AVES DE RAPINA – ARLEQUINA E SUA EMANCIPAÇÃO FANTABULOSA : O título já diz tudo

Depois de Mulher-Maravilha, a DC traz seu novo filme dirigido e protagonizado por mulheres, mas, diferente de seu antecessor, Aves de Rapina entrega uma abordagem que está mais próxima de Esquadrão Suicida, só que contada de forma mais dedicada e superior.

Embora a diretora Cathy Yan esteja contando outra história, sobre emancipação e empoderamento feminino, ela mostra isso de forma física e violenta ao colocar as protagonistas num ambiente de confronto bem sanguinário e, atingindo esse feito, mostra toda a capacidade delas em combate, sem precisar sensualizá-las ou apelar para baixaria. Em vez disso apresenta a situação de um grupo de mulheres que passaram a vida inteira sendo comandadas por homens e que decidem colocar um basta nisso, mostrando que não precisam de um macho alfa para obedecerem. Mesmo que isso seja mostrado de forma bem expositiva no começo, ganhando mais descrição no terceiro ato, a diretora ainda tem uma certa delicadeza ao abordar esse assunto, já que esse tema sobre um olhar feminino tem um grande diferença sobre o olhar de um homem, que não sabe o que é se sentir menosprezado ou explorado por causa do seu sexo. Mesmo isso não sendo aprofundado devido à trama principal, esses elementos ainda estão presentes dentro da história,  a diretora ainda consegue que se destaquem, pelo menos em breves momentos, conseguindo torná-los relevantes.

Cena de “Aves de Rapina: Arlequina e sua emancipação fantabulosa”. Foto: Warner Bros Pictures Brasil.

Como a história é narrada e mostrada pelo ponto de vista da Arlequina (Margot Robbie), a diretora decide criar o ritmo do filme em cima da protagonista, criando uma montagem com os acontecimentos fora de ordem, mas que mesmo não sendo linear,  consegue criar uma conexão entre as sequências, já que mesmo embaralhadas ajudam a contextualizar toda a situação atual das personagens, mostrando como futuramente o caminho delas se cruzarão.

Além da montagem destrambelhada, a diretora utiliza elementos bem similares a de desenhos animados, que destacam mais o ritmo quase surreal do filme e esse recurso é mais notável na cena da casa dos horrores, que lembra demais os confrontos físicos dos desenhos, mas que dentro do filme seguem mais as leis da física, deixando o resultado final desse confronto mais violento e mortal.

O roteiro sempre mostra Arlequina andando livremente por Gotham, como se não fosse uma das criminosas mais procuradas da cidade. A desculpa criada para o porquê de ninguém tentar prende-la é bem franca, sem falar dos personagens que aparecem sem mais nem menos e que atrapalham o seu dia a dia, só para dificultar ainda mais seu caminho. Isto funciona apenas quando o recurso de desenho animado se aplica a isso, mas nos demais momentos, o roteiro faz com que ela saia das situações muito facilmente.

Com exceção de Arlequina, o elenco principal tem pouca presença, mesmo que a personagens estejam funcionais na trama: Rosie Perez e Jurnee Smollett-Bell tem o mesmo objetivo, com finalidades diferentes, já Ella Jay Basco tem a função de carregar o macguffin que faz com que todos os outros personagens a persigam, e Mary Elizabeth Winstead é a que tem menos participação. Embora suas personagens separadas  não tivessem tanto destaque, quando finalmente se juntam,  ganham mais dinâmica, colocando em prática toda a força do seu empoderamento, da maneira mais violenta e agressiva possível.

Cena de “Aves de Rapina: Arlequina e sua emancipação fantabulosa”. Foto: Warner Bros Pictures Brasil.

Margot Robbie entrega uma Arlequina mais contida, mas sem perder a insanidade ou seu jeito impulsivo e desajustado de viver e ainda conseguindo mostrar que pode criar sua própria reputação sem precisar depender do Coringa ao seu lado para defendê-la, ainda conseguindo também gerar várias tiradas cômicas.

Cena de “Aves de Rapina: Arlequina e sua emancipação fantabulosa”. Foto: Warner Bros Pictures Brasil.

O Máscara Negra do Ewan McGregor é um dos vilões mais sádicos apresentados até agora dentro desse universo, mostrando uma das cenas mais pesadas dentro desse gênero, e ainda entrega uma excelente atuação, interpretando seu personagem de forma psicótica, doentia e imprevisível, deixando-o cruel e impiedoso.

Cena de “Aves de Rapina: Arlequina e sua emancipação fantabulosa”. Foto: Warner Bros Pictures Brasil.

Novamente a DC entrega um ótimo filme, mostrando que é possível fazer um bom longa com um grande elenco feminino, com ótimas cenas de ação e sem precisar sensualizá-las.

NOTA: 7,5

BRUNO MARTUCI



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Colaborador de CINEMA & SÉRIES dos sites ARTECULT.com, The Geeks, Bagulhos Sinistros, entre outros.

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