O poeta Paulo Reis está lançando, pela Ventura Editora, o livro GRITO CALADO. O lançamento envolve um cronograma rico de eventos e já está sendo amplamente divulgado nas redes sociais da Editora e também do portal ArteCult.
O lançamento acontecerá no dia 11 de setembro, às 18h30, na Taberna da Glória, no Rio de Janeiro. Durante o evento, haverá microfone aberto e participação musical da escritora e cantora Delayne Brasil.
O livro explora temas profundos e pessoais, com uma escrita que mescla emoções intensas e reflexões sobre o silêncio, a dor e as lutas internas. A obra se destaca por abordar a complexidade dos sentimentos humanos, especialmente em contextos onde o silêncio pode gritar mais alto que as palavras.
O autor fez um poema com esse título em homenagem à cidade de Nova Friburgo: “Friburgo“. Ele foi recitado na abertura do desfile cívico-militar em comemoração aos 185 anos da cidade, em 16/05/2003, pelo locutor do evento. Devido a essa homenagem, a Câmara Municipal de Nova Friburgo concedeu a ele, no dia 30/05/2003, por unanimidade, um Voto de Congratulações. O interessante é que o poema foi criado no dia 04/05, 12 dias antes de ser recitado no evento. Cabe destacar que vários pontos turísticos do município são citados no poema. Um ano depois, o cantor Elymar Santos também recitou esse poema durante um showmício na cidade.
Os interessados em comprar o livro GRITO CALADO poderão entrar em contato com o autor pelas redes sociais (Instagram e Facebook): @pauloreisnf, por e-mail, pauloreisnf@gmail.com ou acessar o site da editora: https://www.lojaventuraeditora.com.br .
CONFIRA NOSSA ENTREVISTA COM PAULO REIS
1) Como a Literatura entrou na sua vida?
Meu interesse pela Literatura surgiu em julho de 2002, durante o ensino médio, no Colégio Estadual Dr. Feliciano Costa, em Nova Friburgo. Em uma determinada aula, a professora Ana Lúcia Farias da Silva solicitou, em uma avaliação, que fosse escrita uma estrofe com características barrocas, baseada em uma gravura de Fernando Gonsales. A ilustração apresentava uma vaquinha maior que o globo terrestre. Escrevi a seguinte estrofe, intitulando-a, depois, de “Lição” (fala da vaquinha): “Sinto-me maior que você / envaidecida pela sua plenitude. / Seus vastos campos verdes / garantem a minha existência.” Ana Lúcia gostou, o que me motivou a continuar escrevendo.
Considero esse acontecimento como o marco inicial da minha atividade literária, pois foi a partir dessa época que comecei a escrever efetivamente, embora eu já tivesse escrito outros versos antes.
2) Como nasce um poema?
Meus poemas nascem das minhas vivências, experimentadas ou observadas, das minhas inquietações sobre a vida e o mundo, como digo em “Poeta operário”: “Ele é um poeta operário, / sem horário / para a poesia. / Com os órgãos do sentido, / capta a matéria-prima. / Depois de processá-la, / organiza em embalagens visuais / a arte do seu ofício.”
3) Numa entrevista anterior, você afirma que a temática social predomina em seus poemas. Fale um pouco sobre isso.
Passei parte da minha infância na roça. Foi uma vida bastante sacrificada, meu pai era lavrador. Tudo que ele produzia mal dava para a alimentação. Como sou o terceiro de sete irmãos, aproximadamente, aos 7 anos eu já o ajudava nas colheitas. Abandonei a escola aos 14 anos para trabalhar em pedreiras. Só retomei os estudos quando adulto, por iniciativa da minha esposa, Rosemary, namorada à época. Por isso, esse contexto social se reflete, significativamente, nos meus versos. É um “grito” coletivo, em uma linguagem fluida e acessível, sem pedantismo.
4) Além de poemas com essa temática social, o que mais os leitores vão encontrar em Grito Calado?
Refiro-me à temática social como um hiperônimo, um conjunto maior que possibilita vários desdobramentos, como a má distribuição de renda, a falta de infraestrutura habitacional das famílias carentes, a desinformação, a violência, a pandemia, a corrupção, o trabalho infantil. Além dessas problemáticas, discorro acerca do meio ambiente, da infância; abordo a questão existencial. Além disso, no livro, há espaço ainda para alguns poemas mais intimistas.
5) Para finalizar, deixe aqui, para apreciação dos seguidores do Portal ArteCult, um dos poemas do livro Grito Calado.
Este poema retrata bem a complexidade das relações humanas e a amplitude da temática social:
BRASIL
Brasil
Rico com os pés descalços
Rosto marcado sem maquiagem
Sorriso desdentado
Agrícola de barriga vazia
Sujo com grandes mananciais
Berço da corrupção
Hábitat da impunidade
De famílias sem teto
Da habilidade
Que faz emergir da escuridão grandes estrelas
Da liberdade sem asas
Gigante dominado
De gente grande com pequenos ideais
De braços abertos
Mas não acolhe com dignidade os seus filhos
Miserável com conta na Suíça
Miscigenado com preconceito
Do povo que canta, mas não tem voz
Dos analfabetos de tantas culturas
Dos poderosos sem lei
Que comemora com festas o sofrimento
Que deixa morrer o seu futuro
Que é surpreendido enquanto dorme
Que sonha acordado
Um dia vê-lo orgulhar-se.
QUEM É PAULO REIS … POR PAULO REIS
QUEM SOU
Nem sei se posso dizer quem sou. Sinto-me tão mutável quanto o tempo: um dia,
com sol, outro, com chuva. Existem, ainda, aqueles dias em que me afogo com as
lágrimas dos meus semelhantes ou me irradio com o sorriso deles.
A subjetividade mora em mim. Também, não nasci da razão. Na pior das
hipóteses, nasci de um momento lúbrico, de devaneios, para o qual ela não foi
convidada.
O papel é o meu confidente. Nele, me dispo como um RX. Se não acredita em
mim, pelo menos me escuta. Ele tem o ouvido do mundo.
Sou um filho do povo. Nasci num Jaracatiá nada doce. A única cena memorável
de lá é a Chica Cebola, para vê-la, eu fitava a montanha, sempre em vão. Do mais, o
labor, a exploração. Sendo o terceiro dos sete irmãos, aproximadamente aos sete anos,
eu já ajudava meu pai nas colheitas. Porém, as lavouras só frutificavam no bolso do
patrão.
Sob os olhos de São José, a vida sorriu para mim. No futebol de domingo,
vibrávamos à beira do campo com a canhota do Totonho, a defesa do Nilton; os banhos
de cachoeira; as jabuticabas com gosto de aventura; a brincadeira de faroeste, inspirada
em Chaparral, com as espingardas artesanais do Bernardo (um dia desses, o visitei); o
voo no cipó da mata… Respirávamos a liberdade.
Todavia, a escola foi conturbada para mim. Eu a abandonei aos 14 anos para
trabalhar em pedreira. Desta, guardo as marcas em meu corpo.
Um dia, o horizonte mostrou-me uma nova direção: comecei a trabalhar em
transporte coletivo. Foi então que conheci a pérola que luziu meu caminho. Por ela, voltei
a estudar. A cada informação que absorvo, meu mundo dimensiona-se. Meus olhos
brilham com a energia da vida. Estou casado e tenho um filho. Contudo, continuo a voar
pelas nuvens à procura do infinito.Nova Friburgo, 24 de fevereiro de 2006.
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SOBRE O LIVRO
- Título: GRITO CALADO®
- Autor: Paulo Reis ©
- Gênero: Poesia
- Modalidade: Poesia
- Páginas: 132
- Formato: 15 X 21 cm
- Ano: 2024
- Edição: Ventura Editora
SOBRE O AUTOR
PAULO REIS, nascido em 1964, é natural de São José do Ribeirão, Bom Jardim-RJ, e residente em Nova Friburgo desde 1985. Formou-se em Letras pela Faculdade de Filosofia Santa Dorotéia.
Devido às dificuldades financeiras, abandonou os estudos aos 14 anos para trabalhar, retomando-os já adulto, motivado pela sua esposa Rosemary, namorada à época.
Iniciou sua atividade literária como poeta em 2002, durante o ensino médio, incentivado pela professora Ana Lúcia Farias da Silva.
Em 2003, seu poema “Friburgo” foi recitado na abertura do desfile cívico-militar em comemoração aos 185 anos da cidade. A Câmara Municipal concedeu a ele, por unanimidade, Voto de Congratulações.
O poema também foi recitado pelo cantor Elymar Santos, durante um showmício em 2004. No mesmo ano, participou com o poema “O homem e a Terra” da coletânea Projeto Redação 2004, organizada pela Secretaria de Estado de Educação do Rio de Janeiro em parceria com a Folha Dirigida e a Biblioteca Nacional.
Em 2007, participou como poeta convidado da revista Academia, edição comemorativa dos 60 anos da Academia Friburguense de Letras.
Seus versos também estão inscritos no Memorial do Professor, inaugurado em 2008, na Praça do Suspiro de Nova Friburgo.
Entre as coletâneas das quais participa, destaque-se a Antologia Mil poemas para Gonçalves Dias, publicada em 2013 pela editora EDUFMA.
Em 2024, seu poema “Estação do amor” foi publicado na revista eletrônica Chicos.
Possui, também, poemas publicados em diversas coletâneas, e-book, jornais, websites e nas redes sociais.
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- (22) 99915-7939
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Marque aí na sua agenda, dia 11 de setembro de 2024, na TABERNA DA GLÓRIA, das 18h30 às 21h30, LANÇAMENTO do livro Grito Calado. Durante o evento, haverá microfone aberto para declamação de poemas e participação musical da poeta e cantora Delayne Brasil. Confira abaixo o teaser:
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Sinto-me feliz e honrado por tão relevante matéria, Raphael. Obrigado a você e ao César Manzolillo por essa publicação.
Um abraço.