Nuno Rau (@nunorau) é carioca, arquiteto, professor de história da arte e mestre em história da arquitetura. Tem poemas publicados em revistas como Cronópios, Germina e Sibila. É um dos editores da revista eletrônica mallarmargens.com e autor do livro Mecânica aplicada, finalista do prêmio Jabuti na categoria Poesia em 2018.
Confira abaixo a entrevista exclusiva que preparamos pra você.
ArteCult: Como a Literatura entrou na sua vida?
Nuno Rau: Quatro coisas foram importantes nessa aproximação: os livros que meu pai tinha em casa (ele era um leitor de poesia, além de escrever poemas também), e a escola, onde as professoras de língua portuguesa eram ótimas, amarravam as aulas em poemas, contos, trechos de romances, além de incentivar a leitura em casa, e fui permeável a isso. Ainda lembro o espanto quando, num exercício de sintaxe, o poema “Mal secreto”, de Raimundo Correia, foi dissecado. A sintaxe nem me pareceu o mais importante: queria sentir o poema, aquelas palavras faziam o pensamento dançar, havia ritmo, sentido, sonoridade, um concerto que me fazia reler, e reler. Mas esse fato, quando se deu, já havia uma relação com a poesia. Entre os vários livros em casa, havia boa parte dos poetas românticos, parnasianos e simbolistas. Fui lendo esses livros entre os sete e os onze anos e me fascinava a coincidência – banal, fora do contexto da infância – de Castro Alves e eu termos o mesmo dia de aniversário. A imaginação do menino fantasiava uma vida futura parecida com a dele, a relação com lutas abolicionistas, os amores intensos, a boemia e tudo mais. Mas me sentia estranho, porque aquilo que mais gostava, a poesia, parecia uma coisa de gente que tinha morrido, e que nenhum de meus amigos e colegas gostava. Foi aí que entrou o terceiro elemento da aproximação: a biblioteca de um tio em Juiz de Fora, Minas Gerais. Ele era advogado, historiador e, além dos livros de Direito, havia muitos livros de poesia e literatura. Ali descobri, aos onze anos, a poesia modernista: Drummond, Cabral, Oswald, Murilo, Mário, entre outros. Drummond e Cabral vivos à época, embora senhores vetustos com óculos de grossas armações de tartaruga, já representavam um ganho – não estavam mortos, e era menos estranho gostar muito de algo que pessoas vivas ainda praticavam. O quarto elemento aconteceu quando minha mãe voltou a estudar e se matriculou numa faculdade em Ipanema. Ficava longe de nossa casa, e o curso era noturno, então eu ia junto pra fazer companhia, e enquanto ela assistia às aulas, dava pra filar palestras na faculdade sobre literatura, ecologia, economia, direito, história, e fui ampliando o leque de interesses; quando não havia palestras, circulava por Ipanema pra conhecer o lugar. Numa dessas investidas, descobri a antiga (e lendária) Livraria Muro, e, nela, tesouros que me alucinaram: a antologia 26 poetas hoje, de Heloísa Buarque de Hollanda, livros de Torquato Neto, Waly Salomão, Cacaso, Ana C., Secchin, as revistas Navilouca e Almanaque Biotônico Vitalidade, uma mina. Os problemas daquele garoto de treze anos tinham acabado: descobri pessoas jovens, com cerca de dez, onze anos a mais do que eu, que escreviam poesia. E que poesia! O mundo se abriu, finalmente, e dali pra frente só fez crescer, com a descoberta de Fernando Pessoa, Clarice Lispector (que me ensinou muito sobre poesia), Borges, Byron, Baudelaire e por aí vai uma lista interminável, que inclui Leminski, Régis Bonvicino e muita gente mais.
AC: Como nasce um poema? E um livro de poemas?
NR: Penso que o poema nasce do encontro de dois processos. Um deles é permanente, algo na gente pensa o poema sem vir à camada consciente, algo está pensando. O outro processo, que faz emergir isso que está sendo pensado, pode vir de vários modos: um pensamento aleatório, outro poema, uma imagem, um encontro, uma emoção, tudo pode detonar o processo do poema. Aí entram os meios que cada um tem, e que penso devem ser conscientes, de trabalhar a eclosão desses dois campos. Gosto de ler entrevistas de outros poetas e escritores, é sempre uma oficina indireta, e assim percebi que há muitos modos de fazer nascer um livro de poemas. Neste canal mesmo, Paulo Henriques Britto diz que seus livros resultam do que é produzido em certo intervalo de tempo, sem uma direção prévia (o que pra mim indica a prevalência da camada subterrânea dos poemas se pensando, porque os livros dele têm uma forte relação entre as partes todas). Outros poetas partem de projetos fechados e, às vezes, previamente estabelecidos, que dirigem a própria escrita dos poemas. Meu caso é um híbrido. Em geral, percebo que existe um eixo que atravessa certo conjunto de poemas, uma inquietação-base, que vai aparecendo de muitos modos ao longo de certo momento da produção. O fato de quase não ter publicado em livro me faz ter um acervo não desprezível (em tamanho, por certo) que posso ir juntando, organizando e reorganizando quando percebo que existe um projeto implícito num dado conjunto de escritos. Foi assim com o Mecânica aplicada (2017), quando me dei conta de que a questão da máquina do mundo estava ocupando meu interesse em diversos poemas, direta ou indiretamente. Está sendo assim com A Prosa da cidade (que já mandei para a editora e deve sair em 2022), com poemas vinculados a paisagens não convencionais do Rio de Janeiro, o Rio que não é o dos turistas, um Rio profundo muito além da Zona Sul, e que conheço bem.
AC: Fale dos livros que já publicou até hoje.
NR: Como minha produção publicada é pequena em relação ao que tenho “na gaveta”, acho mais interessante falar sobre o longo (e turbulento) processo pelo qual acabei chegando a publicar o primeiro livro. Minha relação com a publicação de livros individuais pode-se dizer que é, quando menos, tortuosa. Estruturei um primeiro livro de poemas em 1981 (tinha dezoito anos), selecionando o que havia escrito ao longo dos três anos anteriores. O livro se chamava Alvenaria do medo e refletia em alguns poemas a situação em que me encontrava: um garoto que saiu de casa aos quinze e teve que trabalhar pra sobreviver, literalmente, enquanto estudava, em jornadas totais de dezesseis a dezoito horas por dia. O medo não eliminava a disposição de encarar os desafios daquela época, mas estava presente como sintoma da incerteza que havia diante de mim. Esse primeiro livro não se concretizou (o que foi bom: não preciso me desculpar por ele agora), as condições de publicação pareciam algo inacessível pra quem morava muito longe de onde aconteciam as coisas e não tinha dinheiro ou tempo pra ficar indo lá – a Zona Sul carioca, onde aconteciam as coisas, mesmo a poesia chamada marginal, que era assim chamada por contornar os meios convencionais de publicação, se valendo da autoedição de livros, plaquetes e revistas, mas não era marginal do ponto de visto da geografia da cidade; sob esse aspecto, era mais uma centralidade, porque se concentrava nos bairros de alto poder aquisitivo, se comparados à região onde eu morava, um bairro operário em região afastada (não cabe aqui entrar na questão estética dessa produção dita marginal, porque a geração foi um mosaico de projetos muito diferentes, ainda que houvesse grupos mais homogêneos, como a Nuvem Cigana). Além disso, não existiam os meios digitais de divulgação, o boom dos blogs só ocorreria na virada dos anos 2000, democratizando muito o acesso à circulação da produção escrita de toda ordem. Então, devido às minhas condições concretas, entre esse longínquo 1981 e 2017, quando foi publicado meu primeiro livro, enquanto trabalhava e cuidava do lado material da vida, andei pelas quebradas lendo e estudando muito ao longo das noites (e em intervalos esparsos de trabalho) tudo que conseguia acessar sobre poesia, literatura, teoria literária, filosofia, antropologia, arte etc. e produzindo em silêncio, sem pensar em publicar, numa conversa bem solitária com tudo que estava sendo feito no momento, ao que me mantinha sempre atento. Assim – e escrevendo e pensando poesia – atravessei as décadas de 1980, 1990 e 2000. Em 2011, efetivamente, comecei a mostrar a produção nas redes sociais e comecei a ter alguns retornos interessantes (isso depois de publicações esparsas em revistas como Cronópios, Paralelos e Germina, entre 2005 e 2010). Esses retornos resultaram no coletivo que fundou em 2012 a revista Mallarmargens, da qual sou editor até hoje, mas sempre – ou ao menos até 2017 – sem a pretensão de publicar um livro autoral individual. Só acabei lançando o primeiro livro, em grande medida, por insistência do Eduardo Lacerda, editor da Patuá, que se tornou meu amigo. A gente tinha acabado de concluir a antologia Escriptonita, com poemas sobre super-heróis e o universo HQ, coorganizada por Alberto Bresciani, Alexandre Guarnieri, Jorge Elias Neto e por mim, quando o Eduardo me disse: “Agora é a hora do seu livro”. Realmente não estava nos meus planos botar um livro na rua, e até tremi nas bases, surpreendido com o modo enfático da declaração. Quando entrava em livrarias ou em bienais, a sensação era de que já havia livros demais e que não teria sentido algum empregar esforços pra ter um livro individual, mas o Edu foi insistente, e comecei a considerar a ideia, a pensar nela. Na verdade, tinha três livros quase prontos naquele momento, mas sem projeto algum de publicação, eram como exercícios para a gaveta e não se pretendiam nada além disso. Quando penso hoje, vejo que a rejeição à ideia de publicar um livro vinha de muitos lados, para além da dúvida sobre a necessidade de mais um livro de poemas (ideia que encerra um certo niilismo, claro). Um deles é uma autocrítica que talvez beire o exagero e que, para desespero de quem a tem, não garante que poemas sejam bons; pior ainda, não garante que se tenha um juízo bem claro sobre a própria produção – a visão sobre nossos escritos pode ser sempre mera difração do real, a grande tarefa parece ser esta: a de poetas ajustarem a lente pra analisar seus próprios poemas, porque não existe poesia que preste que não represente, ao mesmo tempo, uma crítica do conjunto de obras produzidas (ou de um recorte desse conjunto), pelo modo como se desenrola o diálogo com elas, nas fendas entre os versos e uma crítica de si mesmo. Sem esse ajuste fino corre-se o risco de produzir apenas banalidades, já que ninguém produz a partir do nada – suprema pretensão de ser o marco zero –, mesmo que os temas sejam atentos às pautas mais significativas de nosso tempo. Outro motivo da rejeição foi acrescido quando comecei a frequentar saraus de poesia em 2004 (quando descobri que eles seguiram acontecendo, e não acabaram nos anos 1970), em parte pra sentir de perto o que andava ocorrendo, em parte pra que minhas filhas entrassem em contato com poesia falada, acho importante esse contato com a palavra falada, a combinação de som, sentido, ritmo. Elas estavam então com nove e quatro anos, e essa experiência foi ótima para as duas e pra mim também, porque conheci de perto pessoas que admirava, como Tavinho Paes, esse turbilhão de ideias, e outras que passei a gostar e admirar, além de entrar em contato com uma parte da produção de poesia contemporânea que não conhecia, porque não circulava nas revistas de então, restritas a círculos mais fechados e tribos específicas. Minhas idas aos eventos eram para ouvir poesia, e não pra falar; vi algumas vozes muito interessantes se formando, crescendo ano a ano, senti a pulsação da convivência entre pares, a importância das redes de afeto, vi desentendimentos também, tudo que está implicado no contato humano. Desse lado ruim, vi algumas pessoas (em geral de classe média mais arrumadinha) que publicavam livros de poemas bem ruins e pareciam passar a pensar que suas vidas estavam, a partir disso, justificadas: eram autoras, e não é demais lembrar que as palavras autor e autoridade têm a mesma origem, e esse sentimento me incomodava, não quereria nunca ser confundido com aquelas pessoas, me ver vinculado a esse sentimento, porque a escrita tinha outro sentido pra mim, e totalmente oposto. Era conversa, diálogo, comunhão, integração, ainda que silenciosa, e uma crítica do real. Somados esses motivos, adiei por décadas a ideia de colocar um livro individual na rua e me satisfazia muito com antologias, capítulos em livros acadêmicos (que derivaram de meu mestrado, e depois de um doutorado por ora interrompido), e com a atuação como coeditor de Mallarmargens, onde pude dar vazão a uma visão da poesia e da literatura como atividades coletivas. As antologias, realmente tive muita alegria em participar delas, que são: Desvio para o vermelho, do Centro Cultural São Paulo, Escriptonit, pop-esia, mitologia-remix & super-heróis de gibi, pela Editora Patuá, 29 de Abril: o verso da violência, pela mesma editora, e Jumento com faixa – deboches e antiodes ao fascismo, pela Editora Viés. O primeiro livro foi o Mecânica aplicada (2017), poemas, pela Editora Patuá, que foi finalista do 60º Prêmio Jabuti e do 3º Prêmio Rio de Literatura. Esse livro me criou várias interlocuções interessantes, ampliou muito o leque dos diálogos que mantenho. Neste ano, vou lançar o livro A prosa da paisagem, poemas, pela Editora Paisagens Híbridas, vinculada ao grupo de estudos da Escola de Belas Artes da UFRJ, que integro como pesquisador; o livro faz parte de uma coleção de escritos não acadêmicos de professores e pesquisadores da área da paisagem.
AC: Um livro marcante. Por quê?
NR: Claro enigma. O que Drummond realiza nesse livro é da ordem do inacreditável. É quase impossível escrever poesia depois dele, e, no entanto, se escreve, e tanto, e boa poesia – mas permanece o desafio de fundo que livros como Claro enigma, Invenção de Orfeu, Siciliana, como também A teus pés, Algaravias, Ária de estação e Paranoia, entre outros, são livros com que a gente tem que se medir. Drummond é pai, o que pode significar geração e castração, depende de como a gente se relaciona com essa matriz.
AC: Um escritor marcante. Por quê?
NR: O que Fernando Pessoa fez na sua obra mexe com a forma da gente encarar a poesia, porque ele se fragmenta em várias partes, e algumas são antíteses, contradizem e desdizem as outras, há um embate interno que tem muito a ver com nossa vida nisso que chamam de tardomodernidade.
AC: Você é um dos fundadores da revista eletrônica Mallarmargens. O que o leitor encontra por lá?
NR: Poesia contemporânea brasileira e não só, temos também traduções, ensaios, crítica e divulgação de livros – mas o que acho mais significativo na revista é o caráter democrático no processo de edição. Qualquer pessoa que mandar bons poemas e bons textos é publicada, o que não parecia acontecer em revistas de antes (Cronópios e Germina são exceções que confirmam a regra), nas quais as publicações pareciam girar em torno de grupos de força da poesia, buscando expressar uma estética específica, ou, pelo menos, afinidades de grupos mais fechados. Mallarmargens nasceu de outro projeto, diametralmente oposto, que é o de formar um painel amplo da produção contemporânea, fazendo convergir projetos estéticos bastantes diversos, às vezes até conflitantes. Como editores, a gente coloca de lado nossas preferências pessoais, e buscamos pensar a qualidade dos textos dentro de cada proposta específica. Se eu, como editor, gosto ou não de um poema não importa. Tenho que sair desse critério para analisar a qualidade dentro do quadro de referências em que o poema se insere. Isso deu uma grande diversidade à revista, e publicamos desde poetas muito confirmados, como Florisvaldo Mattos e Antonio Carlos Secchin, a uma poeta de quinze anos de idade cujos poemas tinham na época uma maturidade e uma consciência de processo impressionantes. Recebemos muito material e procuramos ler tudo com atenção e com esses cuidados, porque sabemos que estamos lidando com algo que é constitutivo pra quem está nos enviando, e pode representar muito ver seus poemas publicados – por conta disso, sentimos verdadeiro orgulho de termos publicado pela primeira vez poetas que depois tiveram sua produção reconhecida de algum modo.
AC: Projetos em andamento: o que vem por aí nos próximos meses?
NR: Além de A prosa da cidade, tenho outros livros prontos – um só com sonetos e um poema longo em terza rima, que deve se chamar Real, engenho, e um que são cem poemas numerados, chamado Notas marginais – e mais três livros de poemas em processo, sem prazo pra terminar, um que reúne poemas bem antigos (e inéditos) com outros recentes e em produção e outros dois totalmente in progress. Fora os de poesia, um romance pela metade e outros textos/projetos que devem se transformar em romances.
AC: Entre os seguidores do canal de Literatura do Portal ArteCult, muitos são aqueles que escrevem ou que desejam escrever. Que conselho ou dica você poderia dar a eles?
NR: É um pouco temerário (e talvez arrogante) pensar que experiências individuais possam ser estendidas a outras pessoas, provavelmente não, mas acho que há sim alguns pontos que podem ser destacados, que são gerais, independentemente do modo mais pessoal como aconteçam na vida de todos. Ler muito, sempre, e criticamente, buscando desmontar o escrito, perceber os processos, ou seja, ler de modo ativo. Buscar nessas leituras a técnica, não só o conteúdo. Ler historicizando também é importante, percebendo a relação que cada texto tem com a história, o que quer dizer entender a política do texto (poema, conto, romance). Ler o que a tradição nos lega, amando o que deve ser amado, não respeitando excessivamente e questionando o que precisa ser questionado. Quando escrever, deixar decantar o texto, não ceder ao impulso de divulgar logo e reler dias ou semanas depois como se fosse um outro, friamente, sem apego. Entender quais são as suas inquietações, e de que forma elas conversam com o tempo presente. Não pensar em se adaptar a qualquer vertente majoritária, o que quer dizer quase desprezar o entorno, não no sentido de não ler o que as outras pessoas produzem, muito pelo contrário, mas não se sentir obrigado a reproduzir modos de escrita, tendências: encontre sua própria voz, e se ela estiver numa contracorrente, encare isso, fundamente suas escolhas, além de sempre desenvolver uma autocrítica que corrija eventuais equívocos, o que sempre acontece também.
AC: Para encerrar, pediria que deixasse aqui uma amostra de seu trabalho como autor.
UMA PEDREIRA
1.
se uma ferida pudesse erguer-se, seria
essa empena, suas partículas luzindo
no verão sem clemência, proa abrupta
que mede imóvel o mar de casas mudas
imersas no betume da noite ocidental,
a história narrada no vazio vertical
de quem foi triturada pelos dentes rudes
das britadeiras e contabilizada em vagões
lentos como lotes de vestígios que agora
dormem seu sono inquieto em anos
de concreto atravessados pelo aço. Ou
2.
fosse a vida uma vela nunca panda,
lona que o vento não enfuna, seria
essa empena hirta, muralha, seus segredos
guardados no minério ostentando
o que lhe foi subtraído como um brasão
sem armas, cada mínima traição
do acaso grafada em mica, noite
dentro da noite de seus poros, uma vela
medindo a calmaria, metamórfica
memória de lava, enorme sedimento
de um espasmo, cinza de carne, granito.
O projeto AC Encontros Literários venceu o troféu APPERJ (Associação Profissional de Poetas no Estado do Rio de Janeiro) 2021 na categoria Encontros Literários on-line.
Bem, é isso. Até a próxima!
Colunista do canal LITERATURA
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Não deixe de ver também:
AC Encontros Literários tem curadoria e apresentação (lives) de César Manzolillo (@cesarmanzolillo).