
Foto: Mikael Eriksson
Lançado em 25 de abril de 2025, Skeletá é o mais recente álbum da banda Ghost, que explora profundamente as emoções humanas universais, trazendo um som melancólico, introspectivo e, por vezes, angustiante. Distante de suas narrativas e personagens tradicionais, o álbum adota uma abordagem mais aberta e acessível, permitindo que os ouvintes se conectem com a música de maneira mais pessoal. As 10 faixas de Skeletá formam uma jornada emocional única, abordando temas que mergulham nas profundezas da dor, do arrependimento, da busca por redenção e no confronto com as sombras da alma.
- “Peacefield” reflete uma meditação profunda sobre o poder, a perda e o renascimento das gerações. O tema da “rainha viúva” é evocativo, representando a continuidade de um legado perdido e a observação de uma nova era surgindo. O lamento pela perda, “Oh, child, stay close to me”, sugere um chamado para a próxima fase, onde o sofrimento do passado ainda ecoa, mas a esperança de renovação permanece.
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Lachryma
Lachryma, a dor da perda é palpável. A transformação da “doçura” em “amargor” revela o sofrimento de Perpetua, refletindo uma separação não apenas emocional, mas também espiritual. Ao chegar ao ponto de não conseguir mais chorar, há uma aceitação amarga de sua condição — uma desconexão dolorosa com suas raízes e uma ruptura com seu antigo eu. -
Satanized
“Satanized” traz à tona o colapso espiritual de Perpetua, que se vê consumido por uma dor interna que não pode mais esconder. A letra descreve uma possessão não literal, mas psicológica — o impacto das emoções reprimidas e da perda da fé. Há um forte sentimento de culpa e um reconhecimento da impossibilidade de salvação, como se tudo estivesse perdido, sem caminho de volta. -
Guiding Lights
É uma reflexão sobre os erros do passado, onde as “luzes guia” — antes vistas como fontes de esperança — acabam conduzindo para a escuridão. A música transmite um forte sentimento de arrependimento, como se os caminhos iluminados não fossem o que pareciam, e a culpa por não ter sido honesto consigo mesmo é um tema que permeia a canção. -
De Profundis Borealis
A faixa mais introspectiva do álbum, De Profundis Borealis, traz um forte sentido de desconexão e busca por um propósito. A ideia de explorar os abismos da mente e a busca por algo maior são as emoções centrais aqui, com uma jornada de auto-descobrimento que passa pelo sofrimento, mas também pela esperança de encontrar algo além da escuridão. -
Cenotaph
Em “Cenotaph”, o ouvinte é confrontado com um lamento por um momento perdido, uma era que se foi, e um monumento àquilo que não pode ser recuperado. O sentimento de nostalgia se mistura à aceitação de que o passado deve ser deixado para trás, criando uma sensação de inevitabilidade e resignação, mas também de paz ao encarar o que foi perdido. -
Missilia Amori
“Missilia Amori” representa um amor tumultuado, onde a obsessão e o conflito permeiam o relacionamento. A metáfora de “missiles” e a ideia de caçar o outro simbolizam a rivalidade e os altos e baixos emocionais que tornam o amor tão destrutivo quanto apaixonado. A música trata da tensão intensa que existe em relações intensas, seja amorosas ou familiares. -
Marks of the Evil One
Essa faixa traz uma forte carga apocalíptica, lidando com temas de destruição e a ascensão das forças do mal. “Marks of the Evil One” é carregada de uma energia de guerra e decadência, trazendo a sensação de um mundo à beira do colapso. A marca do mal espalha-se, e o sentimento de inevitabilidade de um fim iminente é uma constante. -
Umbra
“Umbra” é uma jornada espiritual, onde o paradoxo entre luz e escuridão toma conta da narrativa. A busca por significado se transforma em uma busca por si mesmo, com uma fé cada vez mais voltada para dentro. A letra evoca a ideia de aceitar a escuridão e a luz interior, como uma forma de transcendência e auto-aceitação. -
Excelsis
Fechando o álbum, “Excelsis” traz uma sensação de encerramento e entrega. A música fala sobre a aceitação do fim e da transição, seja no sentido espiritual ou emocional. O medo da eternidade é contrastado com a promessa de algo maior, como se a última jornada fosse o culminar de todo o sofrimento e da busca por um propósito.
Em resumo, Skeletá é um álbum que explora a complexidade das emoções humanas, da dor à redenção, e oferece uma profunda reflexão sobre o sofrimento, a culpa, o arrependimento e a busca por autoaceitação. Cada faixa é uma janela para uma emoção universal, e o álbum como um todo cria uma narrativa que pode ser interpretada tanto de forma pessoal quanto simbólica, com muitas camadas de significado e emoção.
Texto em parceria de Artecult, Oficial Ghost Brasil e Luciferus Ghost
JEFF FERREIRA










