Fernando Scarpi um dos maiores empreendedores de turismo e entretenimento em entrevista exclusiva

Diretor e fundador da H&H Entretenimento, hoje, a maior operadora de turismo gay da América Latina, em termos de faturamento e de movimentação de pessoas de todo o mundo. Fernando Scarpi é responsável por um dos maiores festivais weekend de música eletrônica do Brasil, o Festival Hell & Heaven, atuando no mercado de entretenimento nacional e internacional, colocando o Brasil em evidência na cena musical: por meio de seus eventos (H&H EVENTS), artistas (H&H DREAM TEAM), pacotes de turismo (H&H TOUR) e produtos de entretenimento em geral (H&H NEW BIZ).

Confira a matéria e conheça um pouco mais do empreendedor Fernando Scarpi e do mundo H&H.

Para iniciar, Fernando nos contou um pouco da história do festival e como surgiu a ideia:

“Bom, nós fizemos um festival Experience na Costa do Sauípe, em 2007 para 2008; eu me envolvi em toda parte de bloqueio de Resort, logística do festival. E foi uma grande escola levar a Experience para Costa do Sauípe. Pois, fazer um evento, em um dia, em um local com data e hora marcada para terminar é uma coisa! Outra coisa, é um evento que envolve toda uma logística de deslocamento do público, que vem de diversos estados do Brasil pra um Resort, que, normalmente, não é em um grande centro urbano. O público desce em um grande centro urbano, pega um translado até o Resort, que fica, mais ou menos, 40 min, 1 hora de distância do aeroporto; além de ter que controlar todas as variáveis existentes dentro de um resort, sejam elas de alimentação, de bebidas, de hospedagem, de segurança, entre outras. Foi uma grande escola, eu nunca tinha feito nada em Resort com a parte de turismo e assim eu me interessei e comecei a gerir essa parte também.

Na hora que cheguei na Costa do Sauípe, naquela época, a música eletrônica era intitulada Rave. Eu olhei e falei: não sei se vai dar tão certo agora, mas para o público gay acho que isso aqui ia ser um espetáculo! Daí fiquei com essa ideia na cabeça, passou um ano, e foi quando comecei a desenvolver este projeto”.

E complementou, relembrando a história e a evolução do festival até a 10ª edição, no ano passado, que foi a maior de todas:  

 “Demorou um ano para elaborar o projeto Festival H&H, pois não existia nada igual no mundo! Você fechar um grande empreendimento hoteleiro, montar uma programação com diversas festas ao longo de uma experiência única para o público em vários dias… assim foi criada a marca, o conceito e o primeiro lançamento foi uma festa de 3 dias, 2 noites, na 1ª edição, que foi uma explosão com pessoas de vários estados brasileiros!

Daí pra frente, a gente foi construindo de forma muito natural e orgânica, assim foram 3 anos de Costa de Sauípe. Depois o festival foi pro Vila Galé, no litoral norte da Bahia, em Guarajuba, onde foram realizadas mais 6 edições. Sendo uma das edições em Cumbuco, no Ceará, no próprio Vila Galé. Nesse meio, também, tivemos edições menores do Hell & Heaven no mesmo ano. Então… a gente tinha a grande edição no Nordeste e também as edições pocket. A primeira foi em Angra no RJ, no 1º semestre de 2011; a segunda edição menor, em 2016, no Club Med em Trancoso, quando mudamos para Cumbuco. Mas, sempre mantendo a grande edição no Final do Ano no Nordeste.

Nos últimos seis, sete anos a gente sempre bateu na capacidade máxima de hotelaria, o que é uma das grandes questões operacionais, pois o nosso crescimento depende de uma capacidade limitada de quartos e de hotel. E nas regiões onde o festival é realizado, temos uma limitação, inclusive, de outros hotéis da região. Mas todo ano a gente faz um plano de negócio, revisita o plano de negócio já existente e inova!

A ideia de levar a edição de 10 anos para um resort maior foi desafiadora! Pois hoje se tem uma escassez de grandes Resorts no Brasil. São muito poucos os que tem mais de 600, 1000, apartamentos; além das barreiras de alguns resorts, como: limitação de condomínio de casas dentro, que não permite música alta a noite; até outros, que por pura homofobia não quiseram aceitar o festival, por ter a predominância de público gay. É um pouco mais difícil quando a gente trabalha com essas peculiaridades!

E, no ano passado mudamos para Porto de Galinhas por conta da edição de 10 anos, onde alcançamos um crescimento de 40%, foi a maior edição do festival”, conta Fernando.

O Hell & Heaven todo ano bate na capacidade máxima de público, meses antes da data do festival acontecer. E em relação às vendas dos pacotes para o Festival, como funciona?  Ainda tem ingressos para 2019? Já temos lista de espera para 2020?

“As vendas foram abertas em novembro de 2018 para frequentadores da edição corrente, ou edição anteriores, e assim que esses pacotes são esgotados, abrimos para as demais pessoas. No início de fevereiro o Resort Principal Enotel já estava esgotado, sempre esgotam muito rápido! Mas temos algumas vagas em outros hotéis menores da região com todo serviço logístico entre hotéis, que envolve transporte, segurança, e mais… para que as pessoas possam ir para o Resort Principal Enotel, onde acontecem todos os eventos. Porém a grande demanda em que as pessoas ficam em filas de espera é sempre no local onde acontece o festival, pois o público que não está hospedado no festival só tem direito a festa de sábado a noite. Por isso também, os pacotes esgotam rápido, pois as pessoas querem ficar no local que acontece o festival”.

Já podemos estimar o público para 2019?

“Sim, até o momento três mil pessoas”, diz Fernando.

O que torna o público nacional e internacional mais que fiel ao Festival H&H ?

“Sabemos nos comunicar, sabemos trabalhar, a gente sabe, principalmente, como criar diferenciais e como tratar o público. Tanto que quase 70% é fiel ao H&H e 30% do público do Hell & Heaven vai desde a primeira edição do festival, em 11 anos.

Para o público internacional, só não vendemos mais, porque o público gringo demora mais um pouco na tomada de decisão, para efetivar a compra. O Brasileiro compra muito mais por impulso, já o público internacional a tomada de decisão é mais lenta, e por ser mais lenta o Festival acaba esgotando antes deles decidirem.

Outro fator é o bloqueio que ainda existe do público internacional vir para o Brasil, ainda existe um pouco essa resistência!

Mas, a gente esgota os pacotes promocionais do festival sem anunciar a line up de nada.  A qualidade, atenção… eu sempre brinco que a pessoa compra uma caixa muito bem embalada, uma caixa surpresa, paga caro pela caixa e vai ter que ficar com a caixa embrulhada quase um ano, sem saber o que tem dentro. Eles não sabem o que tem dentro! Mas confiam na qualidade e no conteúdo que a H&H sempre proporcionou ao longo de seus 11 anos de história”.

“Para ser um festival precisa ter uma pluralidade sonora. O H&H tem uma pluralidade de experiências, misturando outros elementos que agregam ao perfil do público, e quando você trata o público com cuidado, atenção e excelência, você conquista a fidelidade. Tanto é que, a gente soube trabalhar muito bem ao longo desses 11 anos esses pacotes promocionais que são exclusivos e limitados, e vamos continuar trabalhando assim… Uma coisa, que eu me preocupo muito e que a gente construiu, e, é inabalável até hoje, é a credibilidade, porque sempre cumprimos e honramos aquilo que a gente promete”, diz Fernando.

O Festival é somente para o público gay?

“O Hell & Heavean nasceu desde do início tendo uma proposta muito clara de ser um festival plural. De maneira nenhuma é um festival exclusivista, em nenhum aspecto. O que a gente sempre teve, desde a 2ª edição, é uma ferramenta de vendas e marketing, onde sempre são separados lotes específicos de pacotes exclusivos para clientes fiéis, ou seja, aquelas pessoas que foram na edição anterior, ou já frequentaram edições anteriores.

O Hell & Heaven é um festival multicultura, para qualquer público”.

Como é gerir uma empresa como a H&H? E, o que mais motiva você a melhorar?

“É cansativo! Um desafio a cada dia, mas eu conto com uma equipe extremamente competente que consegui formar ao longo desses anos. É uma equipe reduzida, porém extremamente eficiente e competente. E a gente faz como qualquer empresa! Esse ano por exemplo lançamos um novo sistema de gestão online para gestão de reservas. Enfim…, a gente investe em determinados pontos para sempre aprimorar a experiência de nosso público, mas sempre tem o que melhorar e a gente sempre está de olho nisso!

Agora, é um sonho realizado, já há anos! E o que motiva cada vez mais de um lado, são os desafios e do outro lado o carinho e a fidelidade do público; por mais que muita gente não me conheça. E eu faço questão disso, porque quem tem que aparecer é a H&H, é o festival, é a empresa, não é o Fernando. Até porque, o Fernando não é eterno, a empresa pode ser que sim!!”.

Inovação e sonhos, misturados com muita ousadia é o que fazem da H&H o sucesso, e uma das maiores empresas de entretenimento e turismo. O que move o H&H a continuar sendo um sucesso?

“O que move o H&H a continuar sendo um sucesso é sempre estar se reinventando, inovando, ousando e o H&H vem investindo muito na inovação, inclusive o Navio veio muito por isto… A prova disso é o Cruiser 2020, o grande sonho que já vem sendo estudado a praticamente 4 anos e apesar do grande desafio, está se realizando”.

Tem uma frase que me marca muito, quando escuto de alguns participantes que “este foi o melhor festival da minha vida, ou que foi o melhor e mais incrível Final de Semana da minha vida”, ouvir isto das pessoas me marca muito”.

Qual a possibilidade do Festival Hell & Heaven se tornar um evento fixo em um centro urbano?

“Gerir um festival para 4 mil pessoas, hospedadas, com essa logística toda que eu contei: de 5 dias e 4 noites, com pessoas vindo literalmente de todos os estados do Brasil e de diversas cidades do mundo para esse lugar, que normalmente, não é próximo de centro urbano. É igual fazer um festival de 1, 2, 3 dias para 50, 60 mil pessoas, em termos de dificuldade de trabalho, de logística, de equipe, de tudo. Porém não existe essa possibilidade, pois o H&H nasceu para ser essa experiência que trabalha um binômio de turismo e entretenimento, onde a pessoa sai de onde ela mora e vai para um local onde essa experiência acontece, e vive isso durante os 4, 5 dias. Mas nada impede de criar um outro festival com essa proposta”, diz Fernando Scarpi.

 

Sempre em busca dos melhores e maiores núcleos dos segmentos para firmar parceria, fazendo do H&H um sucesso nas suas 10 edições, até agora, e com muitas surpresas para 2019 e 2020.

Terminamos por aqui, esse bate papo super agradável, uma aula de humildade, competência, ousadia, empreendedorismo e sucesso.

 

Confira a programação do HELL & HEAVEN CRUISE 2020

Confira também a matéria sobre o Festival e conheça o Planeta Secreto e seus continentes, no link:  Festival Hell&Heaven

 

E aguardem por muitas surpresas !!

Mais informações: HHEntretenimento

 

 

#GratidãoFS

#VidaLongaH&H

DANIELA FRÓES

 

 

 

Author

Musicalmente eclética, apaixonada pela diversidade dos estilos, das festas e festivais, amante de uma boa música, principalmente das batidas eletrônicas. #Música #MúsicaEletrônica - Nunca se precisou de drogas para senti-la, a essência da batida, a sonoridade toca a alma de um jeito que não da pra ficar parado! "Quem não sente a melodia acha maluco quem dança"!!!

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