A nova trama da Califórnia Filmes, Meu Pai (The Father), vem conquistando a aclamação do público e dos críticos mundo afora. Inclusive, as 6 incríveis indicações ao Oscar 2021 já seriam o reflexo de que o longa possui grandes méritos. No que diz respeito ao roteiro, o longa possui uma abordagem mais simplista sobre o tema, mas que é potencializada com atuações grandiosas, principalmente da dupla de atores Anthony Hopkins e Olivia Colman, ambos já premiados com Oscar, que mostram toda sua versatilidade e sensibilidade ao darem vida a personagens tão reais e únicos, através de uma relação muito sensível entre o pai e filha, mostrando seus respectivos cuidados e desafios. Confira nossa crítica, sem spoilers, a seguir.
Na trama, vemos a rotina de um senhor de idade chamado de “Pai”. Seu nome próprio não aparece em nenhum momento da trama. Ele se recusa a qualquer ajuda por parte da sua filha à medida que vem a envelhecer e passa a adquirir um quadro de demência. O público é convidado a entender todos os desafios pelos quais passa e como funciona essa relação entre ele e sua filha “Anne” (Olivia Colman). Anne, que está se mudando para Paris e precisa garantir os cuidados de seu pai enquanto estiver fora, busca encontrar alguém para cuidar dele. À medida em que o seu pai começar a compreender as mudanças à sua volta, começa a duvidar de seus parentes, de sua própria mente e até mesmo da estrutura da realidade. No desenrolar da trama, o público acompanha cada nuance detalhada dessa rica história.
Com um roteiro muito bem desenvolvido e bem amarrado, de responsabilidade de Florin Zeller (também diretor) e Chistopher Hampton, o filme não possui muitas reviravoltas, mas de maneira orgânica consegue prender a nossa atenção. Tudo é muito bem pensado, desde os seus planos sequência, enquadramentos, diálogos, transições… O conjunto da obra, como um todo, é de encher os olhos. No que diz respeito à direção, está muito bem alinhada à proposta da história. É muito interessante notar quando esses dois elementos estão bem casados, pois o filme flui de uma maneira muito bem desenhada e seus fatos e acontecimentos obedecem a uma cronologia que não deixa qualquer ponta solta. A criatividade e atmosfera criadas em torno daquele universo potencializam muito mais os personagens daquela história, tornando o final do longa uma experiência sensorial à parte.
Com relação às atuações, um espetáculo à parte. Anthony Hopkins (Pai) entrega aqui um trabalho tão monumental e tão rico quanto o do filme “Silêncio dos Inocentes”. A dualidade e a forma como transita nas emoções de seu personagem é algo de aplaudir de pé, digno de receber todas as indicações nas categorias de Melhor Ator dessa temporada de premiações. Olivia Colman (Anne) não fica atrás e mostra toda sua grandeza, mesmo que sua personagem seja um suporte de interação com o principal arco dramático. Os diálogos entre Anne e seu pai, as camadas que são expostas de sua personagem, tudo é demonstrado com destreza e em seu tempo de tela. Trabalho louvável e encantador, que merecia, sim, ser lembrado na categoria de Melhor Atriz coadjuvante na temporada de premiações.
CONFIRA O TRAILER:
O longa “Meu Pai” é uma viagem grandiosa e enriquecedora ao retratar a relação de um pai e sua filha diante de sua notória perda de noção da realidade através de um quadro de demência. A história nos transporta para aquele universo onde é apresentado tudo de maneira muita clara, simples e objetiva. Além, é claro, das atuações, pois o filme nos traz trabalhos incríveis no desenvolvimento dos personagens principais. Sendo assim, um forte candidato a premiação do Oscar 2021.
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