Massive Attack e Cavalera tocam clássicos de suas carreiras em noite épica em São Paulo

Na noite de 13/11, o Espaço Unimed recebeu o show dos ingleses do Massive Attack, com abertura da banda dos irmãos Max e Iggor Cavalera.

A campanha “A resposta somos nós”, idealizada pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), organizou o evento justamente por coincidir com a COP30, realizada pelo Governo do Brasil em Belém. O encontro reúne representantes de diversos países para discutir temas relacionados ao meio ambiente, à floresta Amazônica e às demarcações de terras indígenas. A associação decidiu convidar duas bandas cujas letras e ideologias abordam questões sociais mundiais, incluindo o genocídio palestino e as causas indígenas brasileiras.

A abertura ficou por conta dos Cavalera, já que os irmãos estão em turnê comemorativa tocando álbuns clássicos do Sepultura. Dessa vez, o destaque foi Chaos A.D., lançado em setembro de 1993 e que completa 32 anos em 2025.

Fonte:Foto Igor Duarte

O show estava marcado para as 20h15, mas, com cerca de 30 minutos de atraso, a família Cavalera entrou em ação começando com “Refuse/Resist”, “Slave New World”, “Nomad” e “Amen”, sem dar tempo para o público recuperar o fôlego. A plateia estava dividida, já que muitos estavam ali pelos ingleses do Massive Attack, criando contrastes entre fãs alucinados fazendo rodas e outros apenas observando um show que, para eles, destoava da atração principal. Mesmo fora da ordem original do disco, o Cavalera chamou atenção pela energia avassaladora no palco e pela ferocidade com que executou os clássicos do Sepultura. Max apresentou os integrantes mais novos: Igor Amadeus, seu filho, no baixo, e Travis Stone, jovem guitarrista talentoso que também integra a banda de grindcore Pig Destroyer.

Algumas músicas que dialogam diretamente com a temática do evento ficaram de fora do set, como “Kaiowas”, “Clenched Fist” e os covers de “The Hunt”, do New Model Army, e “Polícia”, dos Titãs, que saiu como bônus na versão brasileira do álbum. Duas faixas do Roots foram executadas: a instrumental “Itsári” e a clássica “Roots Bloody Roots”, tocada de forma mais acelerada, já que o tempo da banda estava se esgotando.

Mesmo com um set curto, de apenas 11 músicas, os Cavalera deixaram um gostinho de quero mais nos fãs presentes, que agora aguardam uma apresentação solo da banda no Brasil em 2026, após três anos sem a visita dos irmãos mineiros.

O Massive Attack assumiu o palco com um show climático e cuidadosamente construído, abrindo com a mensagem política de “Nós Somos a Resposta”. O setlist trouxe clássicos como “Risingson”, “Inertia Creeps”, “Future Proof” e “Angel”, além de momentos marcantes com as participações de Horace Andy, Elizabeth Fraser e Deborah Miller, que elevaram faixas como “Girl I Love You”, “Black Milk” e “Unfinished Sympathy”. A apresentação encerrou com a icônica “Teardrop”, deixando o público imerso em uma atmosfera intensa e emocional.

Fonte: Foto Igor Duarte

Fonte: Foto Igor Duarte

Victor Piton 

Author

Victor Piton Pollatto é um jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, atualmente fazendo Pós- Graduação em Tradução Inglês - Português pela Estácio, com ênfase na área de comunicação, idiomas ou correlatadas: Redação, Assessoria de Imprensa e Tradução. Apaixonado por música, um verdadeiro entusiasta do cinema e da cultura nerd.

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