ELEIÇÃO, FESTA DA DEMOCRACIA

ELEIÇÃO, FESTA DA DEMOCRACIA

Por Luís Turiba*

Sou viciado em eleições. Quando chega o seu dia aparo o cabelo, faço a barba, passo desodorante & perfume de free-shopping, engraxo os sapatos e coloco meias novas.
É dia de festa na democracia do meu quintal. Às vezes, rola até um churrasco com cerveja e samba, em caixas de fósforos. Elegância é fundamental. Neste dia, sempre visto minha melhor roupa de brasileiro resiliente. Pela manhã, tomo um café com leite reforçado, pão torrado, queijo mineiro. Me reforço nas vitaminas e parto feliz para o baile.
Saio sem pressa, pisando macio. Caminho pensativo como quem marcha pela libertação da pátria rumo à urna. Por onde passo, observo as cores e, em detalhes, as aglomerações de eleitores nas zonas e seções, discutindo o futuro da nação e a quem entregar as credenciais de nossos futuros dirigentes.

Luis Turiba. Arquivo pessoal.

Certo ou errado, é o povaréu que os escolhe. Afinal, dia de eleição é data de renovação da overdose de esperanças. Nosso voto é arma, disso tenho ciência. Branca, pequenina, silenciosa, única e infalível. Tem foto e número de identificação. Está guardada desde quando fiz dezoito aninhos, mas é uma potência “quase nuclear” que produz coisas boas e, quando mal-usada, ações péssimas, de qualidade duvidosa e tóxica.
Às vezes a safra é boa, mas basta uma fruta podre para corromper uma super carga com entrega de caixas de corruptos, machistas, racistas, fascistas, enganadores(as): fábrica de promessas vãs e desumanas, negacionistas. É preciso fixar os olhos de lince nestes lances.
Mesmo assim, sou um eleitor animado, dono do meu nariz e, por que não, do mundo mundo, vasto mundo . E é pra lá que eu vou.
Quando, depois das formalidades de praxe, me aproximo daquela eletrônica urna infalível – que os idiotas afirmam serem máquinas sabotadoras, engabeladoras e suspeitíssimas, que possuem chips secretos comandados por Pequim ou enviados de Marte ou Plutão – meu coração bate mais forte e acelerado. Antes de apertar o plim-plim, paro, penso, desligo o cérebro, conto até dezessete e meio, e me deixo levar pelo orgasmo cívico do dever cumprido.
Afinal, estamos ali os dois sozinhos, escondidinhos em um pacato pacto onde o que aconteceu entre nós na urna, fica na urna , pois ela não é surda e nem se apresenta nua. E nem adianta me jurar que mora na Urca – meu voto ninguém furta, não vendo não se compra, nem se falsifica, nem troco por cargos públicos. Meu voto não é burca, voto de peito aberto e consciência cósmica. E, como dizia Nelson Rodrigues, só há algo pior do que um político corrupto, estilo Odorico Paraguaçú: um eleitor cínico e sem-vergonha, nas artimanhas do troca-troca político.

DIRETAS JÁ

Agora, um salpicar de História, desde o século passado, sobre o processo eleitoral brasileiro. Como se sabe, a jovem democracia brasileira que, até meados do século XX, ainda engatinhava e usava fraldas, só começou a sentir as primeiras pressões golpistas no pós-guerra dos anos 50. O presidente Getúlio Vargas, um hábil político gaúcho que nos anos 30 implantou o Estado Novo, para presidir o Brasil no pré-guerra com braços e mãos de ferro, além de um discurso nacionalista – força para a campanha “O petróleo é nosso”, criação da Siderúrgica Nacional de Volta Redonda – volta à Presidência da República por eleições diretas em 1951.
Com o fim da guerra e a aliança com os Estados Unidos, o liberalismo tomou conta do ambiente político nacional. Pressionado por todos os lados, Vargas resiste até 24 de agosto quando recebe um ultimato do Comando das Forças Armadas. Às 8h da manhã, nos seus aposentos no Palácio do Catete, o presidente suicida-se com um tiro no coração, deixando numa carta-testamento um recado aos brasileiros: Deixo a vida para entrar na História , escreveu ele.
Os dias subsequentes são marcados por violentas agitações populares. Café Filho, vice-presidente de Vargas, assume o compromisso de manter o calendário eleitoral previsto na Constituição:
dia 3 de outubro – eleições gerais para o Congresso em todo território nacional e dia 26 de novembro Juscelino Kubistchek é lançado pelo PSD para Presidente da República nas eleições de 1955.
Juscelino lança como meta-síntese de sua campanha 50 anos em cinco , a construção de Brasília, no Centro Oeste brasileiro, para futuramente se lançar na conquista e na ocupação da Amazônia com suas riquezas minerais, seus rios transbordantes, sua floresta tropical úmida, suas inúmeras tribos indígenas.
A partir daí, a história é bem conhecida por todos nós. A simbólica urna vai afastando as crises políticas, através dos votos, e o tão sonhado golpe militar só se concretiza em 1964, com a deposição do presidente Jango Goulart. Os militares, especialmente os do Exército, montam o programa Brasil Grande , na base de repressão as iniciativas democráticas e avanços desenvolvimentistas como usinas nucleares compradas da Alemanha, super usinas hídricas, a Transamazônica, Ponte Rio-Niterói, etc.
Os generais resistem por 21 anos, até que, em 1984/85, as forças civis democráticas – estudantes e artistas à frente – lançam, com apoio dos governadores do MDB, a extraordinária campanha Diretas Já , mobilizando inúmeros setores da sociedade brasileira para a volta das Eleições Diretas para a Presidência da República.
Dois comícios – o da Praça da Sé, em São Paulo; e o da Candelária, no Rio – mobilizam um milhão de pessoas. Até o Pelé e a Xuxa participaram ativamente destas mobilizações.
O assunto é levado ao Congresso Nacional através de uma emenda constitucional assinada pelo deputado Dante de Oliveira (MDB-MS), mas é derrotada em plenário, pois não alcança os votos de 2/3 dos deputados. Uma frustação generalizada se abate sobre a nação.
A solução negociada entre os veteranos do Congresso Nacional e os governadores da oposição – Ulysses Guimarães, Tancredo Neves, Mário Covas, Leonel Brizola, Lula e o próprio Dante de Oliveira – foi buscar uma saída através do Colégio Eleitoral criado no Congresso Nacional. Assim foi feito: dois candidatos buscaram apoio na sociedade – Tancredo Neves e Paulo Maluf – que era antipatizado até pelos próprios militares.
Tancredo Neves venceu a demanda, mas não tomou posse, pois foi hospitalizado e operado um dia antes de se tornar Presidente da República. Coube ao seu vice, o então senador José Sarney, ler o discurso de posse de Tancredo e dar assento a todos os ministros escolhidos pelo ex-governador de Minas Gerais.
A primeira eleição para a Presidência da República foi disputada depois da Assembléia Constituinte, que elaborou a Constituinte de 1988. Vitória do presidente Fernando Collor que, depois de três anos de governo, sofre um impeachment do Congresso Nacional.
E assim, aos trancos e barrancos, o Brasil foi aprendendo a tornar-se uma nação democrática. Eleição, portanto, é manifestação novíssima na nossa história democrática.
Ou como apontou Affonso Romano de Santanna, no seu histórico poema Que País é Esse?

uma coisa é um país/ outra um ajuntamento/ uma coisa é um país/ outra um regimento/ uma coisa é um país/ outra o confinamento.

Mas nós brasileiros, até que estamos nos saindo bem nessas lições e sendo bons alunos de democracia. Já aprendemos até a desmontar tentativas de golpes de Estado, como aconteceu recentemente no 8 de janeiro pós-posse do presidente Lula, há dois anos. Temos um belo time de defensores do processo eleitoral. Que beleza é ver/sentir a ministra Carmem Lúcia falar e passar seus pitos. E as vozes dos ministros do STF, especialmente Alexandre de Moraes e Flavio Dino, vozes essas que assustam até bilionários direitistas que desejavam se arvorar em nosso território nacional.

MALANDRO OU OTÁRIO?

Por último, entre tantas análises, opiniões e propostas que ouvimos ao assistir a Globo News ou mesmo lendo o noticiário após as eleições de 2024 realizadas domingo último, uma me chamou a atenção pela simplicidade e, ao mesmo tempo, pelo alcance profundo da reflexão. O nosso veterano jornalista-guerrilheiro Fernando Gabeira foi perguntado, por uma das repórteres do programa, sobre os destaques do processo eleitoral.
Elegantemente, Gabeira apontou as vitórias do primeiro turno dos prefeitos João Campos, do Recife e do Eduardo Paes, do Rio, como administradores que fizeram muito pelas suas cidades e foram reconhecidos pelos eleitores com vitórias retumbantes. Apontou também a resiliência de Tabata Amaral, em São Paulo; e da candidata curitibana Cristina Graeml que, apesar de apresentar-se como de direita, tem boas propostas em visual descolado.
E a coordenadora Natuza Nery provocou: e o fenômeno Pablo Marçal?
Gabeira, do alto da sua elegância, fez um breve comentário:
Ainda é cedo para entendê-lo. Ele tem características cariocas de malandro esperto, mas faz verdadeiras trapalhadas como um verdadeiro otário.

AFINAL,
OTÁRIO OU MALANDRO?

Pra mim, um otário, um irresponsável falsificador de documentos que não faz a menor idéia das consequências de seus atos abilolados. Mas sigamos, pois não merece mais delongas: foi castigado pelo caminho e São Paulo a salvo, graças a interferência, a tempo, do TSE.
Mas agora, após um dia intenso, carrossel de fatos e histórias em país continental, quero mesmo é tomar um caldo de entulho ao lado da minha Cachinho, no barzinho da esquina.
Eleição também é carinho, respeito e celebração.

(Texto de Luis Turiba. Revisão: poeta e escritora ROSE ARAUJO, que em breve, será mais uma colunista do nosso portal!)

 

Nota do Editor:

O deputado Chico Alencar leu esse artigo publicado no ArteCult, no microfone do plenário da Câmara Federal no dia 08/10/24.

 

LUIS TURIBA

Luis Turiba em Brasilia. Foto de Rose Araujo.

*Luís Turiba é jornalista aposentado, poeta com 3 livros editados pela 7 Letras do RJ, e outros 8 livros no campo da poesia independente e/ou marginal.É editor da revista anual de invenções poéticas Bric a Brac, criada em Brasília, em 1985. A Bric a Brac 8, última edição, saiu em 2022, uma celebração ao centenário da Semana de Arte Moderna de 1922 e ainda pode ser encontrada nas melhores livrarias de Ramos.

@luisturiba

 

 

 

 

 

Comentários:

“Ah, Turiba, só vc mesmo pra me levantar do baixo astral e do cansaço com a política brasileira. Nem me venham com a tentativa de transformar o Rasputin Zé Dirceu no novo guru da “esquerda petista”. Não dá p engolir… mas vc, irreverente e feliz com seu dever cidadão nos deixa mais leves e esperançosos…apesar das tenebrosas alianças do PT com o bolsonarista PL, que ocorreu ás claras em muitos rincões desse país; apesar da vitória do bolsonarismo, segundo mais votado; apesar do repetido “voto inútil” no Eduardo Paes, mais do mesmo…, lendo sua saborosa crônica, nos sentimos menos tristes. Agora, cá p nós: quem vc apoiou no Rio? Beijossssssss” (Jane Alencar, museóloga)

 

 

Author

Pernambucano, carioca, brasiliense, planetário. Rubro-negro e mangueirense. Pai de cinco filhos, avô de cinco netos. O brasileiro Luiz Artur Toribio, conhecido no universo poético como Luís Turiba, inventou e editou a partir de 1985 - ano da eleição de Tancredo Neves/José Sarney para presidente e vice da Abertura Democrática - o primeiro número (1) da revista de invenção poética Bric-a-Brac. Ao longo dos anos 80 e 90 foram confeccionadas seis edições com uma média de 100 páginas e tiragem nunca inferior a mil exemplares, que saíam anualmente com poemas textuais e gráficos; ensaios fotográficos e entrevistas que se fizeram históricas com Augusto de Campos, o bibliófilo e acadêmico José Mindlin; o cantor e compositor Paulinho da Viola; o poeta pantaneiro Manoel de Barros – entrevista feita com trocas de cartas ao longo de seis meses e resultou em 15 páginas na revista -, além da psiquiatra Nilse da Silveira, do babalorixá franco-baiano Pierre Verger; e uma visita-entrevista a Caetano Veloso com a presença de Augusto de Campos. A Bric-a-Brac era editada coletivamente por Luis Turiba, João Borges, Lúcia Leão e o extraordinário designer Luis Eduardo Resende, o Resa, com seu traço inconfundível. A última Bric foi editada em Belo Horizonte em 2022, uma celebração ao centenário da Semana de Arte de 22 com um artigo histórico de Augusto de Campos comentando as relações do grupo Noigandres com os modernistas Mário e Oswald de Andrade. Mas afinal, quem é Luís Turiba? Jornalista e poeta, cronista da vida do brasileiro comum, Turiba é pernambucano do Recife, “cidade pequena, porém descente”, terra de Manuel Bandeira, João Cabral de Mello Neto, Capiba, Luiz Gonzaga e Chico Science. Aos 23 anos, iniciou sua carreira de Repórter no jornal O Globo e depois na editora Bloch/Manchete. A convite, mudou para Brasília, onde foi trabalhar na sucursal do jornal Gazeta Mercantil, editor de Matérias Primas, onde teve a oportunidade de cobrir e conhecer obras e projetos do chamado “Brasil Grande”, como a Transamazônica e o garimpo de Serra Pelada, e outras na região amazônica. Em Brasília, como repórter, ganhou alguns prêmios, entre os quais destacam-se dois Prêmios Essos: um no Jornal de Brasília, contando detalhes de um encontro do seu estagiário Renato Manfredini (no Jornal da Feira do Ministério da Agricultura), o Renato Russo da banda Legião Urbana, com o então todo-poderoso ministro da Agricultura Delfim Neto. O outro Esso foi no Correio Braziliense, com uma cobertura coletiva sobre as áreas públicas brasilienses que estavam sendo legalizadas para a construção de condomínios residenciais para residências de altos funcionários e militares que serviram à ditadura militar. Teve experiências no Jornalismo Político, na Assessoria de Imprensa da Câmara dos Deputados, durante a Assembleia Constituinte que formulou a Constituição de 1988. Na ocasião, assistiu do plenário da Câmara dos Deputados, a famoso discurso do jovem líder indígena Ailton Krenak, que falou vestindo um terno branco e pintando o rosto com pasta preta de jenipapo. Cobriu toda a campanha das Diretas Já e a eleição de Tancredo Neves pelo Colégio Eleitoral para a presidência da República em 1985. Na ocasião, Tancredo criou o Ministério da Cultura e convidou para ser seu ministro o deputado mineiro José Aparecido. Anos depois, com a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva para presidente, Turiba foi convidado para ser Assessor de Comunicação do MinC na gestão de Gilberto Gil, entre 2002 e 2005. Editou um pequeno livro sobre a política do “Do-In Antropológico”, os Pontos de Cultura e os discursos programático do compositor de “Domingo no Parque” à frente do MinC. Em 2003, produziu os documentários "Gil na ONU" e “A Capoeira no Mundo”, com um programa mundial para a Capoeira. Ambos foram editados em DVDs com o apoio da Natura. Paralelamente à sua carreira de repórter/jornalista, publicou livros de poesia no Rio e em Brasília. Estreou com “Kiprokó”, em 1977, e depois o destaque ficou por conta do premiado “Cadê”, que venceu o Prêmio Candango de Literatura, em 1998. Voltou a morar no Rio de Janeiro em 2010, quando se aposentou do jornalismo. No Rio, publicou três livros de poesias pela editora carioca 7 Letras: “Quetais”, em 2014; “Poeira Cósmica” e em 2020, o “Desacontecimentos”, em 2022. Desde 2023, escreve um romance jornalístico-poético com suas experiências pelo mundo político com histórias vividas no histórico ano de 1968; a prisão pelo DOI-Codi em 1972; a abertura democrática e a Constituinte de 1988; a eleição de Tancredo/Sarney no Colégio Eleitoral; a eleição de Lula em 2002; o retrocesso provocado pela eleição do direitista negacionista que tentou um atrapalhado golpe de Estado em 2023. Título do livro que deve ser editado em 2025: “VIVA ZÉ PEREIRA; Aventuras e Desventuras de uma geração”. Ele já avisou: “o livro será um calhamaço de mais de 400 páginas, um rico material iconográfico e as dez principais entrevistas culturais que fiz na minha carreira e pelo menos 100 poemas inseridos na sua narrativa.” Turiba orgulha-se de ter nascido no mesmo ano que o Estádio do Maracanã, onde a seleção brasileira perdeu o jogo final para a seleção uruguaia por 2 a 1 e mostrou ao mundo, segundo Nelson Rodrigues, “todo o seu complexo de vira-latas”. Apesar da data possuir uma aura de trauma coletivo para os amantes do futebol, o personagem em questão considera esta data uma conquista aos avessos. “Quem viveu um “Maracanaço” só poderia ter como compensação o negro Pelé, filho da terra e redenção humana para a conquista de cinco Copas do Mundo. Por isso, o karma da derrota em 50 “não me pertence. Nem a mim, nem à minha geração. Vivemos a glória de uma geração futebolística pentacampeã do mundo. A única. Perdemos o complexo de vira-latas””, costuma afirmar orgulhoso o poeta editor da Bric-a Brac e agora colunista.

3 comments

  • Turiba, que passeio histórico você proporciona ao leitor através desse texto! E como é bom ver você escrever sobre esse tema, também conhecendo sua história de luta e resistência pela Democracia. Parabéns, sempre uma honra publicá-lo.

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  • A Festa Democrática.
    Este artigo é um depoimento emocionado e vibrante deste poeta militante da Democracia, pois apesar do avanço dos candidatos do Centrão, as Forças Progressistas marcaram também seus espaços. A marcante vitória do prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, sobre o representante dos negacionistas, delegado Ramalhem, terá a repercussões nas eleições de 2026.
    Outro fato marcante foi a reeleição do prefeito da histórica cidade Ouro Preto, professor e museólogo Angelo Oswaldo, um dia criadores do Ministério da Cultura, no governo Sarney.
    Esta eleição foi, sem dúvida, uma vitória da Democracia, da Cultura, e das Forças Progressistas. E importante: ninguém rasgou a Constituição.

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  • Mais um texto delicioso, além de uma aula de história e democracia. Dá uma enorme esperança no Brasil. Obrigado, mestre Turiba.

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