Depois da última vez em que estive presencialmente no evento – foi na 11ª edição, já no Jockey Club, e que foi objeto de um delicioso artigo aqui para o ARTECULT – retorno para o que chamei de “parque de diversões” dos amantes da Gastronomia. Sim, isso foi lá em 2021 e, desde então, por problemas logísticos e de agenda, não consegui comparecer e acabei só fazendo uma chamada ou outra aqui no portal. Mas eis que, finalmente, tenho a oportunidade de estar novamente nesse evento, que é o maior festival de gastronomia do Brasil e já é parte integrante do calendário de todo bom carioca apaixonado por comer bem! E é óbvio que eu me incluo entre eles, né?
E mais uma vez tive a honra de estar credenciado como colunista do ARTECULT. Desfilei por todo evento portando a credencial, com muito orgulho!
Nessa nova jornada, não tracei uma estratégia. Fui, de coração aberto, atrás das sensações e dos prazeres que aquele momento me traria, certo de que a experiência seria bastante recompensadora. E atravessar o caminho que dá acesso às atrações, que passa sob a pista do Jockey e que traz a exposição “Cenas Cariocas”, foi uma verdadeira viagem, quase psicodélica, pra mim. É como se eu estivesse entrando em uma nova dimensão…
Em 2025, O RIOGASTRONOMIA comemora 15 anos da celebração de sabores inesquecíveis. Esta é, sem dúvida, uma edição muito significativa e, nos doze dias de programação, com seus mais de 35 restaurantes participantes – como Lasai, Absurda Confeitaria, Heaven Cucina, Giuseppe Gril, Babbo Osteria, Empório Jardim, Izar, BistrOgro, Barsa, Bar do Momo, Dom Costela, San, Irajá Redux/Rainha, Vulcano e outros – serão muitas histórias pra contar. Em casa prato, inclusive inéditos, desenvolvidos exclusivamente para o evento – e que trarão o selo “RG” com valor de R$ 30,00 – você terá a oportunidade de fazer um passeio por receitas icônicas de alguns dos melhores estabelecimentos do Rio de Janeiro, todos juntos, em um só lugar.
Como se vê no mapa, após atravessar o túnel, chegamos direto na FEIRA DOS PRODUTORES, com mais de 30 expositores de queijos, azeites, embutidos, chocolates, biscoitos, doces, cachaças e conservas.
Aqui, fiz meu primeiro tour mais detalhado. Minha primeira parada – será que foi a pimenta quem me atraiu? – foi na BIROOTS – SABOR MULTICULTURAL (@biroots_brasil), que quer dizer be=ser/estar – roots=raízes, ou seja, é uma “marca inspirada pela engenhosidade das antigas civilizações e pela mistura de aromas, cores, culturas e sabores dos povos originários e dos que vieram a seguir”.
Levei pra casa, por certo, além de um tempero autoral, um kit com miniaturas das pimentas que eles fabricam pra eu degustar com mais calma…
Dali, fui conhecer a ZUCA SALUMERIA (@zuca.salumeria) que, segundo eles me informaram, é a primeira salumeria do Rio de Janeiro. Nascida em Santo André/SP, inspirada na maior escola de charcutaria do Brasil, a Acava Charcutaria, foi a primeira representante do Brasil e da América Latina a ser premiada em um mundial de charcutaria, que aconteceu em Londres no ano de 2023. Deixo aqui minha sugestão: dê um pulo no stand deles pra fazer uma degustação guiada bem interessante e prestem atenção ao “Salame Rosa”, que é feito através de uma copa suína misturada com toucinho e maturado por pelo menos 60 dias.
Também conheci a YACY ALIMENTOS (@yacyalimentos), uma fábrica de alimentos artesanais à base de mandioca, nutritivos, naturais e muito saborosos. A empresa produz farofas artesanais e sua linha é composta por diferentes sabores, como a Tradicional, Clássica, Premium, Vegana e Doce. Elas são feitas com ingredientes naturais, um blend de farinhas de mandioca e temperos orgânicos, e são reconhecidas por seu sabor artesanal e crocância. Vale a pena conferir!
Que tal dar um golinho numa boa cachaça pra abrir – ainda mais – o apetite? Fui no stand da DESTILARIA MAXCANA (@cachacariamaxcana), empresa fundada em 1987 e que produz cachaças envelhecidas, naturais e de diversos sabores. A fermentação da MaxCana é feita com leveduras selecionadas CA-11 e sem adição de substratos, e a cachaça é envelhecida em barris de carvalho francês e americano, com técnicas próprias de manutenção e controle de torra. São 22 mil litros de capacidade de envelhecimento. A dica aqui é fazer um tour pelas cachaças de 2, 4, 6, 12 e 18 anos – a de 27 anos estava exposta mas…
Conheci ainda a FAZENDA VALE DA LUA (@cogumelosvaledalua). A história da Fazenda Vale da Lua e seu cultivo de cogumelos começou quando os fundadores, Gustavo d Raquel, decidiram criar atividades sustentáveis para a fazenda, visando sua preservação a longo prazo. Em busca de conhecimento especializado, Gustavo estudou sobre cogumelos na Embrapa e Raquel aprimorou técnicas culinárias no Le Cordon Bleu, unindo a produção de cogumelos à gastronomia e garantindo a autossustentabilidade econômica do local. Dica: experimentem o filé dos cogumelos, o Cardoncello!
Nem preciso dizer por que o próximo stand me chamou a atenção, não é mesmo? Pra quem prestou atenção no meu sobrenome, não vai ser difícil matar essa… Afinal, dei de cara com o ALEMÃO DA SERRA (@alemaodaserra), uma empresa familiar, fundada em 1996, com sede em Guapimirim, região serrana do Rio de Janeiro. Possui grande variedade de salsichas, frios, patês e defumados, com receitas tipicamente alemãs.
Esbarrei, quase que por acaso, com um delicioso cracker de polvilho da GASTRONOMIA PRA VIAGEM (@gastronomiapraviagem) que, de tão bom, foi muito difícil de parar de comer!!!
Ainda dei mais uma voltinha pela FEIRA DOS PRODUTORES e segui, então, para a Tenda Gávea, onde estavam os stands dos seguintes restaurantes: Lasai, Bonaccia Osteria, Giuseppe Grill, Gastronomia do Amapá, Toto / Le blond, Capricciosa Pizza D.O.C, Nosso / Katz-sú, Babbo Osteria, Ízär & Mäska, Maria e o Boi e Heaven Cucina.
Nessa primeira parada, como sou fã declarado da chef Heaven Delhaye, optei pela HEAVEN CUCINA (@heaven_cucina), com três opções: um Sanduíche de Costela, Gnocchi Fritti r a famosa Lasanha de Costela.
Aqui, teve uma história bastante interessante. O SEBRAE firmou uma parceria com restaurantes do AMAPÁ para trazer um pouco dessa rica gastronomia para o evento, ainda tão desconhecida de nós, aqui do Sudeste.
A cada fim de semana, dois restaurantes amapaenses participam do estande, cada um com três a quatro pratos próprios, além dos clássicos, que ficam fixos no menu. Com os novos restaurantes que entram na roda, o menu também ganha novos itens. No primeiro fim de semana, a cozinha ficou nas mãos dos restaurantes Divina Arte e Di Maria. Na segunda semana, o Di Maria permanece, ao lado do Flora Restaurante. Para fechar, o restaurante 313 e o Capitu se unem na cozinha. A Bio+Açaí marca presença em todos os fins de semana com o açaí tradicional da Amazônia – que não tem absolutamente nada a ver com o açaí que conhecemos… – para o festival.
É lógico que não poderia sair sem experimentar uma prato do Amapá, né? Ainda mais eu, que adoro garimpar culinária regional em cada canto que vou…
O prato escolhido foi o “Filhote à Joãozinho Gomes”, um filhote assado no forno, servido com molho reduzido de tucupi, camarão rosa e jambu, acompanhado de arroz branco. Realmente, o peixe FILHOTE – espécie de água doce encontrada em diversas regiões do Brasil – é sensacional!
Ainda na Tenda Gávea, teve tempo para um gyoza de costela assada e molho ponzu do TOTO / LE BLOND (@toto.ipanema / @leblondrestaurante).
Seguindo mais adiante, entramos na Tenda Parque Lage, onde ficam os restaurantes: Barsa, Curadoria, Mar do Momo, Dom Costela e Bar da Frente. O escolhido aqui foi o BAR DO MOMO (@bardomomooficial), com um bolinho de aipim com camarão e catupiry e um bolovo com gema mole envolto em massa de bolinho de bacalhau.
Saindo dali, dei de cara com o palco, onde rolam os shows – e que fazem a felicidade da galera, principalmente aqueles mais jovens.
Atravessei para o outro lado. Por certo, atividades como tirolesa e roda gigante não fazem muito o meu perfil, mas cito aqui. Como também vale mencionar o fato de que, espalhados por toda a área, encontram-se stands de bebidas especiais e outros lances promocionais.
Entrei, agora, na Tenda Jardim Botânico, onde encontrei: BistrOgro, Assunção, Vulcano, Dois de Fevereiro, Tasquinha do Portuga e Páreo. Em seguida, foi a vez da Tenda Lagoa, com a Maturatta, Empório Jardim, Gastromotiva, Irajá Redux / Rainha, Bistrô SESC, Fairmont Rio de Janeiro, Rufino Parrilla, San, Casa Villarino SENAC, Ocyá, Quinta da Henriqueta, Sofia, Absurda Confeitaria e Prezunic.
São muitas, muitas opções. E pra todos os gostos. E antes de ir para o auditório – sim, já fiz o meu cadastro, que é feito, sempre, com uma hora de antecedência – ainda tive tempo de descobrir uma história bem legal. Ali, no caminho que liga a Tenda Gávea com a Tenda Lagoa encontrei a DOUTORA BROWNIE (@doutorabrownie).
Criada em 2017 pela Andressa Fonseca com a ideia de ser, inicialmente, um meio para que ela conseguisse cursar medicina. Porém, o sucesso foi tanto que a empresa ganhou uma dimensão que a fez mudar de rota. Para felicidade de quem experimenta suas delícias…
O legal desse tipo de evento é que é perfeitamente normal a gente esbarrar com chefs andando de lá pra cá. Foi o caso da chef Kátia Barbosa e do participante e finalista do reality “Chef de Alto Nível” Allan Mamede.
Hora de me dirigir ao Auditório para assistir à palestra “A cozinha brasileira do Almanaque Carioca” com o historiador Thiago Gomide, a chef Gisele Santos e a jornalista Fernanda Arouca.
O auditório estava lotado. É interessante alertar para o fato de que vale a pena estar realmente com uma hora de antecedência para fazer a inscrição nas aulas, caso contrário, corre-se sério risco de ficar de fora. As aulas, pelo jeito, além de bastante interessantes, são muito concorridas.
Enquanto o Thiago contava curiosidades sobre a Sopa Leão Velloso – dentre inúmeras outras curiosidades – a chef ia nos mostrando como fazer uma empada recheada com frutos do mar, numa alusão à sopa. Ao final da aula, claro, teve degustação.
Antes de finalizar, gostaria de comentar – e parabenizar – uma iniciativa incrível do INSTITUTO FECOMÉRCIO DE SUSTENTABILIDADE – IFeS (@ifes_rj), e que funcionou muito. E tenho provas disso… É o seguinte:
Ação do Instituto Fecomércio de Sustentabilidade oferecerá aos participantes a oportunidade de ganhar produtos como bolsas, nécessaires e estojos em troca de resíduos recicláveis.
Latas, garrafas long neck, recipientes de destilados e garrafas de espumante poderão render ao público do Rio Gastronomia bolsas, nécessaires, estojos e outros itens sustentáveis confeccionados a partir de lonas utilizadas em eventos do Sesc RJ. A ação será promovida pelo Instituto Fecomércio de Sustentabilidade (IFeS) no estande da instituição durante o evento, unindo educação ambiental, reaproveitamento criativo e incentivo à reciclagem.
Os produtos estarão expostos em uma vitrine instalada no espaço do IFeS. Para participar, o visitante receberá uma cartela para registrar a pontuação obtida com a entrega dos recicláveis. A pontuação varia conforme o tipo e a quantidade de material, com categorias bronze, prata e ouro. Ao atingir a pontuação necessária, o participante poderá escolher um dos itens disponíveis e levá-lo para casa. Todo o material coletado pelo Ifes no evento será doado à Associação de Catadores do Aterro Metropolitano de Jardim Gramacho (ACAMJG), gerando renda aos associados.
“A ação de educação ambiental mostra que é possível unir gastronomia, cultura e sustentabilidade, estimulando hábitos mais responsáveis e apresentando o potencial criativo do reaproveitamento de materiais”, afirma o diretor-executivo do IFeS, Vinicius Crespo.
A iniciativa está alinhada ao compromisso do Sistema Fecomércio RJ com o Pacto Global da ONU, do qual é signatário, reforçando sua atuação em prol dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
Quando vi, minha mulher e minha filha saíram à caça, pelo evento, dos recicláveis. E não só elas, mas inúmeras crianças e outros adultos também. E aqui está a prova de que a iniciativa REALMENTE funcionou:
E o dia ia chegando ao fim, a noite já se insinuava, enquanto soavam os primeiros acordes no palco. A experiência, como sempre, foi muito válida. Ter a oportunidade de, novamente, estar presente no maior festival de gastronomia do país, é algo, para alguém que ama a boa mesa, ama comer bem, que não tem preço…
Serviço:
Datas: 14 a 17, 21 a 24 e 28 a 31 de agosto
Local: Pião do Padro – Jockey Club Brasileiro
Endereço: Praça Santos Dumont, 31 – Gávea
Horário: Quinta dia 14/07 das 18 h às 00h | Demais Quintas e Sextas das 17h às 00h | Sábado das 12h às 00h | Domingos das 12 às 23h
E se você, por algum motivo, ainda está em dúvida se vai ou não ao RIOGASTRONOMIA no seu último final de semana, só posso lhe dizer: não tenha dúvida alguma, simplesmente vá! Posso garantir que a experiência vale muito a pena e sei que me agradecerá por isso… Afinal, se você curte comida boa, novidades e sabores incríveis, este é o lugar.
Depois me conta aqui o que achou, tá?
Até breve!
Excelente matéria amigo, foi muito bom participar desse evento com vocês.
Ei, acabei de tropeçar no seu site … você é sempre tão bom em chamar a atenção, ou você fez isso só para mim?