SEXTAS POÉTICAS: “A TRAVESSIA DO TEMPO” de Tanussi Cardoso

Oi, amigos e amigas, aqui é o poeta Tanussi Cardoso. Um prazer estar, novamente, com vocês. O Sextas Poéticas continua bombando e chegamos, hoje, a nossa terceira edição, trazendo novidades; além do poema do dia e a Dica da Sexta, com o livro da semana, teremos, agora, também, a nossa DICAS DE EVENTOS, porque entendemos que uma coluna como essa tem que trazer no seu bojo a arte democrática de nossos artistas, principalmente, poetas e escritores que dependem muito da divulgação de seus trabalhos pela mídia alternativa, já que a mídia tradicional e profissional nos deixa à sombra, à margem. Então, contem com mais esse espaço de divulgação por aqui, ok? Novamente, gostaria muito de agradecer, nominalmente, a quem se dispôs a escrever sobre a coluna, fez comentários, enfim, a quem nos deu força aqui no nosso Portal Artecult, mas é, praticamente, impossível. Assim, eu e o nosso editor, Raphael Gomide, deixamos o nosso “muito obrigado” a todos e todas que estão seguindo conosco. 

Bem, vamos ao poema de hoje, em nossa Sextas Poéticas. Espero que gostem.

 

A TRAVESSIA DO TEMPO

No tempo em que festejavam o dia dos meus anos,

Eu era feliz e ninguém estava morto.

(Fernando Pessoa)

O Tempo tem nome? Tem pressa?

Carrega – pássaro – os dias nas asas?

O Tempo é destroço?  Da guerra? Da paz?

É sobre nós? Somos nós?

O Tempo tem tempo? Existe?

É sobressalto? Sobre saltos?

Ou é Ulisses a navegar por chuvas e tempestades?

Ou, Sísifo, a carregar no ombro a pedra da Eternidade?

O Tempo é antes ou depois da Morte?

Será a Morte?

É lago dourado ou corpo adormecido?

O Tempo morre quantas vezes por minuto?

Tem relógio sem ponteiros ou traz no peito um Rolex?

Quando um amor se vai, o Tempo se vai com ele

ou finca as garras na memória?

Por que, Absoluto, o Tempo não para

quando, de joelhos, levantamos a Taça da Vida?

Ou uma faca?

Um poeta tem tempo para morrer

ou é o tempo para morrer que o mata?

(Tanussi Cardoso)

 

“DICA DA SEXTA”:

Capa do livro “O Pássaro Solitário” de Alexandra Vieira de Almeida

Alexandra Vieira de Almeida é poeta, contista, cronista, resenhista, ensaísta e Doutora em Literatura Comparada pela UERJ. É professora da Secretaria de Estado de Educação, RJ. Publicou, entre outros, Dormindo no Verbo (2016), eleito o “melhor livro de poesia do ano, pelo Congresso da Sociedade de Cultura Latina”; A serenidade do zero (2017) e A negra cor das palavras (2019) todos pela Penalux. Tem publicado textos em importantes meios de comunicação, como o Jornal Rascunho, a Revista Brasileira, da ABL, e o Suplemento Literário de Minas Gerais, além de poemas em Mallarmargens, Germina, Diversos Afins, InComunidade, (Portugal), entre outras publicações; além de poemas vertidos para o inglês, espanhol, alemão, italiano, holandês e chinês. 

Seu livro, o indicado da coluna, O pássaro solitário, foi publicado pela Editora Penalux, em 2020, com posfácio intitulado O espaço do simbólico na poesia de Alexandra Vieira de Almeida, onde a poeta e mestra em literatura brasileira, Claudia Manzolillo afirma que

“A linguagem, matéria-prima, inesgotável fonte de trabalho da autora, se alinha ao universo imagético que percorre o livro, a partir de seu título” (…) “uma viagem poética à profundeza do ser que se abisma para alçar voos no imaginário, espaço do simbólico”.

Por fim, eu afirmo que a poesia de Alexandra Vieira de Almeida é

a poesia do humano. (…) Para ela, o verso e o poema são sempre caminhos solitários, como no voo de seu pássaro interior… (…) E ela mesma sabe ser a sua poesia “Um livro aberto em decifração de enigmas”. E finalizo, dizendo: “com um trabalho sofisticado, requintado e vigoroso – quase inclassificável; dona de uma poética de magistral função estética – rica e complexa -, a autora vai criando, com sua obra, uma dicção própria e é voz única na poesia feminina contemporânea brasileira”.

Portanto, não deixem de ler Alexandra Vieira de Almeida e seu “O  pássaro solitário”, Editora Penalux, a nossa “DICA DA SEXTA.

Segue o contato da poeta: alealmeida76@gmail.com

 

“DICAS DE EVENTOS”:

– Dia 17 de fevereiro, às 18h, acontecerá o V SARAU EPOCHÉ, com ANGEL CABEZA, CARMEN MORENO, CELI LUZ, LUIZ OTÁVIO OLIANI, RICARDO VIEIRA LIMA e ROSE ARAÚJO, entre outros. Na Rua Alfredo Gomes, 33, Botafogo, Rio. 

– Dia 22 de fevereiro, das 17h às 19h30, JULIO CORRÊA lançará dois livros: “Íntimas Sensações” e “Zequinha, o Coelhinho Cinza”, com ilustração de FERNANDO TEIXEIRA, no STERNA CAFÉ, Av. Rio Branco nº 1, Praça Mauá, Rio.

– Dia 23 de fevereiro, às 19h, ANDRÉ MARÇAL, com participações especiais de JUÇARA FREIRE e JORGE VENTURA, apresentará “TRIBUTO A TIM MAIA”, no Centro da Música Carioca Artur da Távola, na Rua Conde de Bomfim, 824, Tijuca, Rio. Ingressos a R$30,00.

 

Grande abraço poético do Tanussi Cardoso e até à próxima “Sextas Poéticas”, aqui no Portal ArteCult. Conto com os comentários, observações e ideias de vocês para que possamos, cada vez mais, aprimorar a nossa página. Muito obrigado!

 

TANUSSI CARDOSO

 

 

 

 

 

 

 

www.tanussicardoso.com.br

 

Confira as colunas do Projeto AC Verso & Prosa:


com Ana Lúcia Gosling

com César Manzolillo


com Tanussi Cardoso

 

 

 

Author

Poeta. Letrista. Crítico literário. Jornalista. Advogado. Em 1995 sua composição “Viver a vida” (c/ Amarildo Silva) foi incluída no CD “Rios Afluentes”, de Amarildo Silva. O mesmo parceiro gravou em 1997 “Barraco vazio”, parceria de ambos, no CD “Estação”, também de Amarildo Silva. Em 1999 o grupo Cambada Mineira regravou “Viver a vida”, parceria com Amarildo Silva, um dos integrantes do grupo. No ano 2000 Rosi Sanga interpretou o poema “Das dores de amor” no CD “Femup 2000”, de música e poesias premiadas no “XXXV Festival de Música e Poesia”, da Fundação Cultural de Paranavaí, do Estado do Paraná. No ano participou do “Concurso Internacional de Poesias Cantinho do Poeta”, tendo seu poema “Sobre o mar”, sido incluído em CD lançado pelo Selo Rickmarc – Publishing, na Inglaterra. Sua composição “Beco com saídas” foi incluída no CD “Gata de rua”, da parceira Sandra Bernardo. Em 2003 sua parceira Delayne Brasil, no CD “Nota no verso”, incluiu “Veredicto” e “Lábios que beijei”, parcerias de ambos. Neste mesmo ano participou, ao lado de Euclides Amaral, Marko Andrade, Zezé Motta e Noca da Portela, do projeto “Conexão Solidária”, no teatro do Sesc da Tijuca. Em 2004, no CD “Virgem Sertão Roseano”, de Amaraildo Silva, o parceiro interpretou “Canção pra Diadorim”, “Cruz do sertão” e a faixa-título, as três, parcerias de ambos. No ano de 2010 lançou o livro “50 poemas escolhidos pelo autor” (Edições Galo Branco & Casa de Cultural Laura Alvim), na Casa de Cultura Laura Alvin, em Ipanema. Participou, com Salgado Maranhão, do programa “Espaço Aberto – Literatura”, de Claufe Rodrigues, na Globo News.

7 comments

  • Adoro a coluna Sextas Poéticas com Tanussi Cardoso, poeta que respeito e admiro demais. Parabéns ArteCut pela abertura à poesia e literatura .

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  • Obrigada, querido poeta Tanussi Cardoso! É sempre um prazer curtir as postagens do ArteCult, especialmente as Sextas poéticas.

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  • Querido Tanussi Cardoso, seus poemas são sempre de arrepiar! Adoro ler e também ouvir vc em seus vídeos. Parabéns sempre, adoro.
    Parabéns a Alexandra, grande autora
    E as dicas de eventos também chegam muito bem .

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  • Quero agradecer a leitores e leitoras que comentam o Sextas Poéticas, como Val Mello, Celi Luz, Iverson Carneiro , Carmem Teresa e Maria Aparecida, poetas de grandeza da nossa literatura. Obrigado pelo apoio e carinho. Grande abraço

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  • Maravilhoso, o Sexta Poéticas, não me canso de degustar na alma, o sabor e canto de tão belas poesias! Parabéns, amado Poeta, de notável sensibilidade e grandeza!
    Artcult levando a arte, cultura e conhecimento sempre, parabéns!

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