Confira abaixo nossa entrevista com o quadrinista e ilustrador Max Andrade (@puffnopiripaf).
Max é mineiro de Uberlândia (MG) e já recebeu vários prêmios tais como o Concurso Nacional “Seja o Novo!”, Silent Manga, categoria Grand Prix Runner UP e o 29º Troféu HQ Mix (categoria Publicação Independente Edição Única).
Confira a entrevista de Max para a LDZ Escola !
QuadriMundi / LDZ Escola: Conte para nós o início da sua caminhada no mundo da ilustração e quadrinhos.
Max Andrade: Eu decidi muito cedo que queria ser quadrinista, tinha 10 anos quando li Dragon Ball pela primeira vez e isso me marcou permanentemente. Já desenhava como toda criança, mas aos 16 anos eu comecei de fato a escrever, planejar, e desenhar as histórias por completo. Conto a partir daí como uma coisa “séria”.
LDZ: Quais foram os seus maiores desafios?
MA: Não ter muitos recursos financeiros e morar no interior com certeza fizeram muita diferença. Na época, nem internet em casa eu tinha… atualmente sinto que nesse sentido, as redes sociais melhoraram alguma coisa. O mercado para o quadrinho autoral também estava mais fechado (lá em 2008), hoje existem mais espaços para ocupar.
LDZ: Comente sobre a sua dedicação e estudo para chegar aos objetivos que você desejava e atualmente deseja.
MA: Existe um nível necessário de disciplina na paixão. Até os gênios precisam praticar, produzir, para que as coisas aconteçam. Eu sempre fui muito apaixonado pelos quadrinhos, e isso me fez ir a fundo nos assuntos que mais me interessavam. Acredito que isso fez a diferença. Se envolver profundamente com o que você quer.
LDZ: Comente para nós a sua trajetória no Japão e suas premiações.
MA: Em 2016 eu ganhei o segundo lugar no Silent Manga Audition e fui convidado pra receber o prêmio lá, na Torre de Tóquio. Depois me convidaram mais duas vezes. Essa história toda é muito surreal pra mim, até hoje conto e parece que estou mentindo hahaha.
LDZ: Comente sobre o trabalho Tools Challenge.
MA: O TC foi um trabalho que criei quando trabalhava num depósito de ferramentas. Lá tive a ideia pra série, e mais tarde resolvi fazer, para publicar gratuitamente na internet, assim, eu praticava e me desenvolvia como artista enquanto produzia, e usava esses aprendizados nas outras obras. Depois o projeto acabou se tornando muito maior do que eu imaginava, e costumo creditar, praticamente todo meu aprendizado foi montando o TC.
LDZ: Comente sobre o trabalho para o Comitê Olímpico.
MA: Fui convidado junto com uns amigos pra contar as histórias de alguns dos principais atletas brasileiros que iam para a olimpíada de Tóquio. Juntaram a ideia do mangá com o fato de que as Olimpíadas seriam realizadas no Japão. O Jun Sugiyama escreveu todas as 5 histórias, eu desenhei duas, e as outras 3 foram desenhadas por Eduardo Capelo, Kaji Pato e Alexandre Carvalho. Dos atletas que desenhamos, 3 ganharam medalhas, um ouro, uma prata e um bronze.
LDZ: Comente sobre a releitura do Anjinho, personagem do Maurício de Souza.
MA: Este é o trabalho que terminei no mês passado e está em pré-venda. Já estou trabalhando em outro quadrinho, mas no momento minha maior empolgação e ansiedade é sobre essa obra. Não posso falar muita coisa sobre ainda, mas é o trabalho mais importante que já fiz, mais significativo, e isso vai muito além do fato de ser uma Graphic MSP ou estar trabalhando com a Turma da Mônica. Espero que as pessoas comprem e leiam e me enviem seus feedbacks. Mas é uma honra gigantesca fazer parte disso.
LDZ: Quais seriam os seus maiores conselhos para quem deseja entrar no mercado de ilustração e quadrinhos?
MA: Acredito que não há atalhos. É importante identificar que tipo de trabalho quer fazer, onde quer chegar com isso, e a partir daí, traçar rotas, metas e possibilidades para chegar onde quer. Aí vem a parte do trabalho duro.
LDZ: O que o motivou a escolher a carreira de quadrinista?
MA: Não gosto de romantizar sofrimento, mas é certo pra mim que trabalhar com quadrinhos no Brasil é mais difícil do que a maioria das coisas que eu poderia escolher fazer e seguir profissionalmente. Dito isso, acho que nesse caminho, em primeiro lugar, a única coisa que faz a gente seguir é realmente ser apaixonado por isso. Já são quase 15 anos fazendo quadrinhos, mais de 20 que decidi que faria isso, e ainda sigo com a mesma motivação de antes.
Max Andrade na Escola de Artes Visuais LDZ
É com muita alegria que nós da Escola de Artes Visuais LDZ informamos a todos que o Max Andrade estará presente em nossa escola, com o Bate Papo com Max Andrade e o Workshop com Max Andrade, a entrada é gratuita.
Bate Papo – Dia 22/03 – Das 14:30 às 17:30 horas. Tarde de autógrafos, Bate papo e Venda de quadrinhos.
Workshop – Dia 22/03 – Das 18:00 às 20:00 horas. Falando sobre o trabalho e o mercado de quadrinhos.
Uma realização Escola de Artes Visuais LDZ.
Endereço :
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WhatsApp: (21) 98187-3749
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Sobre Max Andrade
Vai entrar no selo Graphic MSP com a releitura do Anjinho, clássico personagem da Turma da Mônica de Mauricio de Sousa.
Foi premiado no Japão e convidado para a terra do sol nascente três vezes pelo Silent Manga Audition.
Ganhou o HQMix com The HYPE, feita em parceria com Marcel Ibaldo
Fez a série Tools Challenge, que em 7 volumes e quase 800 páginas de HQ se tornou uma das maiores da história do quadrinho brasileiro.
Trabalhou fazendo HQs para o trapper Matuê, o rapper Emicida, o Comitê Olímpico do Brasil e outros; em 2021 lançou Juquinha – O Solitário Acidente da Matéria pelo Catarse, onde arrecadou mais de 70.000 e Elemento Incomum.