No segundo episódio da série, que vai ao ar hoje, terça, dia 14, Francis resiste à chegada da TV e decide produzir seus próprios filmes
O ator Matheus Nachtergaele não esconde a alegria de ver ‘Cine Holliúdy’ no ar novamente. Na série, Matheus interpreta a autoridade máxima de Pitombas, o prefeito Olegário, a quem define como um vilão cômico. “Temos muitos motivos para rever a série com olhos muito críticos para além da diversão pura e simples. Como sou um ator principalmente de cinema, adorei essa coisa da série passar pelos gêneros todos”, diz.
Na entrevista abaixo, o ator comenta sobre a volta da série à TV.
Como foi receber a notícia da volta da série?
Matheus Nachtergaele – Recebi a notícia com alegria! Essa reexibição indica duas coisas: que a série entrou no coração das pessoas e que a série conseguiu fazer o que eu imaginei que ela faria: homenagear o Brasil que a gente gosta e ama. É uma série carinhosa para toda família e de ensinamento para gente gostar da gente mesmo.
Qual a importância do Olegário na sua carreira? Tem alguma característica ou algo que tenha aprendido com o personagem que possa ser destacado?
MN – Eu me senti extremamente honrado em estar com o elenco cearense, em ser chamado a participar, em dividir a cena com a Heloísa Perissé, que eu admiro muito como artista popular brasileira, como comediante e como mulher. Olegário é um vilão cômico, um típico político da pior espécie brasileira, extremamente ignorante e autoritário, vaidoso e se tiver alguma virtude é saber amar a Maria do Socorro, personagem da Heloísa. Acho que todos os personagens nos ensinam muito. O Olégario traz para mim a possibilidade de construir um personagem que homenageia o Odorico Paraguaçu e Diaz Gomes. Também é um personagem para, de forma brincante, se fazer uma crítica à política brasileira. Eu aprendi muito fazendo o Olégario e estou muito feliz em poder rever o trabalho.
Que cenas te marcaram? Quais você mais gostou de fazer?
MN – Eu tive muito prazer em todas as cenas. Adoro a Heloísa (Perissé) e a gente conseguiu uma química muito bonita. Foi muito prazeroso trabalhar com ela. Ressalto também as cenas com o Gustavo Falcão, que interpreta o Seu Jujuba, assessor do Olegário. As cenas são todas muito saborosas e é muito difícil de destacar alguma, mas eu amo as cenas de palanque do Olegário. Para me relacionar com Odorico do Dias Gomes, que inventa palavras difíceis justamente para não ser entendido pela população – como é comum nos políticos brasileiros – eu inventei um tipo de português absolutamente errado. No palanque, ele começa o discurso dizendo: – “Meus povo e minhas pova”. É hilário, a gente sempre ria muito depois das cenas de palanque.
A série homenageia os gêneros do cinema. Mais do que nunca, as famílias estão vendo muitos filmes, séries e programas de entretenimento de maneira geral. Como você avalia a importância da arte nesta fase de quarentena?
MN – O argumento de ‘Cine Holliúdy’ é lindo! Uma televisão é instalada pela primeira vez em uma cidade interiorana do Brasil e ela começa a ameaçar o sonho de fazer um cinema brasileiro criativo, que é o sonho do Francis. Essa discussão me interessa muito. Temos muitos motivos para rever a série com olhos muito críticos para além da diversão pura e simples. Como sou um ator principalmente de cinema, adorei essa coisa de passar pelos gêneros todos. Fizemos filme de vampiro, de terror, de ficção cientifica; tudo de uma jeito tupiniquim, divertido e com uma produção que imita com muita beleza a falta de recursos do cinema brasileiro.
Segundo episódio de Cine Holliúdy
Francisgleydisson (Edmilson Filho) é brasileiro e não desiste nunca! O cinemista não se conforma de ver o povo pitombense lotando a praça da cidade para ver TV e está determinado a reverter a situação do seu ‘Cine Holliúdy’. “A série conta a história da resistência do cinema.
Nosso personagem principal promove a resistência de uma forma muito afetuosa. É muito legal e importante falar da resistência do sonho, o Brasil precisa da comédia. E precisa resistir e continuar sonhando”, pondera Claudio Paiva, que assina o roteiro de ‘Cine Holliúdy’ com Marcio Wilson. Francis decide produzir seu próprio filme de terror, todo falado em ‘cearensês’. Para isso, conta com a ajuda de Munízio (Haroldo Guimarães) e Marylin (Letícia Colin), que foi escolhida como protagonista. Para gravar “A Noiva Capeta”, a mocinha ispilicute, que até nome de estrela de cinema tem, se caracteriza como Marilyn Monroe.
Para dar maior realismo à sua produção, Francis propõe gravar as cenas no cemitério de Pitombas e Marylin acaba caindo na cova de Rebeca (Ingrid Guimarães, em participação especial), falecida esposa do prefeito Olegário (Matheus Nachtergaele). Isso faz com que o espírito da falecida incorpore em Francis, que está usando o antigo vestido de noiva de Rebeca nas gravações. Francis, Munízio e Marylin só não imaginavam que mexer com a memória dela poderia resultar numa verdadeira assombração no casamento do prefeito com Maria do Socorro (Heloísa Perissé). Mais uma vez, Francis vai parar atrás das grades e conta com a ajuda de Marylin para deixar o xadrez.
Depois do casamento devidamente abençoado pelo padre (Cacá Carvalho), Francis consegue reabrir o cinema e exibe seu primeiro filme para o público pitombense. “A Noiva Capeta” cai no gosto do povo e tudo indica que o ‘Cine Holliúdy’ voltará aos seus dias de glória.
As sequências fazem parte do segundo episódio de ‘Cine Holliúdy’, que vai ao ar hoje, terça-feira, dia 14, após ‘Fina Estampa’. A série de Marcio Wilson e Claudio Paiva é inspirada no longa-metragem homônimo escrito e dirigido por Halder Gomes. A direção artística é de Patricia Pedrosa e a direção de Halder Gomes e Renata Porto D’Ave.