
Fiz um artigo, no ano passado – e que você pode conferir clicando AQUI – em que propunha viajar pelo mundo dos sabores sem ter que fazer deslocamentos mirabolantes. Afinal, não é fácil estar num dia no Altiplano Andino, no outro lá na Champs-Élysées e, logo depois, saltitando do outro lado do mundo, com os olhinhos puxados. Como disse na oportunidade, essa é uma grande vantagem de se morar em uma cidade grande, já que podemos fazer esses deslocamentos gastronômicos quase que imediatamente…

Resolvi, então, continuar nossa viagem pelo mundo. Depois de passar pelos lados do Oriente Médio, pela Tailândia, Espanha e Grécia, dessa vez vamos dar uma voltinha na Índia, no Peru, na Alemanha e no México para experimentar alguns pratos dessas culturas. Assim, vamos construindo, ao nosso tempo e maneira, um saboroso panorama dessa linda diversidade.
Prontos pra viajar? Então, apertem os cintos que lá vamos nós…

E a primeira parada trará um pouco de uma rica história de oito mil anos e de vários grupos e culturas, conhecida por ser diversa, bastante antiga e muito rica em tradição, caracterizada por ser bastante condimentada, com a utilização de vários tipos de temperos. Oriunda de um dos países mais populosos do mundo, a comida indiana reflete a mistura única de culturas e identidades regionais que são encontradas em todo o país.
Visitei o KOHINOOR (@kohinoorcozinhaindiana), que fica ali no Shopping Aerotown, na Barra da Tijuca. Comecei, por certo, com uma bebidinha típíca, o Lassi, feito à base de iogurte e especiarias. Esperimentei o lassi de morango e o de manga, que trazia um toque especial de cardamomo.


Pedi um Tandoori Chicken Tikka, um frango marinado com iogurte caseiro, gengibre e temperos, assado no forno indiano Tandoor, acompanhados de molho de manga e de hortelã com coentro e de um Butter Naan.



O tandoor é um forno tradicional de argila, onde carnes marinadas, pães e até legumes são cozidos à perfeição. O calor intenso e as paredes de argila do tandoor conferem às carnes uma textura inconfundível e um sabor defumado que é a marca do verdadeiro tandoori.

Depois, pra complementar, pedi um Chicken Lasooni Tikka, frango marinado com iorgurte caseiro, bastante alho, gengibre e temperos, também assado no forno indiano Tandoor. Além dos molhos, que já acompanham os pratos, pedi também um Cheese Garlic Kulcha, um pão indiano com recheio de queijo e alho picado por cima.


Conversei com o proprietário Binu, que já domina o português e me atendeu. O irmão dele comanda a cozinha do restaurante e é o responsável por trazer os sabores da terra natal até nós. Muito simpático, me contou um pouco da sua história. Registrei esse momento.

Vamos atravessar o oceano e mudar de continente. Nossa nave do sabor, agora, aterrissará em nosso vizinho, aqui na América do Sul, o Peru, que possui uma culinária resultante da fusão de culturas indígenas, espanholas, africanas e asiáticas e se destaca pela utilização de ingredientes frescos, locais e sazonais, como batatas, milho, quinoa, carne de lhama e pimenta aji amarelo.

Estamos no INTIHUASI (@intihuasi.rio), o primeiro restaurante peruano do Rio de Janeiro, localizado ali no bairro do Flamengo. Lógico que, para abrir os trabalhos, nada melhor do que algo bem típico pra beber. Optei pela famosa cerveja peruana Cusqueña, produto de uma cervejaria fundada em 1908 em Cusco e a ainda mais típica Chicha Morada, bebida peruana tradicional, refrescante e naturalmente doce, feita a partir de milho roxo, frutas e especiarias.


Conheci três entradas típicas servidas no restaurante: Papa Rellena, um bolinho de batata recheado com carne picada, ovos, azeitonas e salsa criolla; Tamal, típicas pamonhas de milho temperadas, recheadas e acompanhadas de salsa criolla; e Papa a la Huancaina, rodelas de batata cozidas, cobertas com leve creme de queijo com aji peruano, ovo e azeitona.



Para o principal, também foram três pratos: Aji de Gallina, um peito de frango desfiado ao creme de aji peruano, acompanhado de batatas cozidas e arroz; Adobo de Chancho, suculento filé mignon suíno, marinado em aji panca, ceveja preta e cebola; e Ajiaco de Papas com Antucho de carne bovina, um guisado de batatas, suave pimenta peruana, ervilhas e queijo, acompanhado de espetinho de carne bovina e arroz.



Como nossa viagem não tem limites, que tal atravessar novamente o Atlântico e aportar no Velho Mundo, mais precisamente na Alemanha, terra dos meus ancestrais? A gastronomia alemã é diversificada e regional, com pratos que vão desde carnes e batatas a doces e pães. A carne de porco, salsichas, repolho e batatas são ingredientes-chave. Pratos típicos incluem Eisbein (joelho de porco), Sauerkraut (chucrute), Spätzle (macarrão caseiro), Leberkäse (bolo de carne), e diversos tipos de salsichas.

Desembarcamos, agora, no BIER TOWN (@biertownbarra), que fica localizado no shopping Aerotown, na Barra da Tijuca. Como a cerveja é uma bebida emblemática no país, comecei por ela.

Enquanto degustava minha cerveja, com calma, vi sair da cozinha em direção a uma mesa vizinha o famoso joelho de porco. O prato estava lindo! Porém, era enorme e eu, certamente não daria conta. Resolvi ser mais comedido e, pra abrir os trabalhos, pedi uma porção de croquete alemão e uma de Salsichão Kalbsbratwurst (carne de vitela e suína). Depois, fui de Wienerschnitzel, um filé suíno empanado com purê de maçã e batata rosti – que foi trocada por uma batata rústica, pois estavam em falta naquele dia.



E, de novo, vamos voltar ao Novo Mundo, mais precisamente ao México, país de uma gastronomia muito rica e diversificada – património imaterial da humanidade, reconhecida pela UNESCO! – conhecida por seus sabores intensos e pela combinação de ingredientes indígenas, espanhóis e de outras culturas. Todo mundo, em algum momento, já ouviu falar de tacos, guacamole, enchiladas, tortillas, burritos, quesadillas, pozole e moles, não é mesmo?



O restaurante da vez é o GUACAMOLE (@guacamolemex), na sua unidade situada no New York (BarraShopping), uma casa com decoração bastante imersiva. Lógico que, como toda pessoa que vai a um restaurante mexicano, a abertura dos trabalho se dá com uma tequila. E, aqui, ela pode ser servida de duas formas: com ou sem emoção… Fiquei curioso e me atrevi a pedir com emoção e ela veio: depois de virar o shot inteiro da tequila e mandar pra dentro o abacaxi misturado na canela, o garçom veio e chacoalhou a minha cabeça dez vezes. Certamente fiquei meio atordoado, né? Tanto que a segunda dose resolvi beber da forma tradicional, mais lentamente, acompanhado de sal e limão…



E foram vários os pratos. Pra começar, uma Entradita, composta por tortillas super crocantes, acompanhado de salsa picante, sour cream e o clássico guacamole.

Consultando o cardápio, vi que o restaurante segue uma tendência, apresentando várias opções veggies. Entre elas, experimentei o Nacho Veggie Caliente – tortillas chips da casa coberta de frijoles, chili vegano, creme de milho, azeitona preta, milho verde, pimenta jalapeño, pimenta biquinho e coentro, acompanhado de queijo a base de girassol, pico de gallo e guacamole.

Depois vieram uma quesadilla de frango desfiado, bacon e queijo e uns tacos recheados de frango crocante, queijos mistos, rúcula, pico de gallo e cubos de abacate, finalizados com geleia de abacaxi com pimenta e acompanhados de guacamole.


Bom, por aqui encerro essa segunda parte de nossa viagem pelo mundo. O mundo é enorme e faltam muitas tantas outras culturas pra gente experimentar. Vou sair pesquisando para quais outros países podemos viajar – sem sair do Rio de Janeiro! – e montar um novo roteiro para um próximo terceiro artigo sobre o tema. Com certeza, a ajuda de vocês seria muito legal, sugerindo paradas nessa nossa viagem virtual, e eu ficaria muito grato e feliz de compartilhar essa experiência maravilhosa com todos vocês!
É só um tempinho pra recarregar as baterias de nossa nave do sabor e, muito em breve, estaremos de volta…
Até a próxima!











Sensacional, excelente!