Religiosidade versus Religião

Religião e religiosidade são termos que dividem opiniões e que também confundem a cabeça de muitas pessoas, principalmente as dos próprios religiosos.

Mas verdadeiramente, qual a diferença entre esses dois termos?

O dicionário tem oito definições para o texto religião:

Religião – Substantivo feminino

  1. Crença na existência de um poder ou princípio superior, sobrenatural, do qual depende o destino do ser humano e ao qual se deve respeito e obediência.
  2. Postura intelectual e moral que resulta dessa crença.
  3. Sistema de doutrinas, crenças e práticas rituais próprias de um grupo social, estabelecido segundo uma determinada concepção de divindade e da sua relação com o homem; fé, culto.
  4. Culto que se presta à divindade, consolidado nesse sistema.
  5. Observância cuidadosa e contrita dos preceitos religiosos; devoção, piedade, fervor.
  6. fig. prática, doutrina ou organização que se assemelha a uma religião.
  7. fig. aquilo que se considera uma obrigação moral, um dever inelutável.
  8. fig. conjunto de princípios morais e éticos.

…e três para religiosidade:

Religiosidade – Substantivo feminino

  1. Qualidade do que é religioso.
  2. Tendência para os sentimentos religiosos, para as coisas sagradas.
  3. Conjunto de escrúpulos religiosos ou de valores éticos que apresentam certo teor religioso.

A prática da Religiosidade e da Religião são coisas absolutamente distintas e não devem ser confundidas de forma alguma. A primeira independe da segunda, e a segunda lamentavelmente pode também ser encontrada divorciada da primeira. Religião é sempre instituição, acordo social, edifício teórico, organização hierárquica, atividade política. Religiosidade é o sentimento maior (inato), a fé praticada, a posição mais íntima, a intuição do mistério.

Do ponto de vista geral, a religiosidade mostra o sentido de transcendência de uma pessoa ao refletir sobre a espiritualidade. Uma espiritualidade que adquire aspectos concretos através de crenças pessoais que mostram a fé dentro de uma doutrina, não necessariamente religiosa.

Esta religiosidade não aborda apenas a teoria, mas também a prática a partir do momento em que uma pessoa é fiel a suas ideias. A religiosidade mostra um tipo de conhecimento diferente do racional ao integrar o plano da fé como um valor de verdade.

Do ponto de vista psicológico, a religiosidade influencia também os valores e o modo de agir de uma pessoa que reflete sobre aquilo que é ou não correto. A religiosidade mostra a forma de expressão que tem um sujeito de comunicar-se com a vida ao redor; esta que é uma forma de diálogo espiritual, de se expressar sem a necessidade de palavras, ritos, dogmas, assim como de grande valor dentro da linguagem religiosa e que possui um código específico.

O ser humano se questiona com perguntas vinculadas ao sentido da vida, da morte, do sofrimento ou da dor, da existência da alma, do mistério do além da vida ou da existência de Deus. É consciente de que um dia vai morrer. Isto é, convive com a certeza de que sua existência é temporal.

A partir deste ponto de vista, a religiosidade responde também a esse tipo de questionamento.Viver em religiosidade é, em termos gerais, uma forma de se expressar, se conectando de maneira mais intima, com o mundo que não vemos, mas percebemos, consequentemente, refletindo de forma positiva no mundo material, tangível.

É uma maneira de ser que nos faz sentir cheiros, sensações, nos conectar às nossas lembranças, bem como sair do lugar, projetar nossos resultados e agir para realizá-los.

Muita Paz,

Gemkos Astazerld

Author

Formado em Marketing, Estatística e Analista de sistemas, casado, praticante de meditação, amante da natureza, vegano. Há vinte anos entusiasta sobre assuntos de psicologia, espiritualidade, religiosidade e evangelização. Blog em http://gemkosastazerld.blogspot.com

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