ESPÍRITOS OBSCUROS: Um filme pertubador, mas com um ritmo fraco

 

Ao se deparar com o poster de “Espíritos Obscuros” o que mais nos chama atenção é o nome de Guillermo del Toro na produção, mas apesar do autor de “O Labirinto do Fauno” estar envolvido nesse projeto, comandado por Scott Cooper (“Aliança do Crime”), os realizadores entregam um filme fraco e enrolado.

Sem dúvida nenhuma, o roteiro desse filme não consegue criar uma história que se sustente, principalmente devido a má condução, que não ajuda o público a acompanhar a história, pois ela demora bastante tempo para engatar. A introdução é até intrigante, mas depois disso, o roteiro demora quase meia hora posicionando e desdobrando as tramas de cada personagem… que não levam a lugar nenhum. É apresentado que certos personagens tem seus traumas, e o roteiro até aproveita isso para criar uma conexão entre eles, mas tudo isso acaba sendo abordado de forma tão vaga e sem muitas respostas, que chega a um ponto em que o público perde a curiosidade sobre a história, devido ao ritmo maçante.

Cena de “Espíritos Obscuros”. Foto: Divulgação Searchlight Pictures / Disney.

Quando finalmente o roteiro decide revelar o arco envolvendo o garoto Lucas (Jeremy T Thomas), até consegue criar algo bom que faça sentido, com base no que fora apresentado na introdução, mas o modo como isso é revelado não foi feliz, através de um flashback mal construído para acrescentar essa informação, sendo jogada no momento em que o roteiro acha mais oportuno, mas isto acaba não sendo feito de forma diegética.

Cena de “Espíritos Obscuros”. Foto: Divulgação Searchlight Pictures / Disney.

As próprias conexões entre Lucas e os traumas de sua professora Julia (Keri Russell) não conseguem criar uma relação compreensiva, por conta de seu trauma com o seu pai na infância ser bem mal explicado no filme, criando uma personalidade para ela que não faz sentido, como o fato , por exemplo, dela ficar encarando garrafas de bebidas alcoólicas no mercado, o que faz o espectador pensar que ela tem algum problema com alcoolismo e que pode ter sido originalizado por causa desse forte trauma, mas nada disso é aprofundado, nem ao menos é citado depois por nenhum personagem.

Cena de “Espíritos Obscuros”. Foto: Divulgação Searchlight Pictures / Disney.

Tirando o roteiro falho, as atuações já são mais atrativas pelo grande desempenho dos atores, principalmente o de Keri e de Jeremy, que consegue entregar uma excelente performance, passando a dor e desespero de seu personagem em ter que cuidar do pai e do irmão caçula que contraíram algo sobrenatural que faz com que ajam de uma forma nenhum pouco natural.  E para uma criança é um cenário apavorante que consegue impactar o espectador pela sua grande atuação. Esse é um dos momentos em que a direção consegue criar um ambiente perturbador e desesperador e é algo que ocorre com bastante frequência em vários pontos do filme, incluindo o desfecho, que apresenta um momento bem forte e contido, que transita entre o terror e o drama de modo bem equilibrado.

Cena de “Espíritos Obscuros”. Foto: Divulgação Searchlight Pictures / Disney.

O momento em que mais se nota a presença da mão de del Toro no filme é no design da criatura, que lembra bastante as criaturas vistas em “O Labirinto do Fauno”, só que ainda mais obscura e medonha, para passar sua natureza maligna, e esta só aparece nos minutos finais do filme, já que é inteiramente feita em GCI. E notamos que para disfarçar a qualidade baixa do efeito gráfico é usado uma fotografia escura, mas diferente de outros filmes que usam o mesmo recurso para causar total breu na imagem. Quase não se enxerga nada o que ocorre no lugar, o diretor procura colocar algum tipo de luzes que consegue iluminar os personagens e a criatura, sem que prejudicasse o visual dela.

CONFIRA O TRAILER

“Espíritos Obscuros” apresenta um terror perturbador, mas com um ritmo fraco e desinteressante, cheio de furos no roteiro que chega a ser difícil manter a vontade de querer acompanhar esse filme até o fim.

NOTA: 4

BRUNO MARTUCI


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Colaborador de CINEMA & SÉRIES dos sites ARTECULT.com, The Geeks, Bagulhos Sinistros, entre outros.

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