Honeyland: A arte de produzir mel

 

Dirigido por Tamara Kotevska e Ljubomir Stefanov, ganhador de diversos prêmios e marco histórico no Oscar (com suas indicações por melhor documentário de longa metragem e melhor filme em língua estrangeira), Honeyland (Distribuição da Bretz Filmes) fez sucesso nas mais diversas mostras de cinema pelo mundo, além de abordar um assunto tão relacionado com a pauta da fragilidade das abelhas.

O filme se passa na Macedônia e acompanhamos Hatidze Muratova, uma apicultora que vive para cuidar de sua mãe. Acostumada com a solidão e sua vida nas montanhas, Hatidze vê sua rotina sofrer modificações drásticas quando os Sam, uma família nômade turca resolve passar um tempo como vizinhos de Hatidze.

Como nômades, os Sam fazem de tudo e qualquer coisa que pode provê-los algum sustento. O patriarca da família, ao observar o ofício de Hatidze, enxerga uma nova possibilidade de negócios e mais uma maneira de lucrar.

Hatidze, entretanto, é alguém muito consciente de seu papel nesse delicado ecossistema, e mantém, quase como um mandamento, que metade do mel pode ser retirado, enquanto a outra metade deve ser deixada às abelhas. Ela apenas realiza retiradas quando há bastante mel, em épocas específicas do ano. Apenas o necessário para se manter.

Já os Sam, de olho nos próprios benefícios, não respeitam esse equilíbrio, o que acaba por não só prejudicá-los, como também a frágil vida das abelhas e o humilde ganha-pão de Hatidze.

Cena de Honeyland. Bretz Filmes. Foto: Divulgação.

Todo esse enredo e detalhamento foi possível graças à extensão do tempo de filmagens (que inicialmente era de 6 meses, e ultrapassou 3 anos) e à não-interferência da equipe de filmagens, que optou por não auxiliar Hatidze em sua jornada. Posteriormente, honrando a amizade feita entre equipe e apicultora, com a visibilidade ganhada pelo longa, Hatidze ganhou uma casa na cidade próxima.

Ao assistir Honeyland, o público se sente imergido, como se a história pudesse ter sido inventada e construída para um filme de drama. É interessante observar a jornada de Hatidze, como tudo é tão interligado que cada pequeno acontecimento interfere diretamente na mensagem do documentário.

Ninguém falava o dialeto no qual as pessoas retratadas se comunicavam e a maioria do filme não foi legendada. Isso, porém, não atrapalha em nada o entendimento da trama. Imaginar o que está sendo falado é algo extremamente fácil, dado o contexto.

O filme ensina sobre a sabedoria dos mais velhos e seus ofícios e sobre respeito à natureza.

Cativante, expande os horizontes dos espectadores sobre jeitos de vida e vivências diferenciadas, passando uma grande lição sobre equilíbrio entre preservação e exploração. O visual do filme, os cenários e as montagens são realmente de tirar o fôlego.

 

Nota : 9

STEPHANIE MIRANDA

 


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Author

Carioca, 20 anos, estudante de engenharia, colecionadora de canhotos de ingresso de cinema e apaixonada pela Sétima Arte. Seja na telinha do meu celular ou nas telonas dos cinemas, assistir filmes é uma verdadeira paixão. Pra mim, cinema é uma das mais belas formas de arte. O modo como integra todas as outras artes é simplesmente mágico, como me faz viajar e me teleporta para outras realidades, como me envolve, me intriga, me emociona... Seja sozinha ou com amigos, cinema é sempre uma boa opção pra sair, mas se o assunto é ficar em casa, por que não maratonar aquela série? Tenho aqui no ArteCult a chance de compartilhar minhas impressões sobre um pedaço desse mundo maravilhoso e, assim, espero poder fazer vocês sentirem um pouco do que senti, e também sentir um pouco do que vocês sentiram.

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