Power trio paulistano “Epidemia” lança seu primeiro álbum intitulado “Subterrâneo”

Foto: Divulgação

No caos pulsante das ruas, nasceu uma explosão sonora chamada “Epidemia“. Formada por rebeldia e fúria, a banda composta por Fábio Belluci, Nicole Taille e Chessas Andoré é um grito estridente contra a monotonia opressiva. Com influências cravadas nas entranhas do punk rock dos anos 70 e no hardcore dos anos 80, o trio lançou, em agosto, seus primeiros singles, “Propagandista” e “Olhos Inexpressivos”, que ecoam como um manifesto selvagem contra as amarras sociais.

A nossa proposta é fazer um som que remete ao Punk Rock setentista e Hardcore. A Nicole toca também em uma banda de Crossover chamada Agravo e já tocou em outras bandas de Hardcore mais extremo. O Chessas tocou na Danny D Weirdo e curte bastante um som um pouco mais experimental, bandas como Fugazi e Patife Band, acho que isso tudo acaba influenciando no nosso som. Destacou Fábio Belluci.

Chegando a novembro, o álbum completo, um soco visceral nas plataformas de streaming, revela um trabalho que vai além do barulho das guitarras e das batidas frenéticas. Cada faixa é uma narrativa de experiências pessoais entrelaçadas com as sombras da realidade global. A melodia distorcida denuncia temas tão profundos quanto a depressão, o desemprego, a miséria e a ameaça iminente de uma guerra nuclear.

Subterrâneo” não é apenas um álbum; é um manifesto, uma expressão desenfreada da alma, um convite à revolta em meio ao caos. Enquanto o mundo gira em sua própria loucura, a banda se torna uma trilha sonora para a resistência, um estrondo que ecoa pelos submundos da nossa existência.
Em “Reflexo Condicionado“, a banda mergulha nas profundezas da psicologia do comportamento, inspirada pelos experimentos intrépidos de Ivan Pavlov. A faixa é um rugido selvagem contra as correntes invisíveis que nos moldam, enquanto “Classe Ociosa” arranca alicerces, guiada pelas palavras subversivas de Thorstein Veblen. É uma provocação, um convite para a revolta contra as correntes que nos constrangem, oprimem e reprimem.

Em outubro de 2019 eu gravei algumas demos na casa de um amigo e o nome provisório desse projeto era Epidemia Silenciosa. A única música dessas demos que entrou para o disco é Classe Ociosa, mas foi uma primeira tentativa de começar algo novo. No final de 2022 eu a Nicole retomamos contato e eu falei despretensiosamente que eu tinha algumas músicas feitas mas que achava que não iam servir pro Cólera, e perguntei se ela teria interesse em montar uma banda. Ela topou e indicou o Chessas e aconteceu tudo muito rápido, logo já estávamos ensaiando e produzindo algumas músicas. Conta Fábio Belluci.

Nicole Taille, além de dominar as linhas do baixo e os backing vocals, molda a identidade gráfica do grupo, lançando uma estética que é uma extensão visual da rebeldia sonora. A energia crua da banda transcende o palco, invadindo os espaços onde se apresentam, encontrando eco em um público que os recebe calorosamente. A união da sonoridade visceral com as mensagens contestadoras cria um espetáculo que não é apenas uma experiência auditiva, mas uma jornada pelos becos sombrios da sociedade.

JEFF FERREIRA 

Jeff Ferreira. Foto: Divulgação.

 

 

Author

Jeff Ferreira é baixista, nerd e nas horas vagas roadie Escreve sobre música, pautas de entrevista há 5 anos. Colaborador da Rock FM Brasil (https://instagram.com/rockfmbrasil), Garagenroll e trabalha com bandas do interior e da grande São Paulo.

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *