DOLITTLE: Divertido, engraçado e ponto.

 

Depois da versão lançada em 1967 e da história mais moderna protagonizada por Eddie Murphy em 1998, novamente Dr. DOLITTLE o famoso personagem dos livros escritos por Hugh Lofting volta mais uma vez para as telonas, trazendo uma aventura pensada para toda a família, mas que pode agradar mais o público jovem do que o adulto, já que muito do humor do filme é bem infantil e muito dentro do convencional, o que pode até divertir por um momento, mas depois que isso se torna constante, pode fazer os mais velhos ficarem cansados de ver essas atitudes bobas e dentro do padrão, mantendo apenas a atenção das crianças.

O CGI utilizado no desenvolvimento dos animais não chega a ser algo extremamente visível, mas é um pouco perceptível em momentos em que um personagem humano interage em um cenário todo feito no chroma key, junto com animais também gerados por computação gráfica. Esta sensação de artificialidade nos animais é esquecida quando estes interagem separadamente com os humanos, dando um leve equilíbrio visual.

Cena de “DOLITTLE”. Foto: Divulgação (Universal Pictures do Brasil).

Um dos méritos do diretor Stephen Gaghan é o trabalho de dublagem dos atores que emprestam as suas vozes para os animais que ajudam o Dr. Dolittle (Robert Downey Jr.) em sua jornada:  consegue entregar uma ótima dinâmica entre os personagens e no trabalho de voz também nota-se a dedicação dos atores, com destaque a Emma Thompson, Rami Malek, Kumail Nanjiani, John Cena e Octavia Spencer, que possuem mais presença na história. Outros grandes nomes como Tom Holland, Selena Gomez e Marion Cotillard são mal aproveitados, mesmo com suas vozes sendo reconhecidas, mas só fazem pequenas participações, alguns com muito pouco tempo em tela, apenas para tentar atrair mais o público por ver esses nomes famosos no filme.

Cena de “DOLITTLE”. Foto: Divulgação (Universal Pictures do Brasil).

Através de cada animal, o roteiro cria um conflito pessoal para cada personagem, o que dá origem a alguns temas interessantes, mas poucos se desenvolvem ou se tornam relevantes em algum momento, o que mais se destaca é o do gorila dublado por Rami Malek, que mesmo sendo apenas um conflito interior do personagem, poderia ter ido mais além e até passar melhor a lição de moral que o roteiro quis dizer, mas a direção não tenta focar muito nisso.
A história em si não é nada de extraordinária, o roteiro usa recursos narrativos básicos. Apresenta um objetivo para o personagem se locomover a uma grande distância para uma terra desconhecida pelo homem, onde no caminho, encontra vários obstáculos que ameaçam sua busca de um elemento místico ou fantástico, o que não é necessariamente ruim, mas o que faz isso não funcionar é a direção que não soube criar e conduzir essa jornada do protagonista, entregando elementos muito facilmente para os personagens saírem do perigo, ou apresentar um objeto de extrema importância para a continuidade da trajetória deles, e depois que eles perdem isso, ainda conseguem chegar no seu destino sem a mínima dificuldade.

Cena de “DOLITTLE”. Foto: Divulgação (Universal Pictures do Brasil).

O antagonista vivido por Michael Sheen é o personagem mais unidimensional do filme,  apresentado como sendo o maior rival de Dolittle, mostrando como ele acha seus métodos e sua capacidade de falar com os animais coisas ridículas e, mesmo notando-se um pouco de ciúmes do sucesso e da boa reputação que Dolittle alcançou, sua personalidade não mostra mais do que isso. Robert Downey Jr. interpreta Dolittle, sendo um homem excêntrico que se distanciou da humanidade após uma perda pessoal e sua motivação de sair de seu exilio é bem compreensiva. Mesmo tento um apreço e grande respeito pelos animais, a relação entre eles é bem divertida, já que o personagem se mostra ainda humano e que sente emoções negativas ou frustrantes com outros seres humanos ou mesmo com os animais que convivem junto com ele. O personagem de Harry Collett tem o pior desenvolvimento do filme, ao conhecer Dolittle e se encantar com o que ele consegue fazer, ele decide seguir o caminho do médico, mas logo na cena seguinte já começa a fazer muitas coisas que o Dolittle domina, como se fossem as coisas mais fáceis de se aprender.

CONFIRA O TRAILER

 

 

 

 

O desfecho quebra totalmente o conceito de realidade do ritmo do filme, apresentando um elemento fantástico que sequer foi insinuado em algum momento, seguida por um dos momentos mais absurdos e sem noção do filme inteiro que pode desagradar o restante dos espectadores que tinham se acostumado com o ritmo leve do filme.

Dolittle não é nenhuma obra memorável, mas é uma ótima diversão família. E só.

NOTA : 5

BRUNO MARTUCI

 


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Colaborador de CINEMA & SÉRIES dos sites ARTECULT.com, The Geeks, Bagulhos Sinistros, entre outros.

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