Valter Hugo Mãe – “Livro com alta voltagem poética que narra a história de um homem à procura de uma família através de um filho que não é seu. Resumo paradoxal para uma história apaixonante que nos faz rever nossos valores tão desgastados para os laços de parentesco”.
- Jeito de matar lagartas , de Antônio Carlos Vianna – “Belíssimo livro de contos através dos quais reconhecemos nosso Brasil profundo. Personagens e episódios incrivelmente poéticos e paradoxalmente tristes, linguagem que nos introduz nas mais variadas formas de expressão que nos ajudam a solucionar e a equalizar problemas brasileiros eternos”.
- Primeiras Estórias, João Guimarães Rosa – “Através desse livro, comecei a admirar João Guimarães Rosa. Seu texto renova a linguagem literária brasileira, com inovações formais e aproveitamento magistral da linguagem coloquial e da fala popular. João Guimarães Rosa me encanta pelo estilo único do mundo roseano. Em ‘Primeiras Histórias’, composta por vários contos, encontro sonoridade, dinamismo e o arbítrio criador dentre tantas outras características. Destaco os contos: ‘Nenhum, nenhuma’, ‘Nada e a nossa condição’, ‘Luas-de-mel’. Contudo, todo o livro é excelente e recomendo a sua leitura”.(obs: clique AQUI para ver matéria sobre seu livro Envelope Violeta no ArteCult)
MARIA HELENA MOSSÉ. Escritora. Autora de Batom no Dente, 2016, e Murmúrios, 2019, ambos da Editora 7Letras.
- Tudo é Rio, Carla Madeira – “No duro ofício da escrita o erotismo ocupa um lugar
delicado. Carla Madeira no seu romance ‘Tudo é Rio’ administra o tema com precisão e lirismo. Começa com a força explosiva de
uma palavra: ‘Puta. Não tem outro nome para Lucy’. E, logo depois, descreve, sem rodeios, a personagem chave de um
triangulo amoroso: ‘Tinha um jeito baixo e arrogante de provocar todo mundo esfregando o sexo sem censuras, descobrindo os
seios e atirando palavras cruas encharcadas de lama’. A trama do romance envolve Dalva e Venancio um casal
apaixonado, ambos vivem um para o outro. Mas, o ciúme dele vive à espreita e, um dia, foge ao seu controle. De um golpe, a
vida deles mudará para sempre. O título já fala de um rio, águas turvas de paixão, só não nos avisa que precisamos mergulhar
nesse leito que parece correr para um abismo.
Paixão, desvario, morte. E, voltamos à questão do erotismo.
Esse, sob o comando hábil da autora, está à serviço do desejo e do amor. O amor que salva, apesar de tudo. Amor que não morre.
Ninguém consegue ler esse romance devagar pois ele convida a um querer saber mais e mais. No entanto, pela beleza da construção das frases, ele merece ser saboreado”.
MARLENE DE LIMA. Escritora. Autora de Homem sem agá – Editora Cais Pharoux e Por onde anda a gata? – Editora 7 Letras (Finalista no Prêmio Jabuti de 2018).
- “Doramar ou a odisseia”, de Itamar Vieira Junior – “Os contos aprisionam o leitor num realismo mágico, em que o fantástico e o lirismo se mesclam na amálgama da natureza com os sentimentos humanos. No conto título, Doramar, uma empregada doméstica, ao sair da casa dos patrões, se depara com um cão agonizante no corredor. A partir desse encontro toda sua história de pobreza, lutas e pequenas alegrias é desfiada. Nesse e noutros contos, como ‘A floresta do adeus’, o ‘Farol das almas’ e outras histórias, a vida e a morte, o trágico e o grotesco, a felicidade e o gozo se intercalam num conjunto de doze narrativas, que valem a pena ser lidas”.
GEORGE PATIÑO – @georgepatino; Jornalista e escritor. Autor de Tito Madi (perfil biográfico do cantor).
- O clube dos feios & outras histórias extraordinárias, de Carlos Trigueiro – “As narrativas curtas de Carlos Trigueiro fidelizam o leitor e o fazem ansiar pela chegada aos desfechos de suas histórias, seja pela trama que constrói, seja pelo rico vocabulário, repleto de trocadilhos, imagens e referências multiculturais”.
- Memórias póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis – “É um romance emblemático de Machado de Assis. Uma obra antológica que desvenda, por meio do protagonista, quem é o ser humano diante de suas alegrias e fraquezas”.
- Céu de chocolate, de Fátima Moura – “Alice, jovem tímida e cheia de conflitos em família. É sufocada com tantas atividades que os pais impõem em sua rotina. Sente-se presa e privada de sua liberdade. Tudo muda quando conhece o jovem Pedro”.
- Incidente em Antares, de Érico Veríssimo – “É um livro corajoso. No calor da ditadura militar, aborda tema político de forma direta, driblando a censura. As personagens são mortos-vivos da sociedade brasileira, inseridas na trama com claro efeito simbólico. A cidade de Antares é metonímia: representa a América Latina com seu modelo político corrupto e colonizado. O Brasil acrescenta a esse sistema o governo ditatorial, ilustrado a partir do Rio Grande do Sul, obcecado pelas tradições locais, com forte apelo patriarcal e coronelista. Outro motivo é o realismo fantástico que marca a segunda parte do livro, centrado no episódio dos mortos rebelados na sua condição de insepultos, que se vingam denunciando os males da sociedade local. O que eles revelam em praça pública – espaço democrático – é fruto do sistema político corrupto e colonizado. E é aí, fundado nessa narrativa, que a metonímia retorna ao ponto de partida da história, com sinais de alegoria”.
Te vendo um cachorro, de Juan Pablo Villalobos – “Eu me diverti muito com esse livro. Um senhor de mais de 70 anos vai morar num prédio onde a maioria dos moradores se reúne no saguão para participar de uma espécie de “clube do livro”. A síndica, que também coordena o “clube”, acha que o protagonista é um escritor. Ele não desfaz a confusão e se diverte com a situação. Vale a pena a leitura. Muito engraçada e bem escrita”.
- “O menino que descobriu as cores”, dos autores Tais Faccioli e Tiago Vilariño – “O Tiago tem 8 anos e criou essa história em parceria com a mãe quando tinha apenas 5 anos. O livro estimula os pequenos a usarem a criatividade por meio da descoberta das cores. E agora eles estão lançando “Natal do Jorginho”, que é o segundo título da coleção Mundo de Jorginho. Essa dupla promete! Eu indico esse livro porque ele tem influenciado positivamente as crianças nas escolas, uma vez que elas se inspiram no Tiago, uma criança que já tem seu livro publicado. Elas percebem que nada é impossível para quem tem força de vontade e acredita nos sonhos.”(obs: clique AQUI para ver uma das matérias sobre a autora no ArteCult)
- “Bastante aos gritos”, de Cesar Garcia Lima – ” é um ótimo livro de poesia escrito e publicado durante a pandemia, que consegue oferecer ao leitor um lirismo necessário e bonito em momentos difíceis pelos quais vivemos.”
REGINA CASTELO BRANCO –@reginacbranco. Escritora, professora de História aposentada das redes pública e privada
- Vida e morte de M.J.Gonzaga de Sá de Lima Barreto. – “É uma visão crítica da sociedade brasileira no início da República, considerando a cidade do Rio de Janeiro.”(obs: clique AQUI para ver o poema “FUGA”de Regina sobre o Rio de Janeiro – Poema vencedor do Concurso EU AMO O RIO)
- O ARROZ DE PALMA. Francisco Azevedo – “Um dos livros que abriram a minha visão, o meu coração e o meu poder de reflexão. Além de me dar muita diversão.”(obs: clique AQUI para ver a matéria sobre seu livro LUMEN HÁ em ArteCult)
- “Grande Sertão: Veredas, do Guimarães Rosa” e “Lavoura Arcaica”, do Raduan Nassar . – “Em Lavoura Arcaica, Raduan Nassar utiliza o rebelde personagem André para relatar com maestria, recheado de lirismo e parábolas, a história trágica de uma família de origem árabe. A frase “Em toda ordem há uma semente de desordem” não saiu mais da minha memória desde que vi o filme dirigido por Luiz Fernando Carvalho, com roteiro bem fiel à obra original, e depois li o livro duas vezes (e pretendo voltar a ele mais vezes). Raduan só tem três livros publicados e, apesar disso, pôs Lavoura Arcaica, o de estreia (em 1975), entre os melhores de todos os tempos”
APROVEITEM TODAS ESSAS DICAS!!
E boa leitura !
Veja aqui entrevistas exclusivas com escritores renomados
e com novos autores sobre seus lançamentos:
AC ENCONTROS LITERÁRIOS
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