O casal Ester (Grazi Massafera) e Cassiano (Henri Castelli) volta, a partir do dia 31 de agosto, a viver a saga iniciada na bela Vila dos Ventos – cidade fictícia situada no litoral brasileiro – em ´Flor do Caribe’, e traz de volta o frescor das dunas e a brisa das imagens gravadas nas praias do Rio Grande do Norte e também na Guatemala à programação da Globo.
Sete anos depois da primeira exibição, o público vai ter a chance de conhecer e rever a história desse casal: uma mulher, que será capaz de ultrapassar os obstáculos impostos pela vida para ficar com seu grande amor, e um homem, que desafia o destino em nome da justiça e em busca de seu amor interrompido.
O diretor artístico Jayme Monjardim e elenco comemoram a reexibição da trama e falam sobre os grandes momentos e aprendizados do projeto. Para Monjardim, ter Grazi Massafera no papel de Ester foi fundamental para o sucesso da novela, que é solar e cheia de energia. “A nossa novela foi tão realista. E isso não é fácil para um ator experiente, nem com pouca experiência. Nem para nós que dirigimos é fácil fazer com que o ator esteja à flor da pele. Em ‘Flor do Caribe’, o mais importante é a qualidade do elenco. E a Grazi como protagonista fez um trabalho incrível, conseguiu dar uma veracidade à personagem”, elogia o diretor.
Grazi Massafera destaca que protagonizar a novela abriu muitos caminhos em sua carreira, que, conciliados à sua dedicação, entrega e estudo, resultaram em críticas positivas aos seus trabalhos e à indicação ao Emmy por Larissa de ´Verdades Secretas´, em 2015. “Eu estava à flor da pele por conta da maternidade. Tinha acabado de ter a Sofia – ela tinha três meses no início das gravações. O trabalho de protagonista é intenso. Eu fui aproveitando cada momento, curtindo estar ao lado da Angela Vieira e do Juca de Oliveira (seus pais na trama). Eu ficava até quando não era cena minha, ficava do lado para assistir. Também foi a primeira protagonista que eu fiz interpretando uma mãe, e ainda estava tateando esse lugar. Mas ali eu aprendi a trabalhar e resolver a minhas questões”, reflete a atriz.
Para Rita Guedes, a maternidade também é uma lembrança que vem à mente quando ela fala de Doralice. “A minha personagem sofreu muito a novela inteira, queria a todo custo engravidar. Ela foi passando por vários obstáculos até conseguir isso. Teve que decidir entre ter a maternidade da maneira que ela sempre sonhou, e abrir mão do casamento, da família que ela já tinha construído com o Quirino (Aílton Graça). E a personagem sempre nos mostra um outro olhar. A Doralice foi uma das mais diferentes e distantes da minha visão de mundo. Ela tinha desejos completamente diferentes dos meus. Ela me deu outro olhar sobre família e maternidade. Tinha uma paz, uma tranquilidade, um amor imensurável”, avaliou a atriz.
Situação inversa viveu Cyria Coentro, que, na verdade, reviu o tipo de mãe que levou à TV ao interpretar Bibiana. “Eu faço muitas mães, e tenho a tendência de fazer personagens com uma carga dramática muito densa, que passam por tragédias. Eu sou mãe, sempre quis ser, me preparei. Ser mãe é uma coisa que me toma tempo, e dedico minha atenção para isso. Cada personagem me mostra diferentes facetas da maternidade. Bibiana era mais solar, mais feliz, o Hélio era um filho mais problemático, mas, apesar dele, experimentei esse lugar mais doce. E tive que me reinventar”, comparou ela.
Os desafios encontrados durante o trabalho e as experiências vividas nas viagens e na troca diária com os colegas fizeram a diferença no resultado final que foi apresentado. Para Luiz Carlos Vasconcelos, as principais lembranças são das cenas dramáticas e da entrega física a algumas delas. “O meu personagem, o Donato, me levava a locais muito dolorosos. Vivi ao longo da novela uma gama de cenas muito fortes, cenas de confronto comigo mesmo”, relembra o ator.
Juca de Oliveira, que interpretou Samuel, falou sobre os caminhos feitos para a construção de seu personagem. “Eu estou de pleno acordo com Jayme quando ele diz que não há cena fácil. A trajetória do Samuel era complicadíssima. Com cinco anos, ele assiste ao encarceramento dos seus pais nos crematórios nazistas, imaginem o trauma desse menino. Ele não consegue se livrar desse terror, mas consegue fugir para o Brasil, chega nesse país absolutamente maravilhoso, bem distante daquele trauma que ele viveu. Aqui, a vida fica absolutamente maravilhosa, mas, de quando em quando, volta tudo. Era um personagem muito complexo, e eu passei a consultar judeus egressos da hecatombe nazista no Brasil e também psiquiatras para saber como era o comportamento de pessoas que tiveram esse passado e como elas poderiam se revolver”, contou ele, que também celebra a oportunidade de rever esse trabalho: “Nós, atores, somos uma espécie de quadrilha. Vivemos juntos. Saímos juntos. E, de repente, poder nos assistir novamente é uma espécie de reencontro, uma alegria extraordinária”.