Ensino a Distância (EAD): Software Livre está na base do novo modelo de ensino

O ensino a distância (EAD) opera sustentado em plataformas de software livre usadas em empresas, universidades e escolas. Conheça o Amadeus, software público 100% brasileiro.

 

O modelo clássico de aprendizagem é a sala de aula, com mesas e cadeiras, alunos sentados em filas, de frente para o quadro-negro e o professor ou professora conduzindo o processo de aprendizado.
Depende também de um espaço físico que suporte a aplicação das aulas, como usado em escolas, faculdades, centros de ensino técnico e fundações, por exemplo.

Por muito tempo, a única maneira de participar de aulas e aprender novos conhecimentos foi através desse modelo clássico.
Sim, antes da internet já existia o ensino por correspondência, porém de alcance mais limitado.
Com a chegada da internet a possibilidade de participar de cursos e palestras tornou-se realidade. Os cursos online ganharam espaço também nas universidades e empresas e hoje há cursos de todos os níveis, que acontecem integralmente a distância. Trata-se de um movimento sem volta, pois nos últimos anos existem instituições de ensino que funcionam com 100% dos seus cursos ofertados no modelo online.

Vantagens e desvantagens

A vantagem óbvia do ensino a distância é a possibilidade de as pessoas aprenderem sem sair de casa. Mas há várias outras igualmente importantes, como os horários flexíveis e os custos menores, pois vários gastos são abatidos para a instituição e o aluno, como o valor do espaço físico, do transporte e da alimentação.
Outra vantagem está na possibilidade de fixar conteúdos, pois as aulas e vídeos podem ser vistas quantas vezes necessário. Claro que são necessários computadores e celulares de qualidade e internet banda larga para os alunos.
Outro requisito para a implementação de EAD nas empresas e escolas está na atenção a detalhes importantes, como as características dos públicos e a adequação dos conteúdos – o que inclui a definição do processo de aprendizagem, as avaliações, as entregas de recompensas, a carga horária e o uso de vídeos, entre outros aspectos. Videoaulas ajudam a ampliar o engajamento e a compreensão por parte dos alunos.

A escolha da plataforma adequada é outra necessidade importante. Existem diferentes ferramentas no mercado e é importante escolher aquela que melhor cumpra as suas funções e ajude o ensino a alcançar os seus objetivos.

Há plataformas proprietárias e outras em software livre, que gerenciam e automatizam funções para que seja possível administrar os cursos.
O sistema EAD de ensino é o conjunto de ferramentas que juntas montam um sistema capaz de gerir todas essas funções de forma organizada.
Pelos sistemas EAD é possível oferecer cursos a distância a partir de processos bastante parecidos com os dos cursos ofertados de forma presencial. Entre as funções desempenhadas estão a matrícula, o pagamento dos cursos, o planejamento dos conteúdos, o acompanhamento dos alunos, as avaliações e o cálculo de efetividade na aprendizagem.
Ou seja, uma plataforma EAD é um sistema de gestão de aprendizagem desenvolvido a partir de uma metodologia pedagógica que promove o ensino online de forma eficiente e bem estruturada e também cuida da administração da escola.
Desenvolvida uma metodologia, uma plataforma EAD é capaz de oferecer uma solução completa com a estrutura necessária para a criação de cursos online. Com ela é possível criar cursos online personalizados de acordo com o interesse do seu aluno em potencial, além de fazer uma gestão pedagógica, acadêmica e financeira completa e eficiente da sua instituição de ensino online.
Em termos de recursos e funcionalidade, uma plataforma EAD possui funcionalidades como:

• Personalização.
• Página de e-commerce.
• Integrações.
• Gestão completa de alunos, professores e usuários administrativos.
• Criação de provas e avaliações.
• Comunicação com o aluno.
Mas não são apenas as universidades e empresas de porte que se beneficiam. Pequenas empresas e empreendedores criam cursos online com a sua marca, gerenciam pagamentos e interagem com seus alunos, tudo num só lugar, em ambientes como o EADbox.

Moodle, exemplo internacional

Como exemplo de plataformas EAD em software livre podemos citar o Moodle, plataforma projetada para criar ambientes de aprendizagem personalizados. Já capacitou centenas de milhares de ambientes de aprendizagem em todo o mundo, em instituições e organizações grandes e pequenas, incluindo Shell, London School of Economics, State University of New York, Microsoft e a Open University.

O Moodle é fornecido gratuitamente como software livre, sob a GNU General Public License. Qualquer pessoa pode adaptar, estender ou modificar o Moodle para projetos comerciais e não comerciais, sem nenhuma taxa de licenciamento. Com mais 213 milhões de usuários desde 2020 em instituições e empresas, é a plataforma de aprendizagem mais usada do mundo.

Amadeus, a opção brasileira

A plataforma Amadeus teve o conceito criado em 2007 pelo grupo de pesquisa em tecnologia educacional CCTE, do Centro de Informática da UFPE – Universidade Federal de Pernambuco.
Foi projetada com técnicas de Design da Interação e é voltada para educadores. É um sistema de administração simples de atividades educacionais destinado à criação de comunidades online, em ambientes virtuais dedicados à aprendizagem colaborativa e distribuído também sob uma licença de software livre, permitindo que possa ser livremente compartilhado, estudado, copiado, executado e evoluído. *( https://www.ufrgs.br/soft-livre-edu/software-educacional-livre-na-wikipedia/amadeus-lms/)

Conta com diversos recursos e mantém o usuário notificado e atualizado com o conteúdo do seu curso. Permite agrupar disciplinas, que são categorizadas para uma melhor organização. É flexível e forma cursos com disciplinas, matérias e materiais bem organizados de uma forma intuitiva.
De acordo com João Carlos Sedraz Silva, Professor da Universidade Federal do Vale do São Francisco e Coordenador da comunidade de desenvolvimento do Software Público Brasileiro Amadeus LMS, as primeiras versões do Amadeus LMS foram desenvolvidas nos anos 2000, por pesquisadores do Centro de Informática da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Em 2009, o sistema passou a integrar o Portal Software Público Brasileiro (https://softwarepublico.gov.br/social/amadeus), tornando-se um bem nacional, que pode ser utilizado livremente e, também, receber a colaboração de qualquer cidadão ou instituição. Em 2017, foi lançada a versão 1.0 do sistema já com as contribuições para o aprimoramento do software, coordenado diretamente pela UNIVASF.

Temas personalizam o ambiente

Escolha entre os temas disponíveis no Amadeus e personalize a experiência dos usuários. Atualmente você pode escolher entre 3 opções de tema: padrão (verde), vermelho e preto.
O sistema possui uma versão de acessibilidade para usuários com baixa visão, fazendo com que o sistema fique em alto-contraste e melhore a experiência dos usuários contribuindo com o aprendizado e acesso à informação.
Pode ser usado em smartphones e tablets, aumentando a capacidade de utilização e incluindo a plataforma no cotidiano dos alunos e professores.

A organização no Amadeus é dividida em quatro níveis:
Categorias: Um agrupamento de assuntos possibilita a organização de temas. Pode ser interpretado como o curso em si, ou um tema específico de assuntos.
Assuntos: É a matéria em si, podendo ser interpretada como disciplina ou módulo de um curso/categoria.
Tópicos: são divisões do assunto (matéria), onde o professor pode dividir o conteúdo em subcategorias (tópicos), organizando como em um plano de aula.
Recursos: são os materiais e recursos interativos disponíveis para os participantes.
O professor João Sedraz, destaca que “o Amadeus LMS é um sistema de gestão da aprendizagem (LMS, do inglês Learning Management Systems) de segunda geração, na qual a sua principal vantagem é estender os estilos de interação e a percepção dos usuários em ambientes virtuais. Sobre os estilos de interação, os estudantes e professores têm no Amadeus LMS a flexibilidade proporcionada por um amplo conjunto de recursos educacionais, que inclui desde os tradicionais murais até web conferências para a comunicação síncrona por vídeo”.

Em relação a percepção, o sistema oferece recursos inovadores de Learning Analytics, que ajudam o planejamento de estratégias de aprendizagem, a comunicação e a autorregulação de seus usuários.

A solução pode ser utilizada por todos

As primeiras adoções do Amadeus LMS aconteceram em contextos de cursos de graduação e pós-graduação. A plataforma teve sua primeira experiência com a educação básica em uma escola pública do município de Sobradinho/BA, onde atendeu cerca de 500 estudantes, do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental, a partir de julho de 2020, devido à suspensão das atividades presenciais nas escolas por conta da pandemia de Covid-19.
Em 2021, como resultado da primeira experiência de adoção na educação básica e, principalmente, pela elevada interação dos estudantes e professores com os recursos educacionais disponíveis no Amadeus LMS, três outros municípios (Dormentes/PE, Granito/PE e Santa Cruz/PE) passaram a utilizar o sistema em suas redes educacionais, inclusive, contemplando estudantes de séries iniciais do ensino fundamental.
Sedraz reforça que a “plataforma é gratuita e pode ser instalada em diversos ambientes (Unix, Linux, Windows, Mac OS). Como base de dados podem ser utilizados MySQL, PostgreSQL, Oracle, Access, Interbase ou ODBC”.

A comunidade de desenvolvimento do Amadeus LMS está empenhada, constantemente, não só para oferecer uma solução inovadora e com recursos educacionais de última geração, mas, também, para priorizar o atendimento de demandas que emergem de instituições interessadas por esse Software Público Brasileiro. Assim, a cada processo de adoção, antes de tudo, a comunidade de desenvolvimento do Amadeus LMS busca evoluir o sistema e formular estratégias para novas oportunidades de uso nas instituições.

Amadeus é desenvolvido de forma colaborativa por uma comunidade virtual que reúne programadores e desenvolvedores de software livre, administradores de sistemas, professores, designers instrucionais e usuários. Além do português, é utilizada em outros idiomas de forma simples.

 

 

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