TRAGÉDIA FELINA
O gato preto e só. No muro. Ínfimo, um ponto escuro na vastidão. Azar, malogro, desdita, infortúnio, revés… O Sol no céu, verão abrasador. O gato preto e esquivo. Sem dono. Sem pausa nem paradeiro. O pau certeiro no couro do gato perfura a carne sem adversidade nem angústia, e a dor do gato preto atordoado não comove ninguém. O pau preciso no couro do gato. O riso, marfim exitoso e pleno, satisfação deleitosa do ato. O sangue turvo do gato preto colore o muro e goteja o chão: expirar é apenas questão de sina.
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Muito bom! Parabéns!
Direto e certo no mote. Interessante Prof.César
Triste, verdadeiro, direto no estômago. Como a boa literatura. Parabéns!
Um conto curto, forte , em defeza da vida e além de tudo uma bela construção literária! Observem que o uso de só , logo no início , nos remete a tantas ideias, por exemplo: gato único no local, gato sentindo-se solitário, apenas o gato preto ( que enfrenta o preconceito das crendices), apenas o gato para dramatizar. E por aí vai…
Parabéns, querido contista Manzolillo!
Conto intrigante, como todos os de César. Se revela como um dos grandes contistas brasileiros da atualidade e que a gente tem o orgulho de ter na família ArteCult