O eterno berço do samba

Leonardo Bessa no Cacique de Ramos. Foto: Divulgação.

 

Como uma mulher que atua na cultura do estado do Rio de Janeiro, já tinha passado da hora de conhecer o Cacique de Ramos, eu já sentia vergonha de dizer que não conhecia o lugar, confesso.

“O Cacique de Ramos surgiu do encontro de grupamentos carnavalescos de jovens do bairro de Ramos, zona norte carioca. A união tem como data formal 20 de janeiro de 1961. Desfilou dois anos no bairro de origem, e a partir de 1963 passou a figurar no carnaval do Centro da cidade. Daí em diante, a agremiação se firmou como um bloco de embalo, tornando-se um fenômeno de multidão, nos anos 60 e 70, ao atrair foliões de várias regiões do Rio. O bloco se tornou referência no carnaval de rua, com seus desfiles vibrantes e a fantasia de indígena estilizado. Merecem destaque, ainda, a participação de representantes da agremiação em concursos de miss, a gravação de discos próprios com a produção musical de seus compositores, e a participação em concursos de músicas carnavalescas.”

O que posso dizer do lugar? Cerveja gelada, colaboradores simpáticos e atenciosos, nos servem com sorriso nos olhos, e isso já fez valer a minha ida.

Ao chegar, a entrada era gratuita, ou seja, democratização cultural sorrindo, isso também é importante. Mas não adianta ter gratuidade se não há qualidade, e foi aí que me esbaldei.

Dei de cara com o artista Leonardo Bessa que me alcançou com a energia dele, digo, não só a mim, mas a todos os que estavam presentes, eram muitas pessoas, todos cantando e dançando. Uma festa é o que posso dizer!

O artista trouxe canções do Cartola, por aí é possível enxergar o tamanho do Leo. Ele foi a Djavan, sem nenhum tipo de inibição, e muitas outras canções e sambas que tanto admiramos e deixamos os nossos corpos se movimentarem sem vergonha, mas com alegria. Músicas são responsáveis por trazerem a nossa memória afetiva, e com isso do presente viajamos ao passado com Leo Bessa.

Ele estava acompanhado do grupo de samba da casa, que precisa ser mencionado pela capacidade técnica de cada um deles, Marquinhos do banjo, Vinicius do cavaco, Xandy Paraguaio que assume o violão, Baby do surdo, Cabelinho do festivo instrumento pandeiro e Thiago do tantan.

Fui calorosamente recebida por Nayra Cezário, diretora de comunicação do espaço, que completará mais um ano de vida apor esses dias, parabéns Cacique de Ramos por sua resistência.

Na verdade, impossível falar de Cacique de Ramos e não mencionar Beth Carvalho, a madrinha do samba tão envolvida com o espaço, no coração chega o sentimento de saudade. Beth Carvalho teve um contato com o Cacique de Ramos ainda na adolescência, como foliã, e o bloco foi uma inspiração para a carreira dela.

Oriento que fiquem de olho na página social do Cacique e não deixem de prestigiar, porque uma das coisas boas da vida do brasileiro é o danado do samba!

 

Paty Lopes (@arteriaingressos). Foto: Divulgação.

 

Facebook: @PortalAtuando

 

 

 

Author

Dramaturga, com textos contemplados em editais do governo do estado do Rio de Janeiro, Teatro Prudential e literatura no Sesi Firjan/RJ. Autora do texto Maria Bonita e a Peleja com o Sol apresentado na Funarj e Luz e Fogo, no edital da prefeitura para o projeto Paixão de Ler. Contemplada no edital de literatura Sesi Fiesp/Avenida Paulista, onde conta a História de Maria Felipa par Crianças em 2024. Curadora e idealizadora da Exposição Radio Negro em 2022 no MIS - Museu de Imagem e Som, duas passagens pelo Teatro Municipal do Rio de Janeiro, com montagem teatral e de dança. Contemplada com o projeto "A Menina Dança" para o público infantil para o SESC e Funarte (Retomada Cultural/2024). Formadora de plateia e incentivadora cultural da cidade.

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *