Maíra homenageia Maysa em novo EP “Saudade de Mim”

Foto: Clarissa Ribeiro

A cantora, compositora, atriz e produtora Maíra faz um mergulho pessoal em seu novo EP, “Saudade de Mim”. O projeto é uma investigação profunda pela história e ancestralidade da artista, que abraça com orgulho sua identidade indígena, gorda e lésbica. A intensidade guia as músicas, sendo duas autorais e duas regravações de Maysa – uma inspiração para a potência que Maíra buscou neste novo trabalho. O trabalho chega junto de um clipe da releitura de “Saudades de Mim”, onde a artista celebra a cultura e arte dos povos originários.

O número quatro guia todo o projeto. Esta é a quantidade de canções e também de partes do EP, cada uma representando um elemento da natureza: terra, água, ar e fogo. A faixa-título explicita o caráter íntimo da obra, abordando a busca de Maíra por suas origens e sua identidade – ainda que passem pelos versos alheios.

O projeto tornou-se um resgate de si mesma, em meio a um processo de autoconhecimento e reconexão. Por isso, as músicas falam de amor e perdas.

“O que as canções têm em comum é que todas falam de intensidade, porém com abordagens diferentes”, explica Maíra.

A artista traz duas autorais no EP com “Ilusão” e “Aurora”.

“Há alguns anos atrás, depois de mais uma desilusão amorosa, eu compus ‘Ilusão’. Ela representa bastante do que eu acredito sobre relações amorosas: duas almas livres que, quando juntas, podem concretizar coisas incríveis. O trecho em tupi antigo foi adicionado recentemente”, entrega Maíra.

Já as duas releituras de Maysa são “Resposta” e “Saudades de Mim”.

“Eu me identifico muito com a Maysa enquanto artista, então sabia que queria gravar versões de músicas dela. Reduzir essa escolha a apenas duas músicas não foi nada fácil porque me sinto representada por várias, mas eu me baseei no momento que eu vivo hoje. Acredito que tanto ‘Resposta’ quanto ‘Saudades de Mim’ traduzam esse meu sentimento de forma eficaz”, ela analisa.

Não por acaso, o nome do EP foi inspirado pela faixa que melhor define essa intencionalidade pessoal. Ao se aproximar do que a torna única, Maíra se aproxima do que nos torna universais.

“Quando acessamos nosso interior e aprofundamos nossos pensamentos e sentimentos, estamos também nos conectando com a Mãe Terra de uma forma especial, podendo então existir com a consciência de que tudo que nós somos é suficiente e potente demais”, resume Maíra.

O EP torna-se um novo marco na sua carreira. Maíra é uma artista multifacetada nascida no Rio de Janeiro que usa sua música como uma plataforma de resistência. Ela começou sua carreira musical em 2019, lançando as músicas “Cada Não Seu” e “Meu Próprio Deus”. Nos anos seguintes, lançou mais singles e EPs, incluindo “Pode Amar”, que foi um EP visual premiado em festivais internacionais e nacionais de cinema.

Além de sua carreira solo, Maíra também integrou a banda Reflexos, com a qual lançou dois EPs, também fez parte do projeto Viva Gal e já recebeu diversos prêmios por seu trabalho, incluindo como melhor intérprete vocal no Festival de Música do Zimba, em 2016, e o primeiro lugar na etapa regional do Festival de Música Francesa, em 2021.

Agora, Maíra está pronta para uma nova fase musical com o EP “Saudade de Mim”, entregando sua versatilidade e amadurecimento artístico. O lançamento é da Peneira Musical, que atua como selo, produtora e editora, com o propósito de impulsionar a arte de pessoas LGBTQIAP+, pretas, 50+ e periféricas em geral, apoiando, capacitando e tornando suas carreiras sustentáveis. Foi fundada em 2020, no Rio de Janeiro, pela cantora e compositora Elisa Fernandes, mulher negra, lésbica, periférica e cria de escola de samba, cuja obra e vida se refletem no selo.

Ouça o EP “Saudade de Mim”: https://onerpm.link/maira-epsaudadedemim

Assista ao clipe “Saudades de Mim”: https://youtu.be/E7CbILdivJw

Ficha técnica:

Intérprete : Maíra

Produção musical, mix e master: Guilherme Borges

Selo: Peneira Musical

Acompanhe Maíra:

https://www.instagram.com/ixe.maira

https://twitter.com/IxeMaira

Author

Escorpiana, nascida em 92. Babby é jornalista, poeta, produtora, diretora e aspirante a artista. Trabalha com produção e making of com bandas do interior de SP, produziu e dirigiu o filme Eu Nasci Assim, participou do programa Na Bota do Rock na FM90 e faz cobertura de shows. Nas horas vagas, escreve poemas que fala sobre amores e desamores que habita dentro do seu pequeno mundo azul.

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *