NÃO OLHE PARA CIMA : Uma interessante comédia que também poderia se chamar Não olhe para a ciência, nem para a vida, nem para as futuras gerações

Acho que podemos dizer que 2021 foi o ano mais triste do Brasil desde o seu “Descobrimento”. Em nosso já tão maltratado país, a pandemia de Coronavírus aliada à ignorância e ao negacionismo do bolsonarismo conseguiram fazer mais mortos nos últimos dois anos que a Guerra do Paraguai conseguiu contabilizar nos seus 6 anos de duração (e para os dois países envolvidos no conflito).

O número de mortos nos EUA também sofreu, com certeza, um acréscimo absurdo pelo negacionismo do trumpismo, levando junto com sua mentalidade fundamentalista e ideologia irracional, vários dos seus seguidores para o abismo.

É nesse contexto que chegou aos cinemas a interessante comédia “Não olhe para cima” (“Don’t look up”), do diretor Adam McKay (“Homem-formiga” da Marvel, entre outras comédias) sobre a descoberta de um cometa que se chocará com a Terra. É “a grande aposta” (nome do outro filme de McKay) da NETFLIX, cujo título poderia ser claramente comparado, nas sociedades destroçadas por esses dois movimentos políticos supracitados, aos comportamentos do tipo “Não (se) vacine” ou “Não acredite na ciência”.

Meryl Streep em Não olhe para cima. Foto: Netflix.

Após a descoberta do cometa e das inúmeras checagens de cálculos, uma dupla de cientistas (interpretados por Leonardo Di Caprio e Jennifer Lawrence) tenta avisar a Casa Branca, mas se depara com um sistema que está mais preocupado com a campanha presidencial do que com a vida em toda a Terra. E mostra uma sociedade que, apesar de várias tentativas, não consegue focar no essencial, valorizando todo tipo de futilidade.

Leonardo Di Caprio e Jennifer Lawrence em Não olhe para cima. Foto: NETFLIX.

Através do roteiro, conseguimos reconhecer claramente diversos pontos dessa nossa dita “civilização” atual, que simplesmente ignora a vida, em todos os níveis. Em praticamente todas as cenas, existe algum tipo de negligência do ser humano com nossa própria saúde, com nosso planeta, com os demais seres vivos e até mesmo com a nova geração que está chegando. E pior, até com o bom senso.

Cate Blanchett e Tyler Perry em Não olhe para cima. Foto: NETFLIX.

O filme também faz uma crítica clara aos bilionários excêntricos e seus egos cósmicos, que dizem que vão salvar o planeta, mas que buscam cada vez mais o enriquecimento de suas megacorporações com a valorização das ações nas bolsas, através da sua tecnologia e em nome da suposta evolução e sobrevivência da nossa espécie.

Thimotée Chamalet em Não olhe para cima. Foto: NETFLIX.

Mas, apesar da boa proposta do roteiro (aliás escrito por McKay, que já ganhou um Oscar de melhor roteiro adaptado pelo filme que já citei, “A grande aposta” ), infelizmente senti muitos furos em sua execução e sinceramente não dá para ter certeza se são falhas do próprio roteiro ou até mesmo da montagem, pois algumas cenas aparentemente deslocadas causam estranheza. (Nota: percebi isso também, ao comparar com o trailer do filme ao inseri-lo nesse artigo). Só que isso, infelizmente, confirma uma grande falha de direção.
Além disso, é muita informação visual, o que denota uma certa “bagunça”.

Ariana Grande e Kid Cudi em Não olhe para cima. Foto: NETFLIX.

No que tange ao elenco milionário (Leonardo Di Caprio, Jannifer Lawrence, Ariana Grande, Thimotée Chalamet, Meryl Streep, Cate Blanchett, Chris Evans, entre outros), gostei muito da atuação de Di Caprio, principalmente em sua cena-chave, mas não creio que seja digno de premiação no Oscar, por exemplo.

Mas, se fosse apostar algumas fichas em “Não olhe para cima” na premiação do Oscar, eu as colocaria na música homônima, cantada por Ariana Grande. Ela estará no páreo do Oscar.

Confira o trailer!

Para concluir, definitivamente, não se trata de uma obra impecável, longe disso, mas com certeza, vale ser vista por ser uma comédia que faz a gente rir com os comportamentos absurdos que refletem bem nossa sociedade e nos faz pensar , procurando mostrar o perigo de seguir cegamente os supostos messias da política, da tecnologia e da mídia.

NOTA 7,0

Raphael Gomide 


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