As instalações do SESC, seja em São Paulo ou em outras cidades, sempre primou pelo projeto arquitetônico que continha um propósito social: a comunidade de trabalhadores do comércio e de serviços. Exemplo desta intenção pode-se ver em trabalhos feitos por arquitetos renomados, como o SESC Fábrica, prédio fabril, na capital paulista, reformulado para atividades de laser por ninguém menos que Lina Bo Bardi.
Não fugindo ao seu “destino”, dessa vez, o arquiteto chamado à tarefa foi Paulo Mendes da Rocha, o tão aclamado ganhador do prêmio Pritzker (é o “Oscar” da arquitetura) em 2006, e no ano passado, pelo conjunto de sua obra, o Leão de Ouro de Veneza da Bienal Internacional de Arquitetura.
A “coisa” a ser reformulada era o prédio existente ali, na esquina da rua 24 de Maio com a Dom José de Barros: o SESC 24 de Maio.
O resultado afigura-se, desde agosto, para deleite dos transeuntes da região no Centro.
No prédio, há décadas atrás, funcionava a Mesbla. A reforma durou quase 10 anos. Segundo o projeto, a ideia é permitir que pessoas passem pelo prédio e circulem por ele, mesmo que seja só no térreo. A fachada é recoberta de vidro, que não só permite a entrada de luz natural, como, também, permite que o lado de fora veja o lado de dentro e vice-versa, deixando a rua e edifício “dialogarem”.
Uma das inovações é a existência de rampas ao longo do todos os andares, o que convida ao trânsito de pessoas, no lugar do elevador fechado (mas tem elevador, viu ?). Também diferente é a área de serviços – banheiros, vestiários, escritórios de funcionários – que ganhou um espaço só seu graças à aquisição de um pequeno edifício ao lado. Isto deixa o espaço da antiga loja de departamento inteirinho ao usufruto do usuário.
Para alegria dos frequentadores, o SESC 24 de Maio tem não só as quadras de esporte, mas biblioteca, sala de leitura/aulas/oficinas, cafeteria, restaurante e “a” panorâmica piscina instalada no último andar cuja vista, segundo alguns, será um novo cartão postal da cidade, especialmente quando o verão chegar…
Vale, sim, a pena a visita.
Ver novas formas arquitetônicas que se preocupam com as pessoas já é um bom motivo para sair da poltrona e da frente da TV.
As estações mais próximas são a Anhangabaú (linha 3 vermelha) e República (linha 4 amarela). A maioria das atividades são gratuitas, mas há aquelas que são destinadas aos comerciários (obrigatoriedade de cadastro, o que eles chamam de “credencial plena) que têm prioridade.
ANDRÉA ASSIS