com César Manzolillo
CONSCIÊNCIA TRANQUILA
Àquela altura, a notícia do assalto já estava circulando em diversos veículos de imprensa, inclusive em algumas emissoras abertas de grande audiência. Mesmo não sendo uma novidade, as imagens da idosa frágil jogada no chão com violência enquanto um bandido arrancava sua bolsa conquistaram enorme repercussão. Apesar dos 86 anos, Norma, viúva e sem filhos, era uma mulher ativa e independente, que resolvia tudo sozinha. Numa segunda-feira após um feriado prolongado, tinha ido ao banco pela manhã sacar sua pensão. O marginal já a seguia. Na porta do prédio onde morava, antes que Norma pudesse cruzar o portão, ele atacou.
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Quase um mês havia se passado, e Norma se recuperava bem do trauma. Naquele dia, tinha ido almoçar com Eunice, sua amiga desde os tempos do colégio. Assim que cruzou a portaria, foi abordada por Viriato, o porteiro:
– Boa tarde, dona Norma. Um rapaz deixou aqui uma coisa pra senhora…
Sentada no sofá da sala, Norma abriu o envelope. Dentro dele, R$ 1600 e um bilhete escrito com uma caligrafia infantil e alguns erros de ortografia: Estou arrependido e quero ficar com a consciência tranquila.
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