
com César Manzolillo

O ECO DO SILÊNCIO
Em um campo devastado, onde em tempos idos floresciam girassóis, restavam apenas o cheiro de pólvora e o som do vento. Dois soldados, de lados opostos do conflito, encontram-se cara a cara. Ambos exaustos e feridos, mas ainda de pé.
O primeiro, com as mãos trêmulas, ergueu sua arma. O segundo, olhos fixos no horizonte, não reagiu.
— O que estamos fazendo aqui? — perguntou o segundo, sua voz rouca rompendo o silêncio.
O primeiro hesitou. A pergunta tão simples carregava o peso de mil batalhas. Ele olhou ao redor, vislumbrando o solo árido marcado por crateras.
— Não sei — respondeu, baixando a arma.
Sem mais palavras, os dois se afastaram, cada um seguindo seu caminho. O campo permaneceu em silêncio, e a terra, cansada de tanto sangue, finalmente conseguiu respirar.
Naquele dia, não houve vencedores, apenas o eco de uma pergunta que ninguém sabia responder.

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