Guitarra na Gafieira: Sexteto do guitarrista Rogério Guimarães une diferentes estilos em projeto que resgata o clima da gafieira

Guitarra na Gafieira. Foto: Divulgação.

Os shows gratuitos acontecem nas Arenas Fernando Torres e Dicró e no Centro da Música Carioca

Houve um tempo, ali pelos anos 1940, em que a gafieira era um dos programas mais divertidos no Rio de Janeiro. Nos salões, dançava-se ao som de sambas, na sua maioria, difundidos pelo rádio, então o principal veículo de comunicação de massas no país. O tempo passou, surgiram as boates (nos anos 1950) e as discotecas (nos 1970), e muita coisa mudou no mundo – sobretudo no modo de ouvir música. Eis que um jovem músico forma um grupo a fim de recriar o clima das gafieiras com uma nova proposta. O moço em questão é o guitarrista e arranjador Rogério Guimarães, um dos mais respeitados da sua geração, que angariou alguns dos mais talentosos instrumentistas na cena musical. São eles: Alex Rocha (baixo), Bruce Lemos (teclados), Victor Vieira (bateria) e os sopros de Anderson Ferraz (trompete) e Josiel Konrad (trombone). Eles formam o Rogério Guimarães Sexteto e, juntos, apresentam o show “Guitarra na gafieira”. As apresentações acontecem na Arena Fernando Torres, em Madureira (19 de maio); na Arena Dicró, na Penha (31 de maio), e no Centro da Música Carioca, na Tijuca (1º de junho), com entrada franca. O projeto foi contemplado pelo edital de Fomento à Cultura (Foca), da Secretaria de Cultura da Prefeitura do Rio de Janeiro.

Guitarra na Gafieira. Foto: Divulgação.

Na grande maioria das vezes, o conjunto é formado por oito a mais integrantes. Em alguns casos, há um cantor (crooner) e os arranjos privilegiam os sopros. As propostas de Rogério são outras. A começar pela formação, a de um sexteto, mais próxima da de um conjunto de jazz. A outra é a de tirar a guitarra do mero lugar de base e fazer dela protagonista. “A ideia da guitarra como instrumento solista numa banda de gafieira é o resultado da soma de elementos que formaram minha identidade, que vai da música brasileira e do samba, nos seus diversos formatos, ao som das Big Bands, que ouço desde criança”, explica Rogério destacando o uso do instrumento: “Para esse projeto, quis misturar o som da guitarra, suavemente distorcido como usado no blues e no rock, com um fraseado mais jazzístico. Isso tudo à frente de uma banda de gafieira, com a base de piano, baixo e bateria e um pequeno naipe de sopros”.

O que não significa que a guitarra vai “roubar a cena”, uma vez que todos os instrumentos estão irmanados num propósito: o de não deixar ninguém parado. E o repertório colabora para isso. O roteiro mapeia compositores dos anos 1930, quando começa a chamada Era de Ouro do Rádio, aos anos 1970, década que nos brinda com o talento de Djavan (“Flor de lis” e “Avião”), que despontou, naquela mesma década, como crooner de bailes.

Guitarra na Gafieira. Foto: Divulgação.

Quatro gênios do samba são reverenciados de cara: Noel Rosa (“Conversa de botequim”); Lupicínio Rodrigues (“Se acaso você chegasse”), Ary Barroso (“Na baixa do sapateiro”) e Geraldo Pereira, representado por “Sem compromisso”.  A bossa nova faz-se presente com dois de seus principais inventores: Jonnhy Alf e Tom Jobim, dos quais foram escolhidos “Rapaz de bem” e “Samba de uma nota só”, respectivamente. Outro mestre da época é Billy Blanco que, em 1954, criou o “Estatuto da Gafieira”, mui apropriadamente lembrado para o show.

Três outros mestres não poderiam estar de fora: Jacob do Bandolim, Ataulfo Alves e Chico Buarque. O primeiro teve recriado seu “Assanhado”, o segundo faz-se presente com a clássica “Na cadência do samba” enquanto Chico é exaltado através do seu “Samba do grande amor”.

O repertório traz o que há de mais representativo da boa música brasileira. Os músicos são dos mais competentes que há. O convite está feito e só fica parado quem quiser.

Guitarra na Gafieira

Rogério Guimarães Sexteto: Rogério Guimarães (guitarra, arranjos e direção musical), Rocha (baixo), Bruce Lemos (teclados), Victor Vieira (bateria), Anderson Ferraz (trompete) e Josiel Konrad (trombone)

Direção de produção: Rosely Fagundes Máximo

SERVIÇO:

Arena Carioca Fernando Torres (Rua Bernardino de Andrade, 200, Madureira)

Dia e hora: 19 de maio, sexta-feira, às 19h

Entrada franca

Arena Carioca Dicró (Rua Flora Lobo, s\nº, Parque Ary Barroso, Penha)

Dia e hora: 31 de maio, quarta-feira, às 19h

Entrada franca

 

Centro da Música Carioca (Rua Conde de Bonfim, 824, Tijuca)

Data e hora: 1º de junho, quinta-feira, às 19h

Entrada franca

 

 

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