ROCK & METAL DANCE: O Rock e seus subgêneros se dançam sim! Conheça o novo estilo de dança na estreia da coluna de sua criadora, Rhada Naschpitz

O início da dança Rock, uma das bases da dança Rock & Metal – FDRS®️ da contemporaneidade.

Com tantos estereótipos em torno do Rock ‘n Roll, o público que curte a sagrada tríade musical – guitarra, baixo e bateria – dificilmente é reconhecido por suas habilidades na dança. Isso por que muitos ainda acreditam que “Rock não se dança” ou, ao menos, que não há uma dança específica para esse gênero e suas vertentes. Para desconstruir esse mito, vamos voltar no tempo e contextualizar historicamente o Jive Rock, o Rockabilly… Tipos de dança que surgiram nos anos 50 e até hoje conquistam e influenciam o coração e esqueleto dos “roqueiros”, e fazem parte da dança rock atual.

O nascimento de uma dança “Rock ‘n Roll”

Na década de 50, as Swing Dances, como o Lindy Hop e o Jitterbug, mantiveram seus nomes de referência (já que suas raízes datam as décadas 20 e 30), andando na contramão da tendência que buscava generalizá-las, utilizando-se do termo Rock ‘N Roll, que na verdade se tratava apenas do estilo musical. Os professores e desenvolvedores de Swing Dances vislumbraram essas danças sendo utilizadas em outros estilos musicais e propostas, por isso a resistência aos estereótipos e mudanças de nome. No entanto, apesar das confusões e adaptações, uma nova dança surgia em paralelo na cena rock, pra variar, e estava buscando uma denominação. Inicialmente foi desenvolvida e nomeada como Lindy Hop, East Coast Swing, West Coast Swing e Jitterbug. É possível conferir essas referências em diversos filmes da época, como “Ao Balanço das Horas” (1956); “Ritmo Alucinante” (1956); “Mocidade Indomável” (1957); “Carnival Rock” (1957) e “Rock, Rock, Rock” (1957).

A “dança Rock ‘N Roll” inicial é caracterizada por ser uma Swing Dance e é diferenciada por outros nomes, entre eles: Ceroc, Leroc, Jive, Rockabilly, etc. O Jive, por sua vez, é uma dança que alcançou sua popularidade a partir de 1940, concebida durante o período da Segunda Guerra Mundial. Ela traz em sua essência as Swing Dances dos americanos, ligadas ao Jitterbug e ao West Coast Swing, que acabaram desenvolvendo uma mescla entre as danças e reinventando de uma maneira totalmente diferente às propostas iniciais destes estilos. O que fez com que os europeus adotassem o termo American Jive, para nomear de forma oposta ao termo instaurado previamente como Jitterbug-Jive.

Com o fim da Segunda Guerra Mundial, a dança desenvolvida passou a se chamar apenas Jive, com referência das Swing dances, principalmente do Boogie Woogie. Que, por sua vez, foi desenvolvido a partir dos anos 80 como Modern Jive e ganhando contornos do que é o West Coast Swing, nos dias de hoje.

O Jive não morreu e acabou ganhando novos adaptações admiradores dos estilos musicais da década de 50 ligados ao Rockabilly, Rock N Roll, Rhythm & Blues, Doo Wop, etc. Mas afinal, o que foi dançado  por aqui na América Latina e no mundo? Depois que o Jive chegou ao Brasil, incorporou também passos de outras danças, principalmente as latinas, o que o fez perder um pouco da forma tipicamente “americana”. Sem contar que vem se transformando a cada dia mais com a popularização do estilo na própria cena do rock. Conhecida comumente como “Rockabilly” por certo comodismo dos interessados, remete ao termo utilizado para descrever o estilo musical que surgiu do encontro do hillbilly com o rhythm & blues nos anos 50 e é considerado um subgênero do Rock ‘N Roll. A eterna confusão entre rockabilly e jive. Chamado por também de Jive Rock, a dança é caracterizada principalmente pela energia, criatividade e giros rápidos do casal que colocam em prática a variedade de passos que cada música permite desenvolver em seu mais profundo processo de dinamismo e interação. O nascimento de diversos subgêneros depois dos anos 60/70 no mundo, também trouxeram muitas adaptações no que se conhece como dança rock, pois as cenas, os nichos desses subgêneros como o metal, o dark, o grunge…E muitos outros, reinventaram e inventaram novas formas de dançar e se expressar corporalmente e se desprenderam da dança de casal. Uma das questões que levou ao desenvolvimento do Rock & Metal dance através de pesquisas dessas “novas “manifestações na cultura rock.

Antes de mais nada, é importante esclarecer sobre o estilo de dança em questão. O rock, na verdade, abrange vários tipos de danças.

Dançar o rock dos anos 40-50-60 e até hoje, vai além do que mexer o seu corpo conforme a música. É também cultura, história e até um estilo de se vestir! Mas quando e como essa dança apareceu?

Entre 1920 e 1930, após o surgimento do jazz e depois de ele se tornar uma música popular norte-americana, as pessoas começaram a incorporar outros estilos, usando como base o Charleston e o Break Away. Isso passa a formar a dança própria do jazz das big bands. Na década de 1950, uma nova dança surgia em paralelo e estava buscando uma denominação. Inicialmente foi desenvolvida e nomeada como Lindy Hop, East Coast Swing, West Coast Swing e Jitterbug. Foi nessa época que música e moda unida ao rock se fundiram e criaram um novo estilo: o rockabilly. O rockabilly vem do jive, e o jive vem do Lindy Hop. O conceito nasceu da união das palavras rock e hillbily, que era como as pessoas se referiam à música country na época. Ou seja, os nichos da época as cenas e sua moda criaram o que se entidia como dança rock da época.

Hoje, podemos diferenciar basicamente dois estilos de dança rock n’roll, dessas décadas, que foram consideradas o início, e que são confundidos com frequência, resumindo:

Jive rock: É uma dança latina animada e rápida. Nos Estados Unidos, ela foi popularizada na década de 1940 por jovens que adotaram os seus passos de modo a se identificarem com o som do rock’n’roll. OJive rock é uma mistura de rock, boogie woogie e swing afro-americano nascida nos anos 40. É uma dança muito rápida. É necessário um alto grau de preparo físico! Para se ter uma ideia, o Lindy Hop tradicional, por exemplo, é dançado em 6 e 8 tempos. Apesar disso, o básico do jive é bem controlado e se dá em grupos de seis passos, que são fáceis de aprender e dominar. Uma dupla dançando jive apresenta grande agilidade, mas a dança não tem passos acrobáticos. É um ritmo cheio de dinamismo, alegria e muita técnica. Depois que o estilo jive chegou no Brasil, acabou integrando também outros estilos e passos, sobretudo de danças latinas, o que o fez atenuar um pouco da forma tradicional americana.

Rockabilly: Nada mais é que uma vertente musical típica dos anos 50, com influência principalmente do hillbilly, do country e do rhythm& blues. Entre os principais músicos estão: Jerry Lee Lewis, Carl Perkins, Elvis Presley, Buddy Holly, Gene Vincent, Wanda Jackson, Eddie Cochran e Johnny Burnette. Muitas pessoas ainda confundem a dança jive rock com rockabilly. Na verdade, quando falam de dançar rockabilly, estão se referindo ao jive rock adaptado à cultura brasileira e ritmos latinos. Mais recentemente surgiu o Rockabilly Revival, com Robert Gordon, The Polecats, Crazy Cavan. Há ainda o Neo Rockabilly, representado pelo grupo Stray Cats, que marca outro período na transição das décadas de 80 e 90 e que possui como referências as bandas Matchbox, Restless, Deltas, Long Tall Texans, Guana Batz, entre outros. Uma dança que também revolucionou dentro e fora desse estilo foi o TWIST DANCE.

O TWIST DANCE:

O rítmo twist foi uma dança inspirada pelas músicas do rock and roll que se desenvolveu no final dos anos 50 até o início dos anos de 1960. A partir de 1960, o “Twist” ficou extremamente conhecido, sendo introduzida em vários países. Logo no começo da década, se tornou a primeira dança considerada como “mania mundial”, aproveitando toda sua grande popularidade, principalmente entre o público jovem, ao mesmo tempo que era alvo de pesadas críticas da sociedade tradicional, que acreditava que aquela dança era demasiadamente sensual e sexualmente provocante. Vindo do rock and roll, o twist, por sua vez, foi responsável por inspirar a criação de muitos outros estilos de dança, como o jerk, o watusi e o monkey. O nome vem da música de Chubby Checker chamada “The Twist”, que era um cover de Hank Ballard & The Midnighters.

A inspiração original do termo twist veio de uma dança afro-americana chamada “wringin and twistin”, que se tem notícia desde os anos 1890. Porém, sua origem estética vem dos movimentos pélvicos e passos aleatórios, herdados do oeste africano. Durante todo o século XX, a dança se desenvolveu, até alcançar uma audiência em massa nos anos 1960. O uso do termo twist, veio do século XIX, onde, segundo historiadores, os movimentos pélvicos, chegou aos Estados Unidos vindo do Congo, trazida por escravos. Um dos primeiros grandes cantores dessa época, daquilo que viria a ser o twist, era Joel Sweeney, que se tornou bastante conhecido com uma música chamada “Vine Shaquille Twist”. Sweeney havia aprendido a tocar banjo com os escravos que trabalhavam no estado da Virginia. O termo “Twist” era utilizado muito antes dos anos 60, sendo que essa expressão foi usada para se referir a dançar no século XIX. O instrumental “Grape Vine Twist” foi composto por Joel Walker Sweeney em 1840. Uma dança popular nesse período foi “Mess Around”, que inspirou a música “Messin’ Around” de Perry Bradford de 1912. O termo é mencionado em: “Now anybody can learn the knack, put your hands on your hips and bend your back; stand in one spot nice and tight, and twist around, twist around with all of your might…“

A expressão “Twist” foi desde então, usada em diversas gravações, associada com danças. Um exemplo notável é a letra da música “Winin’ Boy Blues” de Jelly Roll Morton de 1939: “Mama, mama, look at sis, she’s out on the leeve doing the double twist…“A gravação de 1953 “Let The Boogie Woogie Roll” de The Drifters contém o trecho: “When she looked at me her eyes just shined like gold, and when she did the twist she bopped me to my soul“
Apesar de toda a história por trás dos primórdios do twist, os passos e estilo simples que conhecemos hoje, veio mesmo com Chubby Checker, num sábado, 6 de Agosto de 1960, durante sua apresentação no programa de TV Dick Clark Show, que era um programa em que contava com um público sentado. Dirk Clark era conhecido por apresentar ao povo americano novos talentos da música, e deu uma chance ao Chubby Checker depois de ouvir alguns ótimos covers que ele fazia como músico amador. Depois da apresentação de Checker, a gravadora Cameo/Parkway correu para gravar o cover de “The Twist”, do jovem Chubby Checker. A gravação foi lançada no mesmo ano, e a música logo alcançou o topo das paradas nos Estados Unidos por quase três anos seguidos. A versão de Chubby Checker da música “The Twist” iniciou a popularidade da dança. Checker contribuiu para o desenvolvimento desse estilo com suas músicas temáticas e apresentações ao vivo. Assim, foi considerado o “rei do Twist”.

Ao longo dos anos, vários artistas se inspiraram em gravar músicas para acompanhar essa dança. Exemplos incluem: “Let’s Twist Again”, “Twist and Shout”, “Twistin’ Postman”, “Twist-Her” e outros. No Brasil, a música “The Twist” ficou em 15° lugar na parada de sucesso em 1961. A composição “Let’s Twist Again” ficou em 3ª posição em 1962. Os contribuidores desse estilo no país foram: O Conjunto Alvorada com “Lição de Twist” e The Clevers com “Twistin’ Twist”, ambas adaptações da composição de Teddy Martin da década de 60.
Os filmes dos anos 60 também mencionaram a dança. O estilo foi um tema essencial nos filmes: “Twist Around The Clock” (Título no Brasil: “Dançando o Twist”) e “Don’t Knock The Twist” (“Ao Ritmo do Twist”). O filme grego “O Kyrios Pterarhos” (“Mr. Wing Commander”) incluiu uma cena em que os atores dançavam ao ritmo de “Let’s Go Twist”, uma gravação de 1963.

Várias outras danças derivaram do “Twist”, como: The Mashed Potato, The Watusi e muitas outras. Porém nenhuma foi tão popular quanto a original.
O “Twist” evoluiu ao longo dos anos até se tornar a dança simples que conhecemos. No final da década de 50, jovens dançavam o que mais tarde seria popularizado nos anos 60. O artista Hank Ballard observou os jovens dançando esse estilo e se inspirou para escrever uma música. O resultado foi “The Twist”, gravada por Ballard e suas banda The Midnighters, em 1959. A composição foi inspirada na composição “Is Your Love For Real?” que por sua vez, foi adaptada da gravação de 1955 de The Drifters: “What ‘Cha Gonna Do?”

Ballard e os Midnighters também tentaram popularizar o “Twist”, se apresentando em shows locais. Porém a dança realizada pelo grupo era mais difícil e apenas ficou popular na Filadélfia e em Baltimore, tornando-se um sucesso nacional.
A versão original foi lançada pela King Records, acompanhada de “Teardrops On Your Letter”. Em Baltimore, o DJ Buddy Deane decidiu incluir a música em seu programa de TV “The Buddy Deane Show”. Assim, a reação dos jovens foi positiva e Deane apresentou a música a Dick Clark, que era apresentador do programa “American Bandstand”. Clark tentou reservar Ballard para se apresentar no programa, porém estava indisponível. O resultado foi uma parceria com a Cameo/Parkway, que foi responsável pela gravação da versão de Chubby Checker da composição “The Twist”.
Checker apresentou sua adaptação pela primeira vez em 1960, no Rainbow Club. Porém foi a famosa performance no “American Bandstand”, que popularizou a música. Além disso, também foi feita uma apresentação no programa “The Dick Clark Saturday Night Show”. Como resultado, “The Twist” alcançou o topo das paradas de sucesso.

Outro fator para a popularidade do “Twist” é que a dança de Checker era mais fácil do que a original de Ballard, que incluía passos diferentes. Ambos adultos e crianças podiam dançar a versão modificada que fazia sucesso.
Quando se dançava o Twist, os participantes não se tocavam. Esse foi o marco inicial para uma nova tendência, que ocorreu especialmente com a dança Disco.
Em 1960, a adaptação de Checker permaneceu em primeiro lugar nas paradas, enquanto a gravação original de Ballard e os Midnighters alcançou a vigésima oitava posição no ranking. Na França, uma versão foi gravada pelo grupo Les Chaussettes Noires.Esse estilo ficou extremamente famoso a partir dos anos 60, sendo que atingiu a maior popularidade em 1961.

Essas são algumas músicas que foram inspiradas pela dança “Twist”:
“Twistin’ U.S.A” foi gravada por Danny and The Juniors e ficou em vigésimo sétimo lugar na parada de sucesso. Mais tarde, a música seria regravada por Chubby Checker na gravadora Parkway.
“Let’s Twist Again” foi um sucesso de Chubby Checker, composta como uma continuação de sua gravação de 1960. Foi lançada em 1961 e foi uma das músicas que mais tocaram no Brasil em 1962.
“Twistin’ The Twist” foi originalmente gravada por Teddy Martin and the Las Vegas Twisters em 1961.No mesmo ano, a música foi adaptada para o francês como “Leçon de Twist”. Vários artistas regravaram a composição como: Richard Anthony, Dalida, Les Dangers e outros. No Brasil, a música foi interpretada pelo Conjunto Alvorada em 1962 e The Clevers em 1964.
“Twist And Shout” foi escrita por Phil Medley e Bert Berns e primeiramente gravada pela banda The Top Notes em 1961, originalmente sob o título “Shake It Up Baby”. A gravação original não apresentava a mesma energia e entusiasmo que os Top Notes tinham mostrado em seus shows ao vivo. Além disso, Berns sentiu que Phil Spector arruinou a música. Spector produziu a faixa na Atlantic Records, porém Berns não aprovou o resultado e decidiu mostrar o som que queria. A versão original foi lançada pela Atlantic, acompanhada de “Always Late”. Quando o grupo The Isley Brothers quis regravar a composição, Berns decidiu produzir a faixa para mostrar a Spector como ele pretendia que a gravação fosse feita. A versão dos Isley Brothers foi lançada em 1962 e foi a primeira versão famosa de “Twist And Shout”, alcançando a vigésima posição no ranking Hot 100 da Billboard. Uma gravação conhecida foi feita por The Beatles para o álbum “Please Please Me” de 1963. Nos E.U.A, a música foi lançada em 1964 pela Vee-Jay Records, vendeu 1 milhão de cópias e entrou para o ranking entre as 10 gravações mais tocadas. No Brasil, foi a faixa mais tocada em clubes de festas.

O twist é dançado com os pés a média distância. Os braços são mantidos longe do corpo, com os cotovelos dobrados. O quadril, o tronco, as pernas giram sobre os pés como um só, com os braços podendo ficar parados ou em movimento. Os pés se movem para frente e para trás, com a velocidade variando de acordo com o tempo da música. Às vezes, as pernas podem ser levantadas por conta de alguma coreografia específica, mas, geralmente, é uma dança de baixa postura, com muito contato dos pés com o chão, sem muita movimentação vertical.
Reprovada como uma dança imprópria, foi ganhando cada vez mais força. Fácil de aprender, divertida de dançar no seu ritmo característico, jovens e velhos dançavam o Twist toda noite. O Twist trouxe consigo uma nova ideia: os dançarinos não precisavam ter parceiros, as meninas não tinham que esperar quem as convidassem para dançar; toda a gente podia se juntar e dançar. No início havia figuras facilmente reconhecíveis, mas à medida que se enraizou o Twist, foram se desenvolvendo inúmeras variações até o estilo de cada um se tornar pessoal e único.

 

A Dança Rock & Metal da Atualidade que nasceu no Rio de Janeiro, Brasil:

Eu Rhada Naschpitz, desde cedo vivenciando a cena rock, sempre me perguntei: Por que o que se conhece como dança rock ficou associado só aos estilos das décadas de 50/60, como Rockabilly, Jive Rock, Twist dance… E depois não se desenvolveram novos estilos de dança já que o gênero musical em si possibilitou o surgimento de novos “subgêneros”, estilos de rock and roll? Por que estilos como o heavy metal, hard rock, prog… Assim como o Rockabilly, não poderiam ser dançados? Foi perante as várias perguntas sem respostas, que eu como rocker e depois profissional de dança, resolvi dançar o rock/metal de forma mais contemporânea, sem excluir ou ignorar o que se entende por dança rock, mas trazendo seus novos elementos e expressões corporais, e estéticas da contemporaneidade de suas cenas, baseados nos “novos” estilos desse gênero musical que se tornou mundial. Resolvi dançar o rock e metal com individualidade artística mas sem ferir, distorcer ou desrespeitar a identidade cultural desse gênero, que ao meu ver deixou der ser contracultura e passou a ser uma espécie de cultura rock and roll. A minha dança com isso não poderia ser simplesmente uma manifestação corporal individualista, só baseada em técnicas de dança, teria que ter todo um conhecimento e pesquisa das características culturais do rock. Por eu já fazer parte dessa cena, ficou bem mais fácil, justamente porque já compreendia muita coisa por vivência e identificação, e já sabia que respeito a suas bases era preciso, não era fazer qualquer coisa, como vestir um personagem ou fantasia de roqueira. Seria uma dança que exigiria muito mais pelas suas características culturais de identificação de um nicho específico. Então desde 1985 começou esse meu processo de desenvolvimento de uma dança rock/metal contemporânea que hoje em 2023 chamo de Rock & Metal Dance®️ do método técnico Fusion Dance Rock Style®️, onde a pesquisa maior foi na cena em si, nos nos mosh-pit, nos pubs, casas de rock, nos shows em seu público e em seus palcos… Onde se encontram de fato suas expressões corporais, estéticas, sonoras, ideológicas, simbólicas… Todas as características da identidade cultural do rock.

O estilo acabou ficando mais restrito só aqueles que se identificam com a cena e com o gênero musical rock, em uma realidade onde artista só é valorizado quanto o gringo ou a mídia comercial  bate palma. Imagina então o desenvolvimento de uma dança que a base cultural é estrangeira, mesmo que hoje em dia o gênero musical rock/metal tenha se tornado mundial e já tenhamos estilos nacionais, e a globalização tenha facilitado ainda mais a compreensão e assimilação desse gênero. Enfrentamos ainda a vira latisse que só o que é de fora presta…Precisamos entender que nós não somos menos profissionais ou capacitados, principalmente quando falamos em expressão artística, e principalmente quando tem pesquisa e estudo para desenvolvimento de um método embasado.

Essa proposta artística também não pode ser exclusivamente julgada pelo metie de dança e seus padrões técnicos de expressão corporal, pois exige um conhecimento que não se aprende em meios acadêmicos que é a vivência em uma cena específica que tem suas próprias expressões corporais, danças e várias manifestações artísticas e simbólicas típicas, uma identidade cultural específica que precisa ser entendida, pesquisada, estudada e vivida.
Foi a partir dessa referência, de uma cena cultural específica, que por vivência, pesquisa… E aí sim acrescentando um embasamento técnico em dança, que desenvolvi o método do que chamo Fusion Dance Rock Style®️, uma dança Rock & Metal contemporânea, moderna.

 

 MINHA APRESENTAÇÃO de ROCK & METAL DANCE NO EVENTO “TODOS DANÇAM RITA” DO COLETIVO RIO+ROCK

Veja abaixo as fotos da minha apresentação do ROCK & METAL DANCE na Casa de Cultura Laura Alvim. Aconteceu durante o evento produzido pelo coletivo RIO+ROCK que fez um tributo à Rita Lee :

 

APRESENTAÇÃO/P R O T O C O L O

Veja, na íntegra, como foi a minha apresentação da nova modalidade de dança que foi protocolada no SPDRJ (Sindicato de Dança do Rio de Janeiro) :

“O Rock & Metal Dance- FDRS®, é um estilo e método de dança desenvolvido por Rhada Naschpitz. Esse estilo e método de dança é uma espécie de vertente da dança Contemporânea de fusão, exclusiva por ter base na Cultura Rock/Metal, ou seja, em toda a sua identidade cultural… A dança contemporânea é o alicerce técnico utilizado para trabalhar nessas bases da cena rocker, suas expressões corporais, danças, estéticas sonoras e visuais, conceitos, energia… Nesse estilo de vida, fusionando também jazz, danças urbanas, moderna… Sem sobrepor ou descaracterizar a identidade cultural base. Ou seja, não só utilizando a música rock/metal para dança e sim a dança adaptada Cultura Rocker, onde nos vários estilos e nas suas características dentro do gênero musical rock são adaptados vários estilos de danças nas suas danças e expressões corporais natas da cena, funcionando como uma “lapidação” para o meio acadêmico. Uma nova possibilidade de dança dentro dessa cultura, cena, e do universo alternativo da dança contemporânea, moderna, de fusão, possibilitando novos meios de expressão e experimentação artística sem perder o alicerce que é esse universo vasto da cena rock/metal.
Idealizado e desenvolvido por Rhada Naschpitz que tem vivência a cena rock desde 1980, e começou pesquisa e desenvolvimento desse estilo, nos bastidores, em 1985. Oficialmente reconhecido em 2005 através da Dança Contemporânea de Fusão e principalmente na cena atuando em shows com performances solo ou em bandas de rock/metal desde 1998.
Comprometimento com as características do estilo:
Diretora/ criadora : Rhada Naschpitz -DRT 57.517

Este documento serve como referência para os atuais e futuros dançarinos e professores para que tenham um comprometimento e respeito com os valores do estilo, de forma a assegurar a integridade do mesmo. Essa postura automaticamente é respeito e lealdade a identidade cultural da cena rocker, a contracultura que hoje é um tipo de cultura cujas suas características são os símbolos de resistência para que essa cena continue viva e são a base desse estilo de dança.
Missão: Propagar o estilo com comprometimento com as características básicas que são a estética visual e sonora, e toda a identidade cultural do gênero musical Rock/Metal e seus subgêneros.

Valores:
Quando vestimos a camisa de um estilo viramos um time, uma tribo, não só em relação a prática da dança em questão, mas também ao relacionamento com as propostas e bases do mesmo. Para a manutenção de suas características básicas é necessário o respeito mesmo que a liberdade criativa e interpretativa de cada um em sua propagação seja permitida e necessária. A proteção e apoio às características do FDRS®️ é de extrema importância para não descaracterizar a proposta e virar outra coisa.
Estrutura:
A Diretora e criadora do estilo/ método, já registrado, é Rhada Naschpitz, mas tem como objetivo a qualificação de novos profissionais e sua propagação.
Profissionalismo:
.Quando um profissional do estilo for procurado por promotores, representantes de eventos, festivais, shows… Ou qualquer outra pessoa interessada em contratar uma performance de FDRS®️, deixar bem claro suas características para não ser confundido com outros tipos de fusão rock que não têm comprometimento nem base na cultura Rock/Metal.
.Não nomear em divulgações como estilo FDRS®️, caso a performance não esteja dentro das características do mesmo.
Características básicas do FDRS®️ :
Estética sonora:
As performances devem ser com músicas do gênero musical Rock/Metal, que possui diversos estilos(subgêneros) como classic, metal, dark, glan, pop, blues, grunge, progressivo, psicodélico, hard, punk… Todos que fazem parte deste gênero.
. Não usar músicas onde o gênero Rock/Metal não for autêntico, original, foi adaptado ou modificado para um estilo de dança. Ex: Pink Floyd versão árabe. Existe o rock original com influência árabe, que pode ser usado, ex: Kashmir do Led Zeppelin, ou de bandas que tenham influências sonoras orientais, ou temática, Ex: Banda Myrath.
Obs: O gênero Rock/Metal é vasto de estilos e com isso também de estéticas, não falta repertório para todos os gostos e preferências artísticas.
Etética visual/ Figurino:

. Obrigatório a estética visual do Rock/Metal de acordo com o seu estilo musical. Se faz necessário a pesquisa da estética do estilo a ser dançado. O visual é uma das mais fortes características de identidade cultural da cena, de identificação entre seus membros.
. Seus acessórios no figurino também devem estar dentro da estética da cultura Rock/Metal. Só utilizar acessórios étnicos fusionados com o da cena, caso o estilo da banda ou música estejam dentro dessa temática. Ex: Não usar lenço de moedinhas em um rock ou heavy metal clássico.
. Não utilizar roupas características de outras danças. Ex: de dança do ventre mesmo que tenha a fusão de movimentos da mesma, a estética deve ser rock e não oriental. A proposta do estilo é base na cultura rock e não oriental. Não é a dança fusionada que dita a estética. Para a proposta oriental temos outros estilos. Dei esse exemplo porque é onde, por modinha, vemos sendo feito qualquer coisa sem bases e respeito a cultura rock.
Estética Coreográfica ou de Improviso:
. Obrigatório a performance conter movimentos típicos da cena Rock/Metal mesmo que também tenha outra ou outras danças fusionadas, que jamais poderão descaracterizar o estilo. Ou seja, as danças e expressões corporais da cena rocker, Ex: headbanguings, twists, windmill, entre outros da vasta expressão rocker (poderia listar mais de 50 aqui), devem ser a maior característica estética nas expressões corporais, nos movimentos desse estilo mesmo que já dentro de técnicas e sequências coreográficas de dança contemporânea, jazz, moderno… Não é a cena rocker se adaptando a dança e sim a dança se adaptando a cena rocker.
. É importante que a expressão e energia dos movimentos estejam de acordo com a música, letra, com o estilo em si. “O rock tem de correr nas veias.”
. OBJETIVO:
Capacidade de improvisação, movimentar o corpo sentindo, com o que corre nas veias, embala, flui, vibra, liberta, expressa, arrepia… Com identificação e identidade artística na essência rocker, na sua identidade cultural Rock/Metal.
Obs: É para aqueles que queiram ter identidade artística no estilo, que de fato se identifiquem, pois está vinculado a um estilo de vida, não é apenas dançar uma música rock. Visa principalmente atuação na cena rock/metal (Shows, Bandas, Eventos).
Conclusão:
Não há mistério nem dificuldade de manter e passar a diante as características básicas dessa Dança Rock & Metal do método Fusion Dance Rock Style®️ conhecendo, entendendo, estudando e vivenciando a cultura rock, o respeito e o comprometimento são automáticos de quem de fato se identifica.
IT´S ROCK & METAL DANCE BABY !!!

Resumo sobre a autora do método e estilo:

Profissional de Educação Física, com especialização em musculação/pilates, começou seu envolvimento com danças em 1980. Iniciou seus estudos com a dança contemporânea e jazz, depois danças urbanas e danças étnicas com ênfase nas danças ciganas. Sua vivência na cena Rock desde 1980, já dançando rock com base em dança contemporânea/jazz, nos bastidores desde 1985, e experiência em Dança Cigana profissional, que é fusion na essência e em suas influências, contribuiu para seu ingresso na Dança Contemporânea de Fusão em 1998, acrescentando a influência Rock/Metal, o lado marcante e peculiar de sua expressão artística onde já dançava com bandas de Rock ao vivo, ou seja, usando o rock/metal como base melódica e estética, cultural. Começou seu estilo como Dark Fusion, com a fusão Rock/Metal em 2005 (oficialmente), tornando-se a precursora do que foi chamado Rock Fusion no Brasil. Hoje seu trabalho na dança como professora, coreógrafa e dançarina profissional (DRT 57517) pode ser definido como ROCK & METAL DANCE, do método próprio de dança Fusion Dance Rock Style®️, caracterizada por enfatizar base na Cultura Rock and Metal, uma Contemporary Rock And Metal Dance, ou Rocker Dance como chama. Com base técnica de dança contemporânea e fusionando nas danças e expressões corporais, na identidade cultural da cena rocker danças urbanas, moderna, jazz…

É Diretora Artística e produtora do Festival Intenacional Gothla Brasil de Dança de Fusão Dark Arts e Rock/Metal Style, ministra aulas do seu método FDRS®️, no Teatro de Arena Elza Osborne – RJ, e no seu Home Studio Rock & Metal Dance®️ (online). Dentro também do FDRS®️ ministra workshops no Brasil e no exterior do Método Motus Cornicem-Movimentos do corvo e atualmente desenvolve a dança RockChain®️, dança inédita no mundo, com corrente. Também desenvolve desde 2012, junto com o músico e produtor Ives Pierini, o Projeto Duabus Artibus – Music and Dance Duet. Onde ambos unem suas Artes no palco com músicas próprias compostas para essa parceria. Também é dançarina oficial da Banda de rock Black Dog Brazil, mas dança também com outras bandas. É diretora do Rocker Dancers Group de FDRS®️, além de produtora de eventos de rock e dança, como o Rock & Metal Dance®️ Festival.
“Eu não comecei a fazer dança e resolvi dançar Rock/Metal, por desde sempre escutar e fazer parte da cena Rock/Metal que quis dançar o gênero, a cena, ai fui estudar dança”.
Rhada Naschpitz

Referências básicas:

.As Raízes do Rock – Florent Mazzoneli

.Rock and Roll – Uma História Social – Paul Friedandler

. Vivência e pesquisa na cena rock e sua cultura no mundo desde 1985.”

RHADA NASCHPITZ

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Author

Profissional de Educação Física, começou seu envolvimento com danças em 1980 . Iniciou seus estudos com a dança contemporânea e jazz... Sua vivência na cena Rock já dançando rock bastidores desde 1985, começou seu estilo oficialmente em 2005 .Hoje seu trabalho na dança como professora, coreógrafa e dançarina profissional (DRT 57517) pode ser definido como Rock & Metal Dance do seu método FDRS, caracterizada por enfatizar uma base na Cultura Rock and Metal, em toda a sua identidade cultural, em suas expressões corporais ,danças, estéticas visuais...Inovando também com Rock Chain, dança com correntes!!!

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