TRILOGIA CÁSSIA REGGAE CHEGA À TERCEIRA EDIÇÃO COM OITO NOVAS MÚSICAS

A ideia dos produtores, desde o início do projeto, era “reunir artistas que Cássia admirava a outros que ela teria gostado de conhecer”, como adiantou Fernando Nunes. “Fiz uma lista de todos os músicos que participaram da sua carreira, uma homenagem legítima”. Com esse brilho, “Cássia Reggae Vol. 3” tem o mesmo espírito dos discos anteriores, com releituras inspiradas e criativas, bem no estilo versátil da artista, que passeou com desenvoltura por estilos diversos em sua obra e tinha um carinho especial pelo ritmo jamaicano.

O álbum é apresentado por uma faixa de abertura especial: Cássia Eller cantando “Eleanor Rigby“, música dos Beatles, cujo vocal foi extraído da gravação original da cantora em seu primeiro álbum, em 1990, somado a novos arranjos e gravações inéditas. Os produtores trouxeram especialmente para este projeto as participações do guitarrista Andreas Kisser (Sepultura) e do baterista e produtor vencedor do Grammy Latino Barrett Martin, ao lado de uma big band, com arranjos de sopro de Tércio Guimarães, que ressoou ainda mais o ragamuffin cheio de personalidade de Cássia.

A música ganhou um videoclipe à altura, que estreia no dia 10 de dezembro, data em que Cassia Eller faria 61 anos. Os diretores Marcos Hermes e Marcelo Lobo criaram uma narrativa emocionante, unindo cenas inéditas da cantora, imagens com referências simbólicas que remetem à vida e obra da artista e momentos especialmente sensitivos de pessoas comuns, que, juntos, fazem uma reflexão sobre a solidão e o vazio humano, temas da canção de Lennon & McCartney.

Esta solidão transformada em união, este vazio preenchido com música, arte e humanidade nos inspira a olhar para o outro e celebrar a vida a cada dia“, sugere Marcos Hermes.

Seguindo o álbum, ele viaja da Europa para o Brasil numa rota nada previsível apresentando o sucesso “E.C.T.” na versão afro-latina-indiana de Carlinhos Brown e seu filho, Migga, exímio multi-instrumentista e produtor musical. Composição de Brown com Marisa Monte e Nando Reis, “E.C.T.” faz qualquer ouvinte saltar da cadeira e balançar no real espírito reggae night e dá o pontapé inicial para novas texturas neste volume 3.

A música seguinte, “All Star“, embalada por belos arranjos de sopros e cordas, abraça e envolve a inspirada interpretação de Zélia Duncan, encaixando-se perfeitamente na nova proposta de Nunes e Fouad para a canção. Uma das releituras mais emocionantes do disco, “All Star” tornou-se ainda mais marcante com a entrega da cantora e a bela execução dos músicos. Vale registrar a participação do baterista João Viana, que acompanhou Cássia em sua banda.

A malemolência do ritmo jamaicano ganha um tom ainda mais romântico em “Queremos Saber“. Mais uma vez, os arranjos e os metais fazem uma cama flutuante para a inconfundível voz de Djavan brilhar entre percussões e versos viajantes de Gilberto Gil. Para a gravação, o cantor trouxe a participação de seus músicos – Max Viana (guitarra), Paulo Calazans (teclados) e Kuki Stolarski (bateria) -, além do baixo do produtor do álbum Fernando Nunes, que também acompanhou Cássia Eller durante sua carreira na estrada.

Outra canção chama a atenção no disco é “As Coisas Tão Mais Lindas (Nando Reis), interpretada por Vitor Kley, Mato Seco, banda de reggae catarinense, e o guitarrista e cofundador do grupo REM, Peter Buck. A turma jovem e solar injetou um vigor na canção e o suingue da guitarra de Buck, aliado aos coros e segundas vozes da turma, trouxeram um clima festivo e astral para a música, pronta para qualquer festa nativa do ritmo.

Na faixa seguinte, uma ótima surpresa: Sandra de Sá e o rapper Xis recriam “Socorro“, composição de Xis, Arnaldo Antunes e Alice Ruiz. Com sua presença sempre segura e criativa, Sandra conduz a música com personalidade e novas divisões, até a entrada de Xis, com um rap inédito escrito especialmente para a nova versão. A partir daí, a dupla traz nova vida ao que já era originalmente um reggae para uma verdadeira rap reggae party.

O clima de festa nos conduz para o final do álbum e a dançante “No Recreio mantém o astral lá em cima, interpretada por Filipe Catto Val Donato. A diferença no timbre de suas vozes – agudo e grave – trouxe um sabor especial à releitura, num encaixe harmonioso e feliz. Impossível não associar as vozes de Val e Cássia, tamanha a semelhança. A cantora paraibana, inclusive, já interpretou a homenageada no show “Nós, Voz, Eller”, que percorreu o Brasil.

 

Cássia Reggae Vol 3 “volta pra casa” terminando no reggae com pitadas eletrônicas de “Por Enquanto (Renato Russo), interpretado pelo Jota Quest – Rogério Flausino (voz), Marco Túlio (guitarra), PJ (baixo), Paulinho Fonseca (bateria) e Marcio Buzelin (teclados).

Com esta terceira edição, a série Cássia Reggae finaliza a trilogia iniciada em julho de 2022, passando pelo segundo volume, lançado em novembro do mesmo ano. Ao todo, mais de 30 artistas lembraram e homenagearam Cássia e sua obra em releituras alegres e emocionadas de seus sucessos e canções lado B, como Gilberto Gil, Samuel RosaMargareth Menezes, FrejatNando ReisChico ChicoAna Cañas, entre muitos outros. “Estou muito feliz com essa trilogia. Foi uma missão que me foi dada e foi executada com muito amor, respeito e um tanto de saudade”, diz Fernando Nunes.

 A Cássia Eller é uma das artistas mais queridas e emblemáticas do catálogo da Universal Music. Toda a sua discografia foi lançada pela companhia, que está muito honrada em prestar essa homenagem à cantora com a participação de tantos talentos especiais”, afirma Paulo Lima, presidente da Universal Music Brasil.

JEFF FERREIRA

Jeff Ferreira. Foto: Divulgação.

Author

Jeff Ferreira é baixista, nerd e nas horas vagas roadie Escreve sobre música, pautas de entrevista há 5 anos. Colaborador da Rock FM Brasil (https://instagram.com/rockfmbrasil), Garagenroll e trabalha com bandas do interior e da grande São Paulo.

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