Comecei a seguir a página oficial do ator americano Michael Douglas, há um tempo, acompanhando coisas relacionadas à série (imperdível!) “O Método Kominsky”. Quando Alan Arkin faleceu, há uns dias, Michael postou uma homenagem ao amigo. Inspirada pelo momento, apresentei condolências e disse que os melhores momentos da série eram os diálogos entre os dois.
Éramos dois desconhecidos, eu e o ator. Mas ele decidiu solicitar minha amizade. Bem, ao menos, assim pareceria por haver na minha página a mensagem: “Michael Douglas solicitou sua amizade”.
Na verdade, um outro perfil Michael Douglas curtiu meu comentário, agradeceu as palavras e me chamou, no próprio post, para sermos amigos num espaço mais exclusivo para os fãs. Não respondi. Golpe claro. Ele não se fez de rogado. Mandou dois convites para mim, no dia seguinte, oriundos do tal perfil, claramente falso. Deixei-o sem resposta. É divertido entrar na minha conta e imaginar que Michael Douglas está na “geladeira”, aguardando aceitação.
Já tive uma solicitação de um falso Jimmy Fallon também. Outra do Alexandre Nero, que eu gostaria, até, de fingir acreditar que era verdade mas não deu.
O falso Michael tinha zero amigos no perfil privativo. O do Jimmy, não cheguei a ver. Alexandre tinha uma amiga mulher.
Não sei como as pessoas caem nessas armadilhas. Mas sei que muita gente cai. Li, recentemente, que uma mulher gastou 170 mil euros acreditando que patrocinava o novo filme do Brad Pitt. Um perfil falso do ator conversava com ela, escolhida, como eu fui, entre as seguidoras de uma página.
O que nos torna alvo de golpes tão evidentes? A carência? A inocência? A vontade de destacar-se na multidão? Para que armadilhas a solidão nos empurra? Devemos prestar atenção em como a rede social nos trata, a partir do que escrevemos nela. Vale para todos, vale para mim.
O falso Michael Douglas me tem como gente que se impressiona com astro hollywoodiano, sem questionar. Uns dias à frente, provavelmente, tentaria fazer-me bancá-lo, sem suspeitar que, se eu já não o manjasse, reservaria esse momento para minha decepção. Sempre desconfio de quem pede dinheiro, principalmente se tem muito mais dinheiro do que eu.
Como eu nada lhe disse, outro rapaz se manifestou sobre o mesmo comentário meu, ratificando a excelência das minhas (ingênuas) palavras no meu (raso) inglês e me pediu para sermos amigos. O texto da mensagem dele, em inglês, era idêntico ao de um cara que, em português, também me pedira para adicioná-lo, através da página de um amigo meu, popularmente conhecido. A quadrilha de golpistas é, ao menos, bilíngue e atua em várias frentes.
Em rede social, duvido sempre. Até dos perfis de amigos reais já se apropriaram para mandar-me links duvidosos. Corro da armadilha e levo na brincadeira. Amanhã, poderei dizer: denunciei e bloqueei Michael Douglas. Sem escândalos.
gostei muito do seu site parabéns