As exposições “Passagem”, de Liliane Braga, e “O Amargo do Açúcar”, de Roulien Boechat, terão visitação guiada especial nesta terça, 13, aberta ao público, com a presença dos artistas e dos curadores, no Centro Cultural Correios RJ

As mostras confirmam a importância de Carlos Bertão e Alê Teixeira para a divulgação da diversidade da arte

As exposições “Passagem”, de Liliane Braga, e “O Amargo do Açúcar”, de Roulien Boechat, abrem visitação guiada ao público nesta terça, 13, às 14h30, nas galerias A, I e II, segundo andar, com a presença dos artistas e dos curadores, no Centro Cultural Correios RJ, onde os visitantes podem transitar entre universos diversos e experiências marcantes.

A artista visual Liliane Braga apresenta a exposição “Passagem”, mostra de arte contemporânea, que traz o “lugar vivido” durante o período da pandemia, nascido da idéia de viver junto à natureza e ao atelier, permitindo ao observador sentir essa transformação do espaço geográfico quando investido de afetos e construído pelas experiências – tanto físicas, mentais, como sensoriais, através de imagens, monotipias em papel algodão e uma montagem de barro, folhas e gravetos no chão.

Segundo Carlos Bertão, curador da mostra, “em PASSAGEM, se apresenta esse lugar vivido por Liliane durante um período de muita dor e introspecção, onde ela testemunhou a transformação do espaço geográfico, quando investido de afetos e construído pelas experiências, tanto física, mental, como sensorial – “O lugar numa perspectiva experiencial” – nas palavras de Yi-Fu Tuan, um renomado geógrafo sino-americano. Suas obras são referências das caminhadas, como prática diária do exercício de um reconhecimento da paisagem local, com a observação da fauna e da flora, o mapeamento de trilhas, caminhos, rastros, vestígios, tudo registrado como um inventário fotográfico do seu entorno. Ao trazer suas experiências como parte da paisagem, PASSAGEM mostra a natureza como vida e a vida como arte. Experimente, olhe, ouça e sinta aqui os vestígios dessa passagem viva.”

A exposição pode ser visitada na Galeria A do segundo andar do Centro Cultural Correios RJ, com curadoria de Carlos Bertão, design expográfico e iluminação de Alê Teixeira, produção da EntreArte Consultoria e edição sonora de Rubens Takamine, até 28 de janeiro de 2023.

Roulien Boechat apresenta a exposição “O Amargo do Açúcar”, onde traz personagens dos cabarés e bares luxuosos do Recôncavo Baiano dos senhores de engenho, pintados pelo artista no escuro, utilizando a luminotécnica.

Com realização da EntreArte, a mostra traz obras do artista que, além de artista plástico autodidata, é fotógrafo, historiador, com especialização em História do Brasil e da Arte, e designer de interiores. Suas obras retratam as personagens dos cabarés e bares luxuosos do Recôncavo Baiano, oriundas das memórias de sua avó, das histórias de Jorge Amado e de Gilberto Freyre, e dos comerciantes de escravos, que ganharam vida própria nas pinturas sobre lona, nas quais utiliza uma técnica mista, como betume, textura e tinta à base de água.

Uma das técnicas que Roulien aprendeu e foi desenvolvendo ao longo dos anos, educando sua visão, é pintar praticamente na penumbra, ou seja, quase no escuro, com uma luz amarela sempre de onde quer que venha a luz refletida. Por causa da faculdade de design, ele fez uma especialização em luminotécnica e foi estudando as cores quentes e frias. Essa técnica muda a percepção de quem está vendo, causa a sensação de que realmente está projetando um ambiente para a personagem.

A inspiração para essa exposição veio quando Roulien fez uma pesquisa de campo e se interessou pelas leituras de Jorge Amado (‘No País do Carnaval’, entre outros) e Gilberto Freyre (‘Casa Grande e Senzala’). Sua avó era baiana, veio para o Rio carregando dois filhos, um deles seu pai, juntando as histórias que costumava ouvir dos dois, não só do cotidiano do Recôncavo Baiano, como de pessoas reais. Muitas amigas de sua avó eram brancas, e contavam que suas mães e avós vinham de Portugal, trazidas por comerciantes de escravos. No mesmo navio vinham órfãs portuguesas, comercializadas com os escravos, apesar de brancas, mas que viviam em orfanatos e vinham com o intuito de ‘servir’ ao senhor de engenho.

Essas meninas mal alcançavam a maioridade e já frequentavam os mais luxuosos lugares, como acompanhantes, pois para o homem branco e dono de terras, eram bonitas e magras, ao contrário de suas esposas, donas de casa. Muitas vezes vinham jovens garotos, também órfãos, com características femininas (como encomendado) e se passavam por meninas, todos vivendo nos cabarés e bares luxuosos. Ouvir essas histórias de sua avó inspirou muito o artista a escrever inclusive um livro, a ser publicado em breve, onde o prólogo será essa exposição, apresentando os personagens das pinturas, que servirão de ilustração.

A exposição pode ser visitada nas Galerias I e II do segundo andar, no Centro Cultural Correios RJ, com curadoria de Carlos Bertão, design expográfico e iluminação de Alê Teixeira e produção da EntreArte Consultoria, até 28 de janeiro de 2023.

Sobre Carlos Bertão (Curadoria)

Carioca, advogado, formado pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro, com mestrado na Universidade de Nova Iorque (NYU), trabalhou em escritórios de advocacia no Rio de Janeiro, São Paulo e Nova Iorque.
Em 1980, foi contratado pelo Banco Mundial, em Washington, onde trabalhou por quase vinte anos.
Colecionador de obras de arte há mais de 40 anos, ao se aposentar do Banco Mundial retornou ao Brasil e passou a se dedicar à produção e curadoria de exposições.

Foi curador, entre outras, de exposições no Centro Cultural Correios, no Rio de Janeiro, Espaço Cultural Correios, em Niterói,no Centro Cultural do Banco do Brasil, em Brasília, no Centro Cultural da Caixa Econômica Federal, em São Paulo, no Museu de Arte Contemporânea do Estado de Mato Grosso do Sul – MARCO.

Hoje divide seu tempo entre o Rio de Janeiro e Bonito, MS, tendo concebido e executado o projeto IMERSÕES MS, que envolveu um trabalho de residência do renomado artista plástico Carlos Vergara na região da Serra da Bodoquena, também com a previsão de uma exposição no Museu de Arte Contemporânea do Estado de Mato Grosso do Sul – MARCO e a preparação e execução de um livro e de um vídeo do trabalho desenvolvido durante a residência.

Foi, também, Curador da exposição CONSCIÊNCIA, do artista peruano Ivan Ciro Palomino, produzida pela ONU, e realizada no Centro Cultural Correios RJ, no período de 25/09/19 a 19/01/20, que foi visitada por 143.524 pessoas.

Em todas as exposições que curou, nas quais apresentou obras de mais de 40 artistas, Carlos Bertão contou com a participação de Alê Teixeira, que foi responsável pelo design e pela iluminação delas.

Serviço

Exposição: “O Amargo do Açúcar”
Artista: Roulien Boechat
Exposição: “Passagem”
Artista: Liliane Braga
Curadoria: Carlos Bertão @cbertao
Design expográfico e iluminação: Alê Teixeira @aleartale
Produção: EntreArte Consultoria @entrearteconsultoria
Assessoria de Imprensa: Paula Ramagem @_paula_r_soares
Informação: cbertao@gmail.com – obras disponíveis @cbertao

Público-alvo: O projeto pretende atingir estudantes, professores, artistas, críticos, visitantes do espaço cultural, frequentadores do Centro do Rio e público em geral de faixa etária, níveis socioeconômicos e culturais diferenciados.

Local: Centro Cultural Correios RJ
Rua Visconde de Itaboraí, 20 – Centro, Rio de Janeiro – RJ)

Visitação: até 28 de janeiro de 2023
Horário: terça a sábado, das 12h às 19h
Entrada: gratuita
Classificação: livre
Como chegar: Metrô (descer na estação Uruguaiana, saída em direção a Rua da Alfândega); ônibus (saltar em pontos próximos da Rua Primeiro de Março, da Praça XV ou Candelária); barcas (Terminal Praça XV); VLT (saltar na Av. Rio Branco/Uruguaiana ou Praça XV); trem (saltar na estação Central e pegar VLT até a AV. Rio Branco/Uruguaiana).
Informações: (21) 2253-1580 / E-mail: centroculturalrj@correios.com.br
A unidade conta com acesso para cadeirantes.

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