HOLLYWOOD : A Era de Ouro reinventada pelo brilhante Ryan Murphy

 

O cinema é uma arte tão incrível que ele não se basta como arte, tendo que ser recontada pelos amantes da indústria, para que nós, os consumidores apaixonados, saibamos ainda mais como funciona ou funcionou os meandros desta indústria. Foi assim, por exemplo, com “Era uma vez em… Hollywood” , que encabeçava os momentos mais sublimes de uma bela Hollywood com aquela velha violência conhecida dos filmes do Tarantino.

Ryan Murphy por sua vez, com a colaboração de Ian Brennan, utiliza em “Hollywood” sua experiencia em dar voz as minorias, presente em Glee, e a habilidade de contas fatos reais, presentes em Feud e American Crime Story.

Logo no início somos apresentados ao estúdio fictício Ace Pictures (mas que lembra, e muito, inclusive pelos títulos que eles mencionam como produzidos ali, a Paramount), e os aspirantes àquela arte que se mudam para tentar a sorte. O primeiro grande ponto aqui é que existem os esteriótipos, mas, Murphy aponta em seu roteiro, principalmente, aqueles que nunca se viam representados por aquela arte e que tinham o anseio de servir como aspiração para uma geração.

 

A trama avança e após o dono do estúdio ser acometido por uma internação, sua mulher, Avis Amberg (papel incrível de Patti LuPone) assume a direção do estúdio e se mostra reticente a idéia dos já bem sucedidos e cansados de tanta mesmice Dick Samuels (Joe Mantello) e Ellen Kincaid (Holland Taylor) de ter uma protagonista negra em uma história sobre: Hollywood – é o ápice da metalinguagem meus amigos.

Após um almoço com a amiga Eleanor Roosevelt, esta como boa defensora dos direitos humanos, pressiona para que ela de o sinal verde na produção. O elenco é impressionante e não há como mencionar aqui alguém que tenha se saído aquem das expectativas. Destaco no entanto, além do trio acima, Jim Parsons que dá vida ao personagem verdadeiro de Henry Wilson, Jake Picking que também vive um personagem real, Rock Hudson. Ambos tiveram suas vidas recontadas, enquanto Henry Wilson de fato ao que consta era um sujeito de indole bastante duvidosa e teve um namorado que morreu num acidente de carro, jamais se redimiu. Já Rock Hudson teve uma vida mais discreta e sem assumir sua homossexualidade, algo que só veio a tona em 1985 quando foi acometido pela complicações decorrentes da AIDS.

Uma curiosidade verdadeira é sobre a dificuldade de atuação de Rock Hudson no inicio de sua carreira, que chega a ser um ponto cômico na série: de fato ela ocorreu. Ele teve que gravar 38 tomadas para falar uma frase no primeiro filme em que atuou.

É até difícil apontar somente Jack Castello (David Corenswet) como o único protagonista da série, dado o feito, importância e tempo de tela que todos os personagens tem aqui.

A homenagem é tão singular que reune ainda Hattie McDaniel, Anna May Wong, Noel Coward, Tallulah Bankhead, George Cukor e até mesmo uma insegura Vivien Leigh! É de arrepiar.

Assim como todas as brilhantes atuações, o design de produção é digno de uma Hollywood no seu auge. Tudo é incrivelmente pensado e a vontade é que fosse uma novela com mais de 30 capítulos para não terminar tão cedo. Prevejo altíssimas chances nas premiações da temporada para minissérie e para o afiadíssimo elenco.

Ao final destes 7 preciosos episódios a vontade é de fazer algo que seu sempre tive vontade: ser roteirista. E aposto que para todos os amantes da arte, vontades distintas serão provocadas. No final, a maior lição de Hollywood vem de um belíssimo diálogo onde se levantam as duvidas sobre a Política não ter poder suficiente para mudar o País, mas, o cinema sim. A arte enriquece, a arte liberta!

Nota: 8,5 / 10

Se ainda não conferiu, dá uma olhada no trailler:

 

 

 

 

Até mais e bons filmes e séries! 😉

 

JOÃO FRANÇA FILHO (@CINESTIMADO)

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Author

Sou natural de São Paulo e minha paixão pelo cinema começou quando tinha 15 anos. Meu irmão tinha uma das hoje extintas videolocadoras, a qual tive o prazer de trabalhar, e entre a abertura e o fechamento dela aos domingos (dia em que ficava por lá), colocava vários títulos para rodarem pela televisão, o que foi aguçando minha paixão pela sétima arte. A necessidade de escrever, no entanto, começou depois. Não lembro ao certo quando, mas, o fato de assistir um bom filme no cinema e muitas vezes não ter com quem compartilhar, me deixava literalmente engasgado. Foi assim que comecei a escrever críticas em meu facebook pessoal e, em uma experiência profissional no Rio de Janeiro, uma amiga me alertou que queria divulgar mais minhas críticas para seus amigos, e que talvez seria legal eu pensar num perfil que não pessoal. Foi ai que nasceu o @cinestimado. Administrador de formação e pós graduado em finanças corporativas, apaixonado pela minha profissão, tenho em meus textos comentários técnicos do que aprendo por curiosidade lendo sobre cinema e principalmente pela paixão que tenho pela sétima arte. instagram.com/cinestimado e e-mail para contato: jb.francafo@gmail.com.

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