Juliana Paes e Reynaldo Gianecchini falam sobre a experiência de rever suas estreias na TV em ‘Laços de Família’

Em entrevista, os atores relembram o trabalho na novela, de volta no ‘Vale a Pena Ver de Novo’

Juliana Paes e Reynaldo Gianecchini têm em comum alguns encontros na vida profissional, como recentemente em ‘A Dona do Pedaço’, mas nunca irão esquecer a experiência de estrearem juntos na televisão em horário nobre, com pouquíssima bagagem como atores. Para os dois, rever as cenas de Ritinha e Edu em ‘Laços de Família’, de volta desde segunda-feira (7) no ‘Vale a Pena Ver de Novo’, traz uma intensa mistura de lembranças e sensações.

Na entrevista abaixo, os atores relembram o trabalho, as recordações dos bastidores, a relação com o elenco e também contam como estão vivendo o momento atual.

Exibida no ‘Vale a Pena Ver de Novo’, ‘Laços de Família’ é escrita por Manoel Carlos, com direção geral e de núcleo de Ricardo Waddington.

Juliana Paes – Foto: Globo/João Miguel Júnior

Entrevista com Juliana Paes

Quais sensações rever Laços de Família no Vale a Pena Ver de Novo despertam em você?
É uma grande mistura de sentimentos. Ao mesmo tempo em que fico feliz da vida porque estou relembrando como tudo começou, sinto uma certa insegurança porque foi o meu primeiro trabalho, e como eu estava crua (risos). Eu sou uma cria da TV Globo e os grandes atores da casa foram meus mestres. Acho que talvez por isso eu tenha aprendido bem modéstia à parte (risos).

A Força do Querer’ vem aí novamente e você também está no ar em ‘Totalmente Demais’. Como é a sensação de reviver esses trabalhos tão diferentes?
É muito gostoso porque quando você está fazendo o trabalho sempre tem aquela tensão da recepção do público, da crítica, mas depois que tudo foi feito, bem aceito e um sucesso, a sensação é de muito orgulho e de plena satisfação.

Como foi o trabalho em ‘Laços de Família’?
Foi um processo de enorme aprendizado. Eu me lembro de passar muito tempo esperando, porque não estava em muitas cenas, mas eu não ia para o camarim. Eu ia para o set aprender. Ficava vendo como os atores faziam, como eles ensaiavam e decoravam o texto. Aprendi muito com a Marieta Severo, nos ensaios ela fazia já quase para valer, e eu tentava absorver ao máximo assistindo. Percebi também o valor dos preparadores de elenco. Mesmo o ator sendo mais experiente é importante ter esses profissionais sempre por perto.

Juliana Paes, Alexandre Borges (Rita, Danilo) – Foto:

Quais as principais lembranças que guarda do período de gravações?
Eu guardo lembranças maravilhosas. Para mim tudo era novidade, o crachá era novidade, pendurar o crachá da TV Globo no meu pescoço era uma sensação maravilhosa. Quando eu entrava no estúdio era como se eu estivesse na Disney, sabe?

Qual a cena foi mais marcante para você?
A cena mais icônica da Ritinha com certeza é a cena da piscina, quando o Danilo (Alexandre Borges) tenta esconder a Rita da Alma (Marieta Severo) dentro da piscina.

Como foi recebida e como era a relação com o elenco com quem você mais contracenava?
Essa parte foi maravilhosa, eu nunca pensei que iria ser tão bem recebida. E isso foi uma das coisas que me tiraram o sono antes de começar o trabalho. Eu achava que iria ficar deslocada, mas foi o contrário. Todos me tratavam com muito respeito e carinho, perguntavam coisas, eram interessados na minha história, queriam saber como que eu tinha chegado ali. Me senti muito querida e abraçada.
Como foi o retorno do público na época da novela? Passados 20 anos da exibição original, as pessoas ainda comentam sobre esse trabalho com você?
Comentam muito até hoje. Na época, as pessoas falavam que eu iria longe na profissão. A Marilia Garbriela, que era casada com o Gianecchini, falou para mim na festa de ‘Laços de Famíia’ que eu trabalharia muito dali em diante. Foi muito importante ter esse voto de confiança das pessoas.

Como está lidando com a rotina atual? Incluiu alguma nova atividade ou aprendizado?
Fiz muito bolo, né? Depois de Maria da Paz, coloquei em prática todo o meu aprendizado (risos). E comecei a fazer Ioga, que era uma coisa que eu queria muito, mas achava que não teria flexibilidade para fazer. Estou indo bem, me desenvolvendo a cada dia, e muito feliz com mais essa experiência.

 

Entrevista com Reynaldo Gianecchini

Reynaldo Gianecchini

Como era o Reynaldo Gianecchini da época das gravações de ‘Laços de Família’?
Eu era um jovem de 27 anos, numa fase de muita transformação, tinha acabado de voltar da Europa, onde morava, acabado de me casar com a Marília Gabriela e de começar a estudar para uma nova profissão, tinha feito minha primeira peça no teatro. Foi uma fase muito intensa. Eu era um cara com muita vontade de aprender e descobrir essa profissão. De cara estreei numa novela do horário nobre, sem ter buscado isso, fui convidado para um teste depois que um produtor de elenco assistiu a peça que eu fazia. E fui de uma hora para outra para o lugar de pessoa pública, aprendendo a conviver com todas aquelas mudanças, tão repentinas e radicais.

Qual a maior lembrança que guarda do trabalho?
Eu tenho muito forte na minha memória o carinho que recebi dos colegas do elenco, principalmente da Marieta Severo e da Carolina Dieckmann, com quem eu mais trabalhava. De cara foi para mim uma loucura pensar que eu ia fazer par romântico com a Vera Fischer, a musa que eu cresci assistindo. A Juliana Paes começando comigo me marcou também. Apesar de não termos contracenado muito, eu tenho um enorme carinho pelo o que a gente viveu junto nessa novela. E também lembro que tinha muito receio de não dar conta daquele trabalho todo, já que eu não tinha experiência nenhuma, e ao mesmo tempo muita vontade de aprender. Eu tinha um olhar muito atento para tudo. A sensação que me acompanhava diariamente quando eu voltava para casa era que eu havia assimilado muita informação, muito aprendizado e excelentes trocas. Aprendi muito com aquele elenco fantástico, não poderia ter estreado numa novela melhor. Fui muito amparado e consegui dar continuidade à minha carreira. Poderia ter sido um desastre e eu nunca mais ter feito nada na televisão.

Laços de Família – Reynaldo Gianecchini, Carolina Dieckmann, Vera Fischer (Edu, Camila, Helena) – Foto: Globo / Roberto Steinberger

Como recebeu a notícia da reprise da novela após 20 anos?
Eu adorei saber que a novela iria ser reprisada agora, 20 anos depois da estreia. Primeiro porque é uma novela muito bem escrita, com um elenco excelente. Eu sinto que tem muita gente querendo rever e uma geração nova que irá gostar de assistir. Eu acho que a novela ainda é muito interessante de ver, não ficou datada. E também é muito bom acompanhar um trabalho sem a ansiedade do momento. É gostoso olhar com mais calma os seus erros e acertos sem se julgar tanto.

Como foi o retorno do público na época da novela, especialmente pelo Edu ter se envolvido com mãe e filha…Passados 20 anos, as pessoas ainda comentam sobre esse trabalho com você?
Eu lembro que na época as pessoas aceitaram muito bem o romance do rapaz jovem com a mulher mais velha. E acho que por isso existiu uma dificuldade do público de sair desse romance para ele engrenar com filha. Mas o Maneco foi um mestre em conduzir lindamente a trama para que as pessoas começassem a aceitar ele com a Camila, entendessem os novos rumos e ter carinho por esse casal também. É impressionante como até hoje falam comigo sobre ‘Laços de Família’, principalmente, no exterior. Tanto na Europa quanto na América Latina sempre tem gente que vem falar comigo. Eu acho incrível essa força da comunicação, a forma como a novela chegou no coração das pessoas.

Na sua opinião, por que a trama mobilizou tanto o público brasileiro?
É muito bem escrita, com diálogos muito sensíveis do Manoel Carlos, com personagens muito bem construídos, com diversas histórias muito gostosas de acompanhar. Personagens muito queridos que o público se identificava, uma trilha sonora maravilhosa de Bossa Nova, o Rio de Janeiro deslumbrante e o charme do bairro do Leblon. São muitos apelos visuais maravilhosos. Mas nada disso seria tão legal se realmente não tivesse uma boa história junto.

Como tem sido sua vida desde o início da pandemia?
Minha vida na pandemia tem sido relativamente suave, tenho ficado em casa, estou recluso há seis meses. E tenho focado em muita coisa boa que eu não tinha muito tempo para fazer antes. Tenho cantado e dançado, trocado muito afeto com as pessoas próximas, além de ler e ver filmes e séries. Estou achando um período muito fértil, apesar da turbulência.

Exibida no ‘Vale a Pena Ver de Novo’, ‘Laços de Família’ é escrita por Manoel Carlos, com direção geral e de núcleo de Ricardo Waddington.

Author

Jornalista, bailarina clássica e dançarina de salão. Apaixonada por cultura em geral, especialmente dança e musicais.

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *