PÂNICO VI: Novo capítulo é engenhoso ao refazer o mais do mesmo em algo novo

 

A franquia Pânico era considerada finalizada depois do quarto filme, por conta da morte do diretor Wes Craven, que ocupou a direção de todos os filmes, até que em 2022, Matt Bettinelli-Olpin e Tyler Gillett trouxeram a franquia de volta com o quinto longa, que foi muito bem recebido pelos fãs e críticos. Agora a dupla retorna com o sexto filme, e, novamente, acertam nessa nova continuação.

Cena de “Pânico VI”. Foto: Divulgação / Paramount.

Os diretores conseguem elevar um pouco o nível da violência, que não chega a ser algo extremo, mas comparado aos outros filmes, Pânico VI é sim o mais brutal, por conta da quebra de algumas regras básica dos slashers que o novo Ghostface faz questão de não seguir, como, por exemplo, o assassino usar uma arma de fogo para matar suas vítimas, que apesar da facilidade, o modo como a direção conduz esse momento faz com que o suspense da cena a deixe mais tensa. Na verdade, nisso a direção se sai bem em todo o filme, na violência gráfica e na tensão carregada desde sua introdução, que é uma das melhores características da franquia, desde o primeiro filme, e que consegue chocar o público com surpresas já no início do filme carrega.

Cena de “Pânico VI”. Foto: Divulgação / Paramount.

A trama ainda faz questão de desenvolver interesses românticos nessa história, o que não é ruim, porém a forma como isso é feito está muito dentro do padrão televisivo de séries adolescentes desse gênero, com a intenção de atrair esse público, mas em geral não dá certo. Para o fã da franquia, serão as partes mais maçantes e desinteressantes.

Cena de “Pânico VI”. Foto: Divulgação / Paramount.

O filme “sutilmente” lembra o espectador que a Jenna Ortega protagonizou a série “Wandinha”, colocando referências a Família Addams de forma gratuita, só para vincular o sucesso da atriz com a personagem. A sorte é que Jenna consegue entregar uma atuação bem distinta, que nos faz esquecer Wandinha, mostrando que, pelo menos por parte da atriz, ela não faz nenhuma questão de ser lembrada pela personagem da série, mas nota-se claramente que isso seria mais uma tática da direção para atrair mais o novo público.

Cena de “Pânico VI”. Foto: Divulgação / Paramount.

 

Apesar de algumas renovações no ritmo, o estilo permanece o mesmo, o que provoca nostalgia no antigo fã, repetindo até alguns elementos usados nos primeiros filmes, que provoca ótimos momentos cômicos de descontração, mas o mesmo não dá para dizer em relação às explicações das novas regras básicas que esse novo filme irá seguir, uma fórmula muito expositiva, os diretores perdem totalmente a sutileza, deixando claro que essas explicações são praticamente para o público entender do que se trata e o porquê disso tudo.

Cena de “Pânico VI”. Foto: Divulgação / Paramount.

Embora o novo cenário (mudança da cidade de Woodsboro para Nova York) não interfere em nada na renovação, o roteiro soube explorar bem alguns recursos que a grande metrópoles possui em relação à pequena cidade natal de Sidney Prescott, como a cena do metrô em pleno Halloween, uma das cenas de maior tensão do filme, por conta de diversas pessoas com fantasias de grandes assassinos do cinema (que os diretores aproveitam para lotar o ambiente de referências ao terror), além de diversos Ghostfaces por conta da franquia fictícia “Stab”, que só aumenta a desconfiança e medo dos personagens, pois qualquer um daqueles pode ser o verdadeiro Ghostface, e constantemente a direção consegue manter essa incerteza provocando a mesma sensação no espectador.

Cena de “Pânico VI”. Foto: Divulgação / Paramount.

Falando na Sidney, a ausência da personagem, devido às falhas de negociação sobre o salário da atriz Neve Campbell, foi bem justificada no roteiro, já que para manter a nostalgia, além do retorno de Courtney Cox como Gale Whethers, a personagem Kirby Reed, supostamente morta em “Pânico 4”, também retorna e é vivida pela atriz Hayden Panettiere, e tanto ela quando a Gale, são bem utilizadas como as novas sobreviventes que tentam proteger as novas “final girls”, Sam (Melissa Barrera) e Tara Carpenter (Jenna Ortega), que são os alvos principais do Ghostface.

Cena de “Pânico VI”. Foto: Divulgação / Paramount.

 

CONFIRA O TRAILER

 

Pânico VI eleva o nível de violência da franquia e, mesmo ainda preso na mesma fórmula que se repete em todos os filmes, a direção trabalha bem com o “mais do mesmo”, saindo-se melhor ao pegar o que já foi feito e disfarçar, do que acrescentar elementos novos que não combinam com o ritmo e estilo da franquia.

NOTA: 8

BRUNO MARTUCI

 

 


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Colaborador de CINEMA & SÉRIES dos sites ARTECULT.com, The Geeks, Bagulhos Sinistros, entre outros.

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